30 de setembro | 2011

Paralisação dos bancários atinge parcialmente Olímpia e agências atendem só a partir de 12 horas

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A greve dos bancários deflagrada com a finalidade de obter uma reposição salarial de 12,8%, além de outras reivindicações relacionadas às condições de trabalho, entrou na quinta-feira desta semana, dia 29, em seu terceiro dia, atingindo parcialmente as agências de Olímpia. Na cidade, com exceção do Bradesco, o atendimento foi reduzido em duas horas, ou seja, ao invés de 10 horas conforme previsto pelo Banco Central, começa somente às 12 horas.

De acordo com o vice-presidente regional do Sindicato dos Bancários de São José do Rio Preto, Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, que responde pela subsede de Olímpia, a paralisação é uma forma de mostrar a “indignação” (sic) com a maneira que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) vem conduzindo a negociação neste ano.

No caso do Bradesco, ocorre um movimento de conscientização dos clientes e funcionários através de um sistema de som na porta da agência, conforme foi verificado na manhã da quinta-feira desta semana, dia 29.

Ruiz de Oliveira explica que setembro é a data base dos bancários e que houve um crescimento no lucro dos bancos em mais de 20%. “Então, chegou a hora de discutirmos o direito dos trabalhadores e esse movimento é mais do que justo. Estamos reivindicando que é possível aos banqueiros nos atender. A proposta foi de apenas 8%, mas historicamente nós tivemos conquistas acima da inflação, com índices de 1,5 e 2% e a participação nos lucros tem avançado ano a ano também”, justifica.


“Esperamos que os banqueiros retomem as negociações e apresentem uma proposta que seja justa aos trabalhadores do setor financeiro, que contribuí para esses lucros. Agora é hora de dividirmos esses lucros e os trabalhadores não podem ficar de fora”, avisa.

O sindicalista explica que nessas duas horas de paralisação os bancários permanecem no interior das agências, embora sem prestar atendimento. Mas os caixas automáticos que funcionam 24 horas ficam disponíveis, inclusive para fazer as operações de saques e para que os aposentados também não sejam prejudicados para receberem suas aposentadorias.

Atualmente em Olímpia são oito agências que envolvem aproximadamente 120 bancários, número menor do que se via historicamente na cidade, isso porque já são vários os serviços terceirizados. “Houve uma diminuição de bancários nos últimos anos, até porque os bancos adotaram a terceirização dos serviços”, enfatiza.

Entretanto, não se posiciona contrários aos correspondentes bancários até porque eles têm adotado aqueles que perdem suas vagas no sistema direto. “Mas somos contra as quantidades de operações que passam a ser feitas em casas lotéricas, supermercados e correspondentes bancários, diminuindo, na realidade, a competência dos serviços feitos pelos bancos”, assevera.

Por outro lado, não é apenas a questão salarial que está em discussão neste momento. “Foram vários os anos nos quais lutamos para a instalação de câmeras de segurança, porta giratória, melhores condições de trabalho, mais segurança para quem vai ao banco. Aí, os banqueiros vêm e começam a trabalhar no inverso, ou seja, expulsando e levando os clientes para fora dos bancos. É por isso que nós somos contra”, reclama.

A paralisação, segundo Ruiz, é por tempo indeterminado. “Enquanto os banqueiros persistirem sem a proposta, nós continuaremos parados”, diz. “Não existe paralisação ou greve sem transtornos para as partes envolvidas, mas o que a gente pede é compreensão aos clientes de bancos porque a nossa a reivindicação é justa. Chegaram a hora e a vez dos trabalhadores também”, finaliza.

A greve dos bancários pede reposição salarial de 12,8%, que é a inflação do período mais 5% de aumento real, piso salarial de R$ 2.297,51, implantação de planos de cargos e salários (PCS) em todos os bancos, gratificação semestral para todos os bancários, participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 4,5 mil, vale refeição, cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação iguais ao salário mínimo (R$ 545), auxílio educação e previdência complementar para todos os bancários.

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