21 de junho | 2015
Olímpia já tem mais de 10 mil vivendo em situação de miséria
Com uma população de 53.010 habitantes em 2014, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta semana, Olímpia tem mais de 10 mil habitantes que estão sobrevivendo em situação de miserabilidade. São 10.189 pessoas que vivem com o que dá para fazer com R$ 197,00, ou seja, apenas um quarto do salário mínimo brasileiro que é de R$ 800,00. O Índice de Carência Humana (IHC) é 0,1922.
Mesmo assim a cidade ainda supera em qualidade de vida as duas maiores cidades das regiões norte e noroeste do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto (IHC 0,1732) e São José do Rio Preto (IHC 0,1822), respectivamente.
Trata-se de uma demonstração indicando que quanto maior a cidade maior o problema social. Nesse ranking negativo, o município está à frente também da Capital, Bauru, Sorocaba, Campinas, Piracicaba e Franca.
O dado é de pesquisa feita pelo Observatório de Informações Municipais, que estabeleceu tanto para estados quanto para municípios um Índice de Carência Humana (ICH), o oposto do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU (Organização das Nações Unidas).
O índice foi criado a partir da projeção, para 2014, dos IDHs de 2000 e 2010. “É o outro lado do IDH”, resume o pesquisador François Bremaeker. O passo seguinte foi calcular, com base no ICH, a população carente de cada município.
“Por mais que o poder público, principalmente o governo federal, tenha se esforçado para reduzir a desigualdade socioeconômica, ela ainda persiste, inclusive em regiões muito desenvolvidas como o interior paulista. Ainda há um longo caminho a percorrer nessa batalha”, afirma o especialista em sociologia urbana da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), Tiago Dumont.
No caso de Rio Preto, por exemplo, uma cidade conhecida por sua qualidade de vida e altos índices sociais, mas que esconde em suas franjas um exército de carentes estimado em 79,8 mil pessoas. É como se houvesse, dentro do município, uma Votuporanga de pobreza, contingente que sobrevive com menos de um quarto do salário mínimo, ou R$ 197 per capita, além de apresentar baixo nível de escolaridade e pouca longevidade.
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