José Antônio Arantes – Se a Zona Azul fosse vantajosa, seria implantada no Vale do Turismo. Logo, é evidente que não possui benefícios. E certamente o “coroné” nunca permitiria a instalação de algo prejudicial na Casa Grande, mas na Senzala, sim. Naturalmente, pois escravos foram destinados a ser escravos e sequer têm o direito de estacionar em frente às suas casas sem custo.

O pior é que o desejo do ” coroné” em penalizar seus “escravos” (os mais de 53 mil habitantes da cidade que dependem das sobras da Casa Grande) torna-se cada vez mais evidente.

Além da escassez de medicamentos e do descaso com as áreas pobres da “Instância”, agora parece haver a intenção de devastar o comércio dos cidadãos nativos de Olímpia, permitindo apenas a sobrevivência daqueles situados na Casa Grande, onde a Zona Azul não é aplicada.

Essa foi a conclusão que se chegou após analisar entrevistas realizadas por esta Folha durante a semana para avaliar o impacto da reimplantação da Zona Azul na cidade (ou seja, na Senzala).

Ademais, o “coroné” não tem poupado nem os enfermos nem os advogados. Os moradores das áreas sob tarifação que se virem. Pobres não deveriam possuir veículos. Caso não consigam arcar com os custos, que vendam o carro, usem bicicletas.

A Folha da Região conversou nos últimos dias com 10 pessoas de Olímpia que, de uma maneira ou de outra, utilizam o centro da cidade para seus afazeres.

A insatisfação é generalizada.

São inúmeras as falhas e, sem dúvida, Olímpia não necessita da Zona Azul no centro da cidade, tampouco nas proximidades da Santa Casa e do Fórum.

Parece, portanto, que essa nova desavença do “coroné” pode realmente visar, ou provocar, a eliminação do comércio no centro, direcionando todas as atividades comerciais para o Vale do Turismo. Na Casa Grande, tudo; na Senzala, os restos, as vísceras, as migalhas.

Confira o que pensam os entrevistados nas entrevistas disponíveis no site.