26 de novembro | 2012

PRE investiga 8 servidores que se candidataram e não fizeram campanha na microrregião

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A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) está investigando oito funcionários públicos da microrregião de Olímpia, suspeitos de terem solicitado afastamentos remunerados por três meses, que seriam para coconcorrer na eleição municipal, mas que não teriam feito suas campanhas.

De acordo com o jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, seriam funcionários públicos municipais que estariam distribuídos nas Prefeituras de Altair, Cajobi, embaúba e Guaraci.

 O que se entende, é que o PRE lançou ofensiva para caçar candidatos “gazeteiros” que concorreram a cargo de vereador nas eleições de outubro.

De Altair, por exemplo, aparece o nome de Sineide de Souza Silva (PTB), que teve apenas 7 votos; e de Maria Regina Ramo (PTB), que recebeu 11 votos. Ambas apresentaram gastos de campanha no total de R$ 544,90 cada uma.

O caso de Cajobi é de Luiz Geraldino Severo Soares (PMDB) que recebeu 4 votos e diz que gastou R$ 151,80.

De Embaúba aparece o nome de Márcia Perpétua Varolo (PRB), que teve 5 votos e declarou gastos de R$ 143,45.

Mas o município que mais chamou a atenção foi Guaraci. De lá tem o nome de Sandra Regina Teixeira (PR), que teve 1 voto; Nayde Luiza Cuzinato (DEM), que recebeu 2 votos; Edvânia Ribeiro de Souza (PSB), que foi votada por 3 eleitores; e Leonan Manoel Larcerda (PSDB), que teve 9 votos. Todos declararam terem gasto R$ 147 cada um durante suas campanhas.

Consta que eles são suspeitos de irregularidades, pois são servidores públicos que se afastaram por três meses do trabalho para disputar a eleição, continuaram recebendo salários nesse período, mas não fizeram campanha de fato em seus municípios.

Votação entre 0 e 10 votos e pouco ou nenhum gasto de campanha são considerados indícios pela PRE de possível crime de enriquecimento ilícito por parte de funcionários públicos que participaram da última eleição.

Segundo orientação, os promotores eleitorais devem ingressar com ação de improbidade administrativa contra servidores que deixaram de fazer campanha.

Comprovado o crime, os promotores devem pedir o ressarcimento dos salários dos servidores “gazeteiros”.

Levantamento realizado pelo jornal de Rio Preto aponta que ao menos 35 servidores se enquadram nos parâmetros de investigação estabelecidos pela Procuradoria. Porém, isso não significa que eles já estejam sendo investigados ou responderão a processo na Justiça.

Cada promotor em sua área de atuação terá de promover um pente-fino para identificar os funcionários públicos que disputaram a eleição.  A “diretriz de atuação” foi enviada pela PRE aos promotores eleitorais no início deste mês.

Essa diretriz tem como base a lei 8.112/90, que permite ao servidor disputar a eleição com o afastamento remunerado do cargo.

“Nos respectivos municípios de atuação, verifiquem quais candidatos às eleições proporcionais receberam de 0 a 10 votos, para aferir, na prestação de contas, se foram realizados gastos compatíveis com a realização mínima de campanha eleitoral”, consta em trecho da determinação encaminhada aos promotores eleitorais assinada pelo procurador regional eleitoral, André de Carvalho Ramos, e pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa.

No levantamento constam servidores que, além de baixa votação, sequer apresentaram prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Em Rio Preto, o promotor da 312ª Zona Eleitoral, Aparecido Donizeti dos Santos, vai promover uma varredura de candidatos que se afastaram do serviço público para tirar “férias” de 90 dias do cargo. “O afastamento do servidor é feito para que ele não tenha nenhuma vantagem sobre os outros candidatos. Não use a máquina administrativa em seu favor”, disse ele.

A candidata a vereadora Edvânia Ribeiro de Souza (PSB) admitiu que não fez campanha para si, mas para o seu namorado, que também era candidato a uma vaga na Câmara de Guaraci.

Ela disse que não tinha chances para vencer porque não tinha recursos e apoio de familiares. “Fui ajudar o meu namorado, que também foi candidato em Guaraci”, confirmou Edvânia, que é enfermeira da Santa Casa do município.  Ela, que recebeu três votos, afirmou que não teve seu próprio voto.

Já Dilza Nunes de Oliveira Carvalho (DEM), candidata em Mendonça, disse que ficou viúva no primeiro dia da campanha eleitoral – 7 de julho. “Fiz pouca campanha. O meu marido faleceu no primeiro dia de campanha”, disse. Dilza afirmou que, na época, não pensou em renunciar da candidatura porque estava “desorientada”.

Ela, que recebeu 10 votos, disse que não teme uma possível investigação do Ministério Público. “Vou entregar o atestado de óbito do meu marido. São 26 anos de casamento”, disse a servidora para justificar seu desempenho na eleição.

De acordo com a matéria publicada na edição deste domingo, dia 25, a reportagem tentou localizar os outros servidores, mas eles não foram encontrados.

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