23 de abril | 2018

Obra ainda não foi reiniciada e ETE pode ficar para 2019

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Mesmo com os recursos necessários já liberados pelo Governo do Estado de São Paulo, a obra para a construção da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Olímpia ainda não foi reiniciada pela empresa ETC – Empreendimentos, Tecnologia e Construção Ltda., de São Paulo, e a conclusão que estava sendo para o final deste ano, poderá ficar para o início de 2019.

Até o momento, segundo a reportagem apurou, a empresa ETC já preparou o local para a mobilização do canteiro de obras, avaliou o material armazenado no espaço, bem como já realizou a limpeza do terreno para a retomada dos trabalhos.

De acordo com a secretaria municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços, já estão concluídos na parte de obra civil o Centro de Treinamento e Administração, estrutura da caixa de areia e peneiramento, reator 1, filtros 1 e 2, os decan­tadores 1 e 2 e a câmara de contato, totalizando 60% da obra.

Mas a empresa, nos próximos dias, executará o serviço em duas frentes, na obra da ETE e na construção do emissário, que terá 2.500 metros e que será interligado até a estação de tratamento.

“Esse emissário irá atravessar a Rodovia Assis Chateau­briand, mas de forma não des­trutiva, ou seja, a tubulação irá cruzar por baixo da rodovia”, informou o secretário Luís Carlos Benitez Biagi.

A construção da ETE do município, que está enquadrada no Programa “Água Limpa” do DAEE, começou em 2011 e está paralisada desde 2014.

O objetivo do equipamento é implantar infraestrutura para o tratamento da totalidade de Esgoto, uma vez que o município apresenta somente 22,88% de esgoto tratado.

Após sua conclusão, a Estação de Tratamento de Esgoto será suficiente para atender a uma população estimada de 61 mil habitantes.

Em janeiro deste ano, o prefeito Fernando Cunha assinou um novo convênio que libera R$ 5,2 milhões em recursos estaduais para a retomada das obras. O despacho do Governador Geraldo Alckmin, que autorizou o aditivo, foi publicado no Diário Oficial do Estado, em 16 de dezembro. A previsão é de que as obras sejam concluídas neste ano, ou no mais tardar, no início de 2019.

Brasil ainda despeja quase 6 mil piscina solímpicas por dia sem tratar na natureza

Um levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, que divulgou o novo Ranking do Saneamento Básico – 100 Maiores Cidades do Brasil que aborda novamente os indicadores de água e esgotos com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), mostra que o Brasil ainda despeja o equivalente a seis mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratar na natureza.

Divulgado anualmente pelo Ministério das Cidades, ele reúne informações fornecidas pelas empresas prestadoras dos serviços nessas cidades. Os dados consultados são de 2016, os últimos publicados pe­lo Ministério das Cidades.

O novo Ranking do Saneamento Básico mostra pouco avanço e que o Brasil ainda despeja quase 6 mil piscinas olímpicas por dia de esgotos sem tratamento na natureza. Os números indicam que o saneamento tem avançado no país nos últimos anos, mas pouco.

Em relação ao abastecimento de água, em 2016, por exemplo, 83,3% da população era abastecida com água potável, o que quer dizer que os outros 16,7%, ou 35 milhões de brasileiros, ainda não tinham acesso ao serviço. Em 2011, o índice de atendimento era de 82,4%. A evolução foi de 0,9 ponto percentual.

Quanto à coleta de esgoto, 51,9% da população tinha acesso ao serviço em 2016. Já 48,1%, ou mais de 100 milhões de pessoas, utilizavam medidas alternativas para lidar com os dejetos – seja através de uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em rios. Em 2011, o per­cen­tual de atendimento era de 48,1% — um avanço de 3,8 pontos percentuais.

Isso demonstra que apenas 44,9% do esgoto gerado no país era tratado em 2016. Em 2011, o índice era de 37,5% — uma evolução de 7,4 pontos percentuais.

Historicamente, os números de esgoto são piores que os de água no país por conta da falta de prioridade nas políticas públicas, maior custo de investimento e de dificuldade nas obras, entre outros motivos.

Por isso, mesmo tendo apresentado a maior alta entre os indicadores, o acesso ao tratamento no país continua baixo, já que o esgoto que não é tratado é jogado diretamente na natureza, causando problemas ambientais e sanitários.

“No caso do tratamento de esgoto, houve um pouco mais de um ponto percentual de alta por ano. Se considerarmos que não chegamos nem nos 50% de atendimento, estamos falando de mais de 50 anos (para universalizar). Isso é inaceitável. É muito tempo para ter essa estrutura tão essencial, que é a do saneamento”, diz Édison Carlos, presidente executivo do instituto.

O ritmo lento ainda vai de encontro a compromissos assumidos pelo país tanto em políticas públicas nacionais, como os do Plano Nacional de Saneamento Básico, como internacionais, como os assinados na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em 2015. O país se comprometeu a, até 2030, uni­versalizar o acesso a água potável e “alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos”.

 

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