24 de junho | 2012

Pilotos pagam por área para manter pista de MotoCross

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Os pilotos que praticam MotoCross em Olímpia estariam pagando uma espécie de aluguel para poderem manter a pista que teria sido construída sobre a área do Jardim Maranata, onde estaria incrustado um sítio arqueológico descoberto durante escavações que eram realizadas em 1993, quando a Construtora Faganello ainda realizava as obras para a construção das casas do Jardim Maranata.

Essa informação foi apurada por esta Folha nesta semana com J. (que teve o nome preservado) que, inclusive se identificou como sendo a pessoa responsável pela guarda do local. Segundo ele, além do que chamou de arrendamento da área da pista, também teria arrendado outra área paras pastagem de animais.

O motivo desses arrendamentos seria o fato de que essa pessoa pelo menos teria sido funcionário da construtora responsável pela obra e que teria ficado muito tempo sem receber os salários.

Essa pessoa contou que houve um acordo com a empresa para que residisse em uma casa existente no local e que está utilizando o dinheiro arrecadado com o arrendamento das áreas para sua sobrevivência, o que leva ao entendimento de que estaria autorizada, inclusive, para agir dessa forma.

Segundo informou, a pista de MotoCross foi construída por uma equipe de pessoas que pagam a ele o arrendamento do local. No entanto não chegou a comentar o valor que recebe pelo arrendamento da área da pista.

Porém, disse que as máquinas utilizadas para a construção da pista foram contratadas por esse grupo de pessoas, mas garante que não tinha vínculo com a Prefeitura Municipal de Olímpia.

Essa pessoa fez questão de afirmar que, caso houvesse envolvimento da Prefeitura não deixaria a máquina entrar no terreno. Ele alegou que sabe que se deixasse poderia enfrentar problemas.

Também foi apurado que a pista está há exatos 50 metros do local exato onde foi descoberto o possível cemitério dos índios e as igaçabas.

CASO DE VIOLAÇÃO

Pelo que esta Folha apurou, a área demarcada como sendo um sítio arqueológico teve terra removida, ou seja, foram cavados caminhos e essa terra retirada foi amontoada com a finalidade de construir obstáculos para os praticantes do esporte.

Trata-se de uma pista que tem entre 100 e 150 metros de comprimento. Caso seja confirmado que se trata da mesma área, subentende-se que estaria sendo violado um local onde há possibilidades de maiores estudos.

Pelo que foi verificado, perto de uma das rampas construídas, que está muito próxima do local onde as igaçabas foram achadas, foram encontrados pelo menos mais três pedaços de cerâmica medindo aproximadamente oito centímetros cada um, que aparentam ser do mesmo material encontrado na ocasião, cujas peças estão expostas no Museu de História e Folclore Maria Olímpia, localizado na esquina da Rua Coronel José Medeiros com a Rua David de Olímpia, ou seja, numa das esquinas da Praça
Nossa Senhora Aparecida.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA FEDERAL

Por outro lado, o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública solicitando informações tanto do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), quando da Prefeitura Municipal de Olímpia, solicitando informações sobre a atual situação do sítio arqueológico encontrado em 1993, no terreno onde seriam construídas centenas de casas do Jardim Maranata, na zona sul da cidade.

A justiça quer saber, inclusive com a juntada de documentos, se for o caso, sobre a atual situação do sítio arqueológico que está denominado de “Cemitério Maranata”, bem como se houve salvamento arqueológico ou tombamento do mesmo.

Solicita ainda se a empresa Oswaldo Faganello Engenharia e Construção Ltda., então responsável pelo empreendimento imobiliário ligado ao setor evangélico da cidade, está promovendo a conservação do bem.

Já da Prefeitura de Olímpia pede informações, também com a juntada de documentos, se houve salvamento arqueológico ou tombamento do mesmo. Todos têm prazo de 30 dias a partir da data da intimação.

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