05 de novembro | 2013

Operação resgata 7,5 toneladas de peixes no rio Turvo

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Até na tarde da segunda-feira, dia 4, a operação conjunta para salvar os peixes do rio Turvo já havia resgatado aproximadamente 7,5 toneladas de várias espécies, como piaus, mandis, cascudos, curimbatás e até dourados.

Os peixes foram capturados vivos e colocados em tanques de água com oxigênio, para serem transportados por caminhões e soltos em outros trechos do rio, onde há nível satisfatório de oxigênio.

De acordo com o coronel da Polícia Ambiental de São José do Rio Preto, Rogério Xavier, 35 policiais ambientais estão participando da operação, que conta também com apoio de seis pescadores.

“Os pescadores estão nos auxiliando com as técnicas de captura as quais não dominamos e nós estamos trabalhando no operacional. São sete barcos que colaboram para esse serviço. Durante a noite, dois barcos fazem a fiscalização do local para evitar que curiosos e outros pescadores atuem na área, uma vez que estamos na piracema”, explica o coronel.

A mancha de caramelo já atingiu 111 quilômetros desde quando foi derramada no rio São Domingos, em Santa Adélia, até o Turvo. A poluição segue em direção ao rio Grande e, de acordo com os técnicos da Companhia Ambiental CETESB, 45 quilômetros do Turvo já foram atingidos e estão com praticamente zero miligramas de oxigênio por litro de água, quando o ideal seria pelo menos 5ml/l.

“Estivemos na manhã de hoje (ontem) em três pontos do rio para fazer a medição da oxigenação e a situação continua crítica. Com o nível de oxigênio tão baixo os peixes não sobrevivem. No rio São Domingos, por exemplo, podemos afirmar que toda a população de peixes foi dizimada. Já são 96 horas sem oxigênio. No Turvo já são 72 horas sem oxigênio. E se não fosse a operação de resgate, todos eles já estariam mortos”, afirma o engenheiro José Mário de Andrade.

O advogado Tácito Roberto de Jesus, 69 anos, que tem um rancho às margens do Turvo, acredita que a tragédia ambiental que assola mananciais da região será irreversível em curto prazo. Ele afirma que faz 25 anos que tem propriedade na área e que nunca viu nada igual.

“Dá uma tristeza muito grande saber que os peixes morreram e que ainda vai demorar muito tempo para que isso volte ao normal. Acredito inclusive que quando isso acontecer não estarei mais nesse mundo”, lamenta Tácito.

De acordo com o coronel da Polícia Ambiental, os custos da operação de salvamento dos peixes estão sendo pagos pela empresa Agrovia, dona do armazém incendiado no último dia 25 de outubro. “Se não fosse esse investimento não teríamos como fazer o resgate desses animais e, com certeza, o dano ambiental seria bem maior”, afirma Xavier.

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