20 de novembro | 2011

Lagoas de esgoto expõem saúde de moradores do Morada Verde

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A proximidade das lagoas da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), do Córrego dos Pretos, pode expor a integridade da saúde dos moradores do conjunto habitacional Village Morada Verde a várias doenças. Embora em fase de construção de uma estação compacta no Jardim Santa Fé, que irá absorver todo o esgoto daquela região da cidade, as casas estão sendo entregues com as atuais lagoas ainda em atividade.

Uma situação que pode ter consequências muito graves para a qualidade de vida da população e, da parcela diretamente afetada, as crianças são as que podem mais sofrer. Por isso, esta Folha ouviu um especialista no assunto que, embora sem conhecer a real situação de perto, passou algumas informações a respeito. Ele justifica que para serem mais detalhadas, precisaria de dados técnicos da área em questão.

Mas, inicialmente ele sabe que há duas lagoas, de aproximadamente 100 metros por 60 cada uma (dimensões estimadas pelas fotos), ainda funcionando a menos de 100 metros do conjunto habitacional.

De acordo com o que informou, em linhas gerais, há riscos de emanação de odores e proliferação de moscas e ratos, caso as lagoas sejam muito bem operadas e com manutenção adequada.

Quanto mais próxima estiver de habitações melhor devem ser operadas. Além disso, alerta que o local deve ser bem cercado, com acesso restrito e, principalmente fechado com cercas vivas para amenização dos odores, o que não ocorre atualmente.

Precisa-se avaliar também a limpeza do sistema de gradeamento da entrada e remoção de escumas, para onde vai e, quanto tempo e como ficará armazenada na área.

Mas alerta também para os cuidados necessários para depois da suspensão do tratamento de esgoto nessas lagoas, que devem ser esvaziadas e aterradas, ou ainda remover o lodo de fundo e adequação para outra finalidade como composição paisagística e criação de peixes. Precisam ser reformadas e adaptadas à nova finalidade.

Sobre uma distância segura entre as lagoas e as casas, o professor explica que precisa saber as dimensões e concepção do tratamento para verificar se atendem ao volume de esgoto que está recebendo. De qualquer forma a área necessita ser fechada para evitar riscos de contaminação da população.

A DÚVIDA É CRUEL

Mas a grande dúvida agora é a de quanto tempo as lagoas continuarão funcionando no local até serem desativadas com a entrada em funcionamento da Estação Compacta no Jardim Santa Fé e qual será o prejuízo para a saúde dos desavisados moradores que pra lá estão correndo para resolver a sua situação de moradia.

Partindo da premissa de que não pode existir vida animal, nem plantações num raio que varia de 200 a 700 metros, dependendo do tamanho das lagoas, colocando em risco a saúde pública, a questão que se coloca é como a Cetesb, como garantiu o prefeito, pode ter concedido prazo de 30 dias para a desativação desta verdadeira fossa sanitária a céu aberto existente no local.

Já de acordo com uma pesquisa realizada pela Internet, transmitidas por vetores que se relacionam com a água, as doenças podem ser propagadas por insetos que nascem na água ou picam perto dela. A leptospirose, em razão da possibilidade de existência de ratos, é uma das doenças que pode ocorrer.

Essas lagoas podem ocasionar a contaminação até por causa de um aumento do volume do efluente a ser tratado, prejudicando assim o tratamento. O problema pode ser aumentado com a variação das condições climáticas, principalmente quando há um aumento considerável da temperatura, porque, com o clima quente, a proliferação dos insetos é maior nas suas proximidades.

Por isso que, normalmente para implantar uma ETE com lagoas é preciso uma área localizada em uma região propícia, onde não haja transtornos à população nem mesmo para a manutenção e operação destas lagoas.

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