11 de agosto | 2013

Moradores do Alvorada reclamam de mau cheiro e enchentes

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Alguns moradores da Rua João Paulo dos Santos, no Jardim Alvorada, zona leste de Olímpia, estão reclamando do mau cheiro que resulta das enchentes que ocorrem no local com qualquer quantidade de chuva e também de esgoto aos quais são obrigados a enfrentar constantemente.

“Fede muito”, enfatiza a dona de casa Francineide Coelho de Fran­ça, que reside no número 72 há aproximadamente um ano. “Eu tenho criança pequena”, acrescenta reclamando da situação à qual está exposta.

Segundo ela, principalmente a noite é praticamente impossível permanecer dentro de casa: “Ninguém consegue com o fedor muito grande num terreno que tem ao lado da minha casa. Eu já fui três vezes reclamar na Prefeitura e até hoje eles não fizeram nada”.

De acordo com ela, a situação melhora somente por volta das 22 horas quando o clima refresca e o ar melhora um pouco: “Mas às seis ou sete horas da noite ninguém consegue ficar dentro de casa. Ou fica dentro de casa com as portas fechadas e o ventilador ligado ou sai para fora porque fede muito”.

Além do cheiro, os moradores reclamam que a água das enchentes, geralmente muito sujas, invadem suas casas, caso da auxiliar de limpeza Patrícia Alves dos Santos Carrara, que reside no número 69 há nove anos.

“Desde que moro aqui essa rua sempre inunda de água porque aqui faz uma baixada (espécie de bacia) e a água vem lá de cima. Fizeram dois bueiros e não adiantou nada. Então, essa água inunda a rua e entra nas casas das pessoas”, contou.

ÁGUA QUE NÃO PERDOA

E não tem escapatória. Na casa dela, por exemplo, a água que não entra pela frente, entra pela porta da cozinha nos fundos:

“Quando chove vira um barro preto e quando seca fede muito. A situação que a gente se encontra aqui é péssima porque na época da eleição eles vêm e falam sobre política, mas agora quando a gente está precisando ninguém vem procurar saber o que está acontecendo”.

A funcionária pública aposentada Rosimeire Cristina dos Santos, do número 42, é a mais antiga moradora desse trecho da rua e conta que sempre teve de conviver com as inundações em sua casa sem encontrar uma solução definitiva e mais plausível: “Tive que construir uma comporta e mesmo com o bueiro não teve solução”.

A aposentada contou que a Prefeitura Municipal até já mandou limpar os bueiros, mas que os funcionários alegaram dificuldades e fizeram apenas uma parte do trecho. Segundo relatou, eles disseram que é preciso quebrar tudo, retirar toda a terra e fazer de novo.

Porém, o muro de retenção da água que inclusive prejudica quando recebe visitas: “As pessoas tem de pular para poder entrar na minha casa. Mas qualquer chuva – quantidade pequena – já enche tudo de água”.

Mas ela reclama que não tem como conviver com o mau cheiro. “Aqui na frente da minha casa não tem como sentar. Teve dia de estar uma carniça danada aqui por causa do bueiro. Parece que jogaram uma cabeça de porco. Não sei de onde veio”.

Rosimeire Cristina dos Santos também reclama que enquanto candidatos todos passam por lá pedindo votos e eles acreditam que vão resolver o problema e votam nos candidatos.

Ao se queixar da falta de atenção dos eleitos, ela deu a entender que o atual prefeito, Eugênio José Zuliani, já teria passado por lá duas vezes, mas que teria agido da mesma forma que seu antecessor Luiz Fernando Carneiro. Ao falar das promessas ela comentou. “Até hoje já passaram quatro anos, mais quatro e não fizeram nada”, finaliza.

Esgoto estaria retornando para casas no Jardim Alvorada

A vida não é tranquila mesmo para quem mora perto de uma estação de tratamento de esgoto, principalmente se o sistema de coleta apresenta problemas ou até haja alguma ligação irregular. Por exemplo, na Rua João Paulo dos Santos, localizada no Jardim Alvorada, zona leste de Olímpia, há reclamações de mau cheiro e até de retorno de dejetos para dentro das casas.

Esse pode ser o caso do pedreiro Ja­ck­son Matheus dos Santos (fo­to), que reside no número 52 há quase três anos e nesta semana procurou esta Folha para reclamar da situação.

De acordo com ele, com o entupimento dos bueiros que deveriam ser ligados a uma galeria de águas pluviais, sempre que chove há o retorno do esgoto para dentro de sua casa.

“É muito difícil, ainda mais que tenho três crianças pequenas que vivem doentes por causa do mau cheiro. A água suja que desce – com a chuva – que não sei de onde sai, inunda tudo. Essa água entra toda dentro da minha casa. É só chover que inunda tudo, porque os bueiros estão todos entupidos. Além disso, quando entope aqui na rua, também entope meu esgoto deixando sem condições até de usar o chuveiro”, reclama.

O pedreiro relatou como fica sua casa quando isso acontece. “O vaso sanitário fica repleto de sujeira, água podre e tudo mais. Não está fácil morar aqui”, afirma.

De acordo com ele, além do retorno do esgoto, há também as enchentes que ocorrem sempre que chove, que já prejudicaram a estrutura da casa, sem contar que estragaram todos os móveis. Além disso, ele reclama do aumento do consumo de água a cada vez que chove para deixar tudo limpo novamente.

Por isso, Jackson aproveitou pa­ra reclamar da forma como os políticos tratam as pessoas comuns, mas que são as pagadoras dos impostos. “Na época da política eles vieram aqui e prometeram mil e uma coisas, que iam arrumar tudo. Mas depois que acabou a política, não apareceu ninguém para dar uma satisfação”.

“Eu queria saber o que o prefeito tem a dizer sobre isso tudo, porque na política ele veio aqui, falou que ia resolver isso daí. Eu queria saber uma resposta porque a gente chega na Prefeitura e não pode falar com ele porque ele nunca está lá”, acrescentou.

ENCHENTES ATÉ DE INSETOS

Os moradores também relatam problemas com escorpiões, cobras, barata, ratazanas, que seriam criados principalmente em um terreno baldio que aparentemente não teria proprietário.

A dona de casa Francineide Coelho de França, por exemplo, conta que enfrenta problemas com os insetos constantemente.

“Tem muitos pernilongos na minha casa por causa do mato. As paredes estão todas marcadas dos meninos matarem esses perni­lon­gos. A gente vai lá e reclama e nin­guém faz nada. Não limpam nada e quando dá enchente se torna um lixo só. O lixo lá de cima desce todo para cá”, afirmou.

Mas segundo ela ninguém sabe a quem pertence esse terreno e já ouviu falar que é do Daemo e até que é da CPFL. Mas também ouve dizer que é da Prefeitura Municipal. “Cada 15 dias eu vou lá reclamar e eles só escutam e falam que virão verificar”, reforça.

A dona de casa conta que apenas na primeira vez que reclamou até que um fiscal esteve no local para dar uma olhada na situação, mas não resolveu nada. “A situação está precária”, enfatiza.

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