02 de fevereiro | 2020
Lamana acredita que o aumento da água volta após eleição de outubro
PAUSA PARA A VOTAÇÃO? Se fala em reduzir investimento significa que vai reajustar depois.
Quem tem poço próprio paga apenas pelo esgoto.
O ex-superintendente do Daemo, Otavio Lamana Sarti, em entrevista que concedeu no início da semana ao programa “Cidade em Destaque” que é transmitido pela Rádio Cidade e também através do “Youtube” e “Facebook”, afirmou ter ficado apreensivo com as declarações que ouviu do prefeito e temer que o retorno do reajuste de 20% em cima da tarifa de esgoto pode voltar após a eleição, principalmente se ele se reeleger.
Lamana assim se expressou: “O que me deixou um pouco preocupado na fala dele é quando ele justifica que não vai fazer o aumento e os procedimentos que vai tomar por não ter dado esse aumento, um deles é reduzir o investimento do Daemo. Então, se vai reduzir o investimento, acho que agora não aumenta mais o preço da água até eleição, mas depois da eleição, ou ele não faz nada ou aumenta o preço. Provavelmente, vai aumentar o preço”.
“O Daemo, conta o ex-superintendente, logo no início do governo Cunha, tinha uma série de planos para desenvolver a autarquia; tanto no tratamento de esgoto, quanto na entrega da água na casa do cidadão. Nós vimos que nos últimos três anos, isso não encaminhou muito bem e os fatos estão aí acontecendo e com uma série de agravantes que no momento vem à tona em mais um aumento no preço de água um tanto quanto abusivo”, asseverou.
SOBRE REAJUSTE PROGRESSIVO
Sobre o reajuste progressivo, Lamana explicou: “O que acontecia no passado é que nós tínhamos falta de água na cidade, problema de captação. Então, era preciso fazer alguma coisa para inibir o consumo. Embora o preço progressivo não seja da minha época, entendo que era um fator limitante para fornecer essa água. Você tinha pouca água, então tinha que ficar melhor distribuída e por isso se pagava mais caro. Mas hoje, com os poços que temos aí, nós temos água sobrando, mas acontece que ela não está chegando”.
E continua: “Então, o que seria justo fazer no Daemo daqui para frente? Você fazer a média de consumo e que acontece, aquele cidadão que consome os 10m3 o ano inteiro e aí ele chegou lá na frente, ele estourou um mês ou dois, você não ia majorar, porque você vinha cobrando – mais ou menos tipo que a CPFL faz, ela cobra médias. Conforme vai subindo ou descendo o seu consumo, você tem uma média. Nós já tínhamos estudado isso lá na informática. É lógico que quem gastou mais, vai ter que pagar um pouco mais. Mas, não dessa forma”.
Sobre se é justa cobrança de valor igual ao consumo da água para o esgoto decretado no final do ano pelo atual prefeito e revogada na semana passada, o ex-superintendente acredita que 100% não.
“Por exemplo, quando você drena uma piscina que você joga essa água lá na sarjeta, ela entra na rede de águas pluviais. Ela não é uma água contaminada. Aquela água que às vezes a dona de casa lava a calçada, essa água não é considera esgoto. Eu acho os 80% muito justo. Esse parâmetro é histórico que seria em sempre cobrar os 80%, porque os outros 20% é água de consumo para você beber e água pluvial”, disse.
E continuou: “Agora a questão é a seguinte: quanto custa para tratar esses 80%? Entendo que o órgão público não pode visar lucro ou arrecadar para cuidar do canil por exemplo. Tem que levar em consideração o custo e já prever a necessidade de investimento e aplicar a tarifa justa. Se esta for incompatível com a capacidade da população, então seria necessário achar uma forma de equacionar o problema. Mas, custo é custo”.
QUEM TEM POÇO PROPRIO PAGA APENAS ESGOTO
Perguntado se os poços particulares pagam alguma coisa ele foi claro: “Não!”. Ela paga uma taxa de esgoto. E adiantou que nos casos dos poços particulares o Daemo não faz exame nenhum e as pessoas que costumam pegar água no lugar, acabam correndo o risco de estar consumindo água contaminada”, adiantou.
Segundo ele, a taxa de esgoto neste caso, não tem como ser aferida pelo consumo de água, então o Daemo faz uma estimativa com base no histórico de consumo anterior ao poço e pelos equipamentos que o sujeito tem em casa, área construída e outros fatores.
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