06 de dezembro | 2015

Política de mobilidade prevê ciclovias para uma cidade com subida para todo os lados que pensar

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Da redação e assessoria

O Plano Municipal de Mo­bilidade Urbana (PM­M­U), que será coordenado pelo diretor-presidente da Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal), en­­genheiro Amaury Her­nan­des, prevê investimentos para a implantação de ciclovias para uma cidade que, a partir da Avenida Aurora Forti Neves, por exemplo, só enxerga fortes a­cli­ves, ou seja, subidas para o lado que se virar para olhar.

Isso tudo através da Lei 4.035, de 5 de novembro de 2015, que foi aprovada pela Câmara Municipal de Olímpia, como sempre sem discussão da finalidade e da funcionalidade, que estabeleceu a Política Municipal de Mobilidade Urbana.

De acordo com as explicações dadas, o objetivo é proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, priorizando os meios de transportes coletivos e não motorizados, de forma inclusiva e sustentável.

Uma das formas é investir em ciclovias para o uso seguro da bicicleta. Não só para o passeio e sim para que o cidadão possa utilizá-la para ir e voltar do trabalho (pequenos e médios percursos) e também criar bicicletários ao longo das avenidas, onde será possível alugar bicicletas através de aplicativos de celular, beneficiando turistas e moradores locais.

O plano, entendem os criadores, é indispensável para delinear políticas públicas voltadas a uma maior funcionalidade e praticidade quanto à questão do fluxo urbano.

O coordenador do plano, Amaury Hernandes, destaca a importância da diferenciação entre Mobilidade e Acessibilidade. “A mobilidade faz com que as ruas tenham maior fluidez, garante vias mais rápidas e seguras. Já a acessibilidade permite acessar os locais através de faixa de pedestres, rampas, estacionamentos e locais apropriados para o embarque e desembarque. Uma via com trânsito rápido muitas vezes terá trechos onde não há acessibilidade, pois é necessário tirar a travessia de pedestres deste local para garantir a fluidez e segurança. É preciso definir pontos estratégicos para que os dois andem em sintonia”, explica.

CONJUNTO DE DESLOCAMENTO DE PESSOAS

A mobilidade urbana pode ser entendida como o conjunto de deslocamento de pessoas e bens com base nos desejos e nas necessidades de acesso ao espaço urbano, mediante a utilização dos vários meios de transportes.

Sua política deve atender a pelo menos cinco princípios: reconhecimento do espaço público como bem comum; universalidade do direito de se deslocar e de u­su­fruir a cidade; susten­ta­bi­lidade ambiental nos deslocamentos urbanos; acessibilidade ao portador de deficiência e segurança nos deslocamentos.

O plano melhora, organiza e planeja o desenvolvimento das cidades. Nele são estabelecidas diretrizes de meios de locomoção e infraestrutura, contribuindo para um desenvolvimento urbano sustentável e tendo como objetivo principal a melhoria da qualidade de vida da população.

“Não só em Olímpia, mas todas as cidades necessitam ter um Plano de Mobilidade Urbana. O aumento no número de carros nas ruas e a falta de planejamento urbano adequado nas grandes e pequenas cidades fez o trânsito piorar muito nos últimos anos, e com isso a população perde em qualidade de vida. As cidades crescem a todo instante e é pre­ciso ter um planejamento urbano de qualidade para que este crescimento não seja desor­de­nado, evitando problemas no futuro”, justifica o arquiteto urbanista Sebastião Pelegatti, que colaborou para a criação do plano.

Pelegatti acrescenta que o plano trará funcionalidade ao município estabelecendo medidas para melhorar áreas existentes, planejar áreas futuras, fornecer uma estrutura adequada para a utilização do transporte público, criar ruas e avenidas mais seguras e incentivar a população a criar novos hábitos para a utilização de outros meios de locomoção.

“Não somente o carro de passeio individual. Sem um planejamento urbano adequado a população perde em qualidade de vida, as cidades ficam inseguras e geram grandes impactos ambientais”, observa.

ALTERNATIVAS PARA MEIOS DE LOCOMOÇÃO

Entre as melhorias e facilidades que o plano trará para o município, estão propor alternativas para os meios de locomoção e fornecer um transporte público de qualidade para a população.

O plano fala também na implantação do calçadão na área central da cidade, trazendo mais segurança aos pedestres e a criação de ilhas de apoio para que as pessoas se sintam mais a vontade ao fazer suas compras no comércio local.

Outra justificativa é que poderá garantir a segurança nas unidades escolares através de alterações no trânsito (sentido único) e sinalização horizontal e vertical adequada, mas também prever locais apropriados para implantação de pontos de parada do transporte coletivo sempre que for feito o projeto de novos lo­te­amentos. Estas áreas permitirão que os usuários embarquem e desembarquem com segurança.

“Um dos desafios atuais nas cidades é a falta de locais apropriados para a implantação de pontos de ônibus, devido à falta de um planejamento no passado. O local ideal para executar um ponto são as áreas amplas e públicas (praças, parques, escolas e hospitais) e muitas vezes estas áreas acabam ficando longe uma das outras sendo necessário colocar o ponto de parada em frente a alguma residência que possui o espaço restrito, dificultando assim a execução correta”, destaca Pelegatti.

Do plano consta também implantar calçadas nas dimensões esta­be­le­cidas por normas técnicas, facilitando o passeio público e garantindo a acessibilidade de portadores de necessidades especiais e idosos, dentre outros.

“Em resumo: o Plano de Mobilidade Urbana vai direcionar o caminho correto para a organização do crescimento das cidades e propõe alternativas para melhoria de áreas existentes. Nele estão envolvidas questões sobre meios de transporte mais eficientes, infraestrutura, acessibilidade, ruas e avenidas mais seguras e organização espacial. Através do Plano de Mobilidade Urbana é possível planejar de forma clara o futuro de nossas cidades, deixando elas adequadas, funcionais, acessíveis e menos poluentes”, conclui o arquiteto.

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