03 de dezembro | 2023

Lisse chamou uma munícipe de barriguda em sessão da Câmara

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PRECONCEITO ESCRACHADO!
Mulher ofendida disse que vai tomar todas as medidas cabíveis, inclusive pedir cassação.
Comentário desrespeitoso gera debate sobre ética e respeito na política.

A Câmara Municipal de Olímpia foi palco de um incidente que gerou grande repercussão na última sessão que aconteceu na segunda-feira, 27. O vereador Hélio Lisse Júnior, em meio a uma discussão acalorada, dirigiu-se a uma mulher na plateia, chamando-a pejorativamente de “barriguda”. O episódio, que ocorreu no final da sessão, levou à suspensão temporária dos trabalhos pelo presidente da Casa e acendeu um debate sobre a conduta de representantes públicos.

O conflito teve início com uma troca de acusações entre Lisse e outro vereador, Tarcísio, intensificada pela intervenção da plateia. Uma mulher na audiência, conversando com outro vereador, chamou Lisse de “Gatão”, e este entendeu que ela teria dito “X9, aludindo a acusações de que ele teria compartilhado informações de uma reunião privada para o prefeito. Em resposta, Lisse retorquiu chamando a mulher de “X10”, justificando o termo era pelo tamanho de sua barriga, em um claro ato de gordofobia.

FORAM VÁRIOS OS GRITOS
ATÉ DE VEREADORES
 DIZENDO QUE ERA GORDOFOBIA

A reação no plenário foi imediata, com colegas de Lisse e membros da plateia acusando-o de preconceito. Uma munícipe, presente na sessão, expressou sua indignação: “É inaceitável que um vereador, eleito para representar o povo, cometa um ato de preconceito tão explícito. Isso não pode se repetir. Hoje foi com uma de nós, amanhã pode ser com qualquer outra pessoa.”

A gordofobia, embora não seja classificada como crime no Código Penal brasileiro, pode ser enquadrada como dano contra a honra, permitindo ações civis e criminais. Especialistas apontam que o preconceito contra pessoas com sobrepeso é um problema social sério, com impactos psicológicos profundos nas vítimas.

MULHER REGISTROU BO E
FALOU ATÉ EM PEDIR A CASSAÇÃO

A ofendida registrou Boletim de Ocorrência na Câmara e afirmou que vai tomar todas as medidas cabíveis, inclusive, falou até em entrar com um pedido de cassação contra o vereador na própria Câmara, pois ele sim teria ferido frontalmente o decoro parlamentar.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 60% da população brasileira está acima do peso ideal, e muitos enfrentam preconceito por essa condição. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica confirmam que o preconceito contra pessoas gordas é uma realidade alarmante.

LUTA CONTRA DISCRIMINAÇÃO
É DESAFIO CONTÍNUO

O incidente na Câmara Municipal de Olímpia serve como um lembrete da importância da educação e do respeito mútuo em todos os espaços, públicos ou privados. A luta contra a gordofobia e outras formas de discriminação é um desafio contínuo, que exige a participação ativa de todos os setores da sociedade.

A situação gerou um movimento de repúdio nas redes sociais, com muitos cidadãos de Olímpia expressando sua decepção e indignação com a atitude do vereador.

A Câmara Municipal de Olímpia, após o incidente, enfrenta o desafio de restaurar a confiança da população na integridade e no respeito de seus membros.

REPERCUSSÃO MOSTRA
MUDANÇA DE CONSCIÊNCIA

O episódio na Câmara Municipal de Olímpia não é um caso isolado, mas parte de um problema mais amplo de comportamento inadequado e falta de respeito no ambiente político.

A discussão sobre gordofobia e respeito na política, desencadeada pelo incidente na Câmara Municipal de Olímpia, é um passo importante na luta contra a discriminação e na promoção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. A atenção dada a este caso, principalmente nas redes, reflete uma mudança positiva na consciência pública e na exigência por um comportamento ético e respeitoso por parte dos eleitos.

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