16 de dezembro | 2018

Mecanização do corte de cana-de-açúcar no lugar do trabalho braçal fez aumentar a pobreza em Olímpia

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Umas das justificativas, se não a principal, para o aumento da distribuição dos programas sociais em Olímpia e o consequente aumento da pobreza é o fato de que a mecanização do corte de cana-de açúcar, cuja tinha um lugar de destaque na geração de empregos no município, principalmente para o grupo de pessoas mais carentes, que tinham como fonte de renda o trabalho braçal.

Pelo menos é isso que se pode depreender dos números que comprovam o crescimento não só do Bolsa Família, mas também dos demais benefícios sociais que são gerenciados pela Prefeitura Municipal através da Secretaria de Assistência Social.

Além disso, a própria secretária Izabel Cristina Reale Thereza (foto), comentou neste mesmo sentido nesta semana.

“A mão de obra humana que foi substituída pela mão de obra mecanizada é caracterizada por ser barata e ter um baixo nível de instrução. Muitos desses trabalhadores podem não ter sido remanejados para outras áreas de atuação e por conta disso, por não terem se adaptado à nova realidade, gerou uma situação de desemprego fazendo com que muitas dessas famílias, dependentes da renda proveniente de atividades que agora são mecanizadas, entrassem nas faixas de renda que o programa atende por estarem desempregadas”, comparou.

De acordo com Reale Thereza, as famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família são aquelas cuja faixa de renda per capita esteja entre R$ 0,00 a R$ 89,00 e R$ 89,01 a R$ 178,00, “caracterizando a pobreza e extrema pobreza, respectivamente”, conforme estabelece o Decreto nº. 9.396, de 30 de Maio de 2018. “Para ter acesso ao benefício a pessoa responsável pela unidade familiar, preferencialmente mulher, deve procurar o CRAS ou posto de atendimento do Cadastro Único para fazer o cadastro”, reforçou.

Mas Reale apresenta outra justificativa: “uma das principais justificativas relacionadas ao aumento do número de famílias beneficiárias é a crise financeira que teve início em meados de 2014, sofrendo forte recessão de 3,8% no ano de 2015 e 3,6% em 2016 conco­mitantemente à onda de desemprego que assolou o país junto com a crise, passando de pouco mais de 6% de desempregados em 2014 e atingindo o ápice de 13,7% em março de 2017. Tal explicação condiz com o histórico do aumento de famílias beneficiárias pelo Programa Bolsa Família em Olímpia, que teve aumento de 26,16% em comparação com novembro de 2016 e novembro de 2017, e de 16,99% em comparação com novembro de 2018 e mesmo período do ano anterior”.

 

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