24 de agosto | 2015

Líderes envolvidos com seita religiosa foram soltos pela PF

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Da redação com G1 Sul de Minas

Os seis líderes da seita "Jesus, a Verdade que Marca", presos durante uma operação da Polícia Federal (PF), foram soltos na madrugada deste sábado (22). Segundo o delegado da PF, João Carlos Girotto, a prisão temporária deles venceu à meia-noite e a polícia não pediu a prorrogação por mais cinco dias. Cinco dos seis líderes da seita estavam no Presídio de Três Corações (MG) e uma sexta pessoa estava presa em São Paulo (SP).

A PF informou ainda que analisa os documentos apreendidos e cruza as informações para concluir o inquérito em até 45 dias, contados a partir de segunda-feira. Nesse período, o delegado não descartou a possibilidade de acontecerem novas prisões.

Como se sabe, na segunda-feira, dia 17, uma operação da PF realizada em Minas Gerais, Bahia e São Paulo prendeu seis líderes envolvidos com a seita Jesus a Verdade que Marca. As investigações apontaram que os dirigentes da organização estariam mantendo pessoas em regime de escravidão nas fazendas do Sul de Minas. Os fiéis ainda entregavam todos os seus bens à instituição sob a promessa de viverem em uma comunidade onde tudo é dividido por todos.

Dois dos líderes presos chegaram a ser levados para a sede da PF, em Varginha na sexta-feira, dia 21, para prestar depoimento, mas de acordo com o delegado, os suspeitos permaneceram calados durante todo o tempo.

SEITA RELIGIOSA
De acordo com a PF, os fiéis frequentavam uma igreja com sede na capital de São Paulo e, em seguida, eram convencidos a ir para o interior, com uma mudança completa de vida. Ao entrar para a seita Jesus, a Verdade que Marca, eles seriam convencidos a doar todos os seus bens.

"Eles são levados para o interior sob a promessa de que viveriam em comunidades onde vigeria o princípio da igualdade absoluta. Todos os bens seriam de todos. Na sequência as pessoas são transferidas para fazendas, onde trabalham sem remuneração. Lá eles também têm a liberdade cerceada e, ao irem para as cidades, são escoltadas por membros da seita", afirmou o delegado de Varginha, João Carlos Girotto.

Segundo a denúncia, os fiéis assinavam um termo de doação de todos os seus bens. Nas fazendas da organização, trabalhavam executando atividades agrícolas, e ainda em postos de combustíveis e restaurantes. Os funcionários assinavam recibos de pagamento pelos serviços, mas não recebiam os salários, que ficavam com a seita. "Os líderes conseguiam um lucro exorbitante com o trabalho deles e doações", acrescentou o delegado da PF.

PATRIMÔNIO

A estimativa é que o patrimônio recebido em doações dos fiéis chegue a pouco mais de R$ 100 milhões. Parte do dinheiro teria sido convertida em grandes fazendas, casas e veículos de luxo.

No patrimônio da seita estão casas de alto padrão, carros importados e restaurantes finos. A PF afirma que a ostentação fazia parte da rotina dos líderes da seita.

"Há uma discrepância absoluta. Os fiéis em fazendas com situações precárias, e os líderes do religioso ostentando riqueza e adquirindo bens de considerável valor", diz o delegado.

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