14 de maio | 2014

Rio Grande 'seca' e pescadores de Colômbia tem que navegar até Guaraci para pescar

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Da redação e Folha de São Paulo

O baixo nível do rio Grande, devido à estiagem deste ano, dificultou a navegação e a pesca e já há profissionais do setor que consideram o ano perdido. Em Colômbia, pequeno município de 6 mil habitantes na divisa com Minas Gerais, segundo a Prefeitura 80 famílias dependem diretamente da atividade. Eles tem que navegar até o município de Guaraci para poderem pescar.

A liberação da pesca após o período da piracema – quando a prática é proibida para garantir a reprodução dos peixes– fez com que os pescadores encontrassem o rio afetado pela estiagem.

Isso comprometeu a navegação em alguns pontos e o número de peixes caiu drasticamente em locais tradicionais usados por pescadores.

Em Colômbia, em alguns pontos, o rio Grande está até sete metros mais baixo quando a comparação é feita com a situação normal para a época. Há trechos em que a profundidade está em 20 centímetros. Pedras e bancos de areia ficaram à mostra.

Há 30 aos na atividade de pescador Cristóvão Figueiredo Sobrinho, 59, disse que neste ano já quebrou duas vezes a hélice do motor do seu barco ao bater no fundo do rio. "Nunca vi o rio tão seco. Não tem como trabalhar", disse.

O temor dele é que as chuvas comecem a um mês de um novo período da piracema. A estação chuvosa no Sudeste começa em outubro, e a piracema, em novembro. "A gente olha o rio e dá até desgosto. A esperança agora é o ano que vem, porque este está perdido", lamenta.

Acostumado a pegar de 70 quilos a 80 quilos por pescaria, ele disse que hoje consegue de 30 quilos a 40 quilos. Para conseguir encontrar peixes, os pescadores estão sendo obrigados a navegar 70 quilômetros até Guaraci, onde o rio está mais profundo.

O vice-presidente da Federação dos Pescadores Artesanais de São Paulo, Edivando Soares de Araújo, afirmou temer que a quantidade de peixes diminua por causa da seca, nos próximos anos.

A estiagem e o baixo nível dos rios na piracema, segundo ele, prejudicaram a reprodução dos peixes, que ocorreu em níveis menores. "A natureza não vai conseguir repor na mesma velocidade que está sendo tirado", afirma.

Os efeitos serão sentidos nos próximos dois anos, segundo a superintendente de Meio Ambiente de Colômbia, Maria Inácia Macedo Freitas.

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