17 de maio | 2016

Preço do álcool em Severínia é o mais baixo da região

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Da redação com TV TEM

Os motoristas que abastecem em São José do Rio Preto estão indignados com os preços do etanol praticados pelos postos de combustíveis na cidade. O TEM Notícias 1.ª edição de segunda-feira, dia 16, mostrou a diferença dos preços. Foi constatado que em Severínia é onde se pratica o preço mais baixo da região.

Quem mora em Rio Preto não entende a razão de o etanol chegar a custar R$ 2,47, enquanto em cidades próximas, como Bady Bassitt o litro sair por R$ 2,27. Em Cedral, o combustível sai a R$ 2,29, e em Olímpia s R$ 2,09.

A cidade de Severínia tem um dos preços mais baratos da região e o litro do etanol custa R$ 1,99.

O presidente do Sincopetro, Roberto Uehara, explica a diferença tão grande entre as cidades e diz que o preço que as distribuidoras cobram dos postos em Rio Preto é maior dos que para outros lugares. “Cada cidade tem seu mercado e de acordo com o mercado elas fazem o custo final do produto. Em Bady eles estão pagando um preço menor do que está sendo praticado em Rio Preto. Em outros mercados saudáveis, onde não há guerra, acaba compensando”, afirma Uehara.

Mas comparando o preço, a diferença não é tão grande assim. A distribuidora entrega o etanol para o posto em Rio Preto com o preço de R$ 1,87 o litro. Em Bauru (SP), por exemplo, cidade com quase o mesmo porte de Rio Preto, o valor é de R$ 1,85. São dois centavos de diferença no custo do posto.

Mas os consumidores pagam em Rio Preto até R$ 2,47, enquanto em Bauru, no máximo, R$ 1,99 atualmente. “Não só em Bauru, mas também detectamos em 10 cidades que trabalham da mesma maneira, com margem fora do padrão, que não cobre nem os custos operacionais e existem postos fechados. É como se fosse um suicídio coletivo, e vão para a clandestinidade. Por isso que temos uma margem mínima para ganhar nos combustíveis”, diz.

O Ministério Público abriu um inquérito para investigar se os postos de Rio Preto estão praticando uma margem de lucro abusiva. O promotor Sérgio Clementino já pediu as notas fiscais para as revendedoras, e vai fazer a comparação com outras cidades do mesmo porte. “É logico que as empresas têm liberdade de fixar seus lucros, mas isso não pode ser feito de forma abusiva para prejudicar o consumidor, é isso que a gente está investigando”, afirma.

Outro fator que o consumidor não entende é o valor parecido entre a maioria dos postos em Rio Preto. E quando tem alteração no preço, para mais ou para menos, ela acontece ao mesmo tempo na maioria deles. “Porque os preços são quase semelhantes, um posto se baliza pelo seu vizinho, geralmente é para baixo”, diz Uehara.

Uehara disse que, se alguém cobra demais e com preços semelhantes, são as distribuidoras, na hora de vender o combustível para os postos. Nenhuma das seis distribuidoras que atuam em Rio Preto e na região quis se manifestar.

Mas o sindicato que representa as distribuidoras, que fica no Rio de Janeiro, disse em nota que não tem competência para atuar nos preços das empresas, que não regula nem fiscaliza essa questão.

A Agência Nacional do Petróleo disse em nota que fiscaliza apenas a qualidade do combustível e que possíveis irregularidades nos preços devem ser fiscalizadas pelo Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

O Cade disse que atua quando recebe denúncias e que também pode apurar possíveis irregularidades de ofício, mas o conselho não respondeu se já avaliou ou se vai avaliar a realidade de Rio Preto.

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