A advogada Helena de Souza Pereira anunciou na manhã da quinta-feira desta semana, dia 26, o nome de Renato Joaquim Bitencourt, conhecido popularmente por Marrom, como seu novo candidato a vice, em substituição ao frei franciscano Flaerdi Silvestre Valvassori, na coligação “Saúde, Honestidade e Trabalho”.

Na oportunidade, embora declarando muita tristeza e em determinado momento demonstrando muita emoção, Helena reafirmou sua candidatura ao cargo de prefeita, dizendo que lutará até o final, mesmo que enfrentando muitas pressões.

“É com muita tristeza, angustia e com o coração dilacerado que eu tenho de reunir vocês aqui hoje para dizer que infelizmente, diante de grandes pressões que a gente vem sofrendo nesses tempos, diante de forças ocultas, eu me sinto como se novamente um rolo compressor estivesse passando sobre mim”, disse inicialmente.

“Mas eu continuo firme e quero dizer que é uma tristeza muito grande termos que substituir um nome de grande importância que iria contribuir enormemente para uma mudança no processo eleitoral de Olímpia, um nome forte”, acrescentou.

Entretanto, ao mesmo tempo e considerando que terá o apoio do frei, mesmo que fora da candidatura, disse que “felizmente o frei Flaerd continua conosco na nossa campanha, estará conosco no nosso governo com toda a certeza e estamos aqui com o Marrom, que é o Renato Joaquim Bitencourt, com a alegria de ter sido (o nome) indicado pelo frei Flaerd e que vai continuar conosco e para minha alegria eu percebo hoje que é uma liderança que despontou”.

Já sobre Marrom, de acordo com ela, o contato entre ambos iniciou no ano passando em busca de coligações partidárias para disputar a eleição e aprendeu a admirar Renato Bitencourt. “Uma pessoa de uma tranquilidade, de um caráter muito grande e admiro muito a firmeza com que ele lida com os assuntos políticos”, afirmou.

“O marrom é uma pessoa de origem humilde como eu e que tem essa sensibilidade para lidar com as coisas da pessoas menos favorecidas e eu tenho certeza que junto conosco ele fará um governo participativo ligado para as pessoas menos favorecidas”, reforçou.

Helena explicou que Marrom tem a mesma preocupação que ela. “Ele comunga da mesma fé, dos mesmos desejos de fazer esse governo participativo verdadeiramente e que estamos preocupados sempre com a vida das pessoas, com os direitos constitucionais que elas têm que são a saúde, educação, segurança, trabalho e dignidade”.

CONFIANTE NA ELEIÇÃO
A candidata agradeceu ao frei Flaerdi  dizendo: “tenho certeza que a partir do dia 1.º de janeiro de 2013 nos estaremos juntos nessa luta por uma Olímpia melhor e àqueles que estão ai preocupados digo que eu não estou preocupada. Eu não temo panfletos, eu não temo pressão, não temo dossiês. Eu não temo esse tipo de coisas. Aquelas pessoas que preocupadas, aliás isso é uma prática, esse filme eu já vi, já vivenciei isso. Então, eu não tenho esse medo. Eu estou tranquila”.

Sobre o processo eleitoral disse que está candidata até o dia 7 de outubro “porque no dia 8 eu já serei a prefeita de Olímpia. Então, quero deixar muito bem claro para a população que eu não vou desistir. Nada vai tirar esse desejo de lutar por uma Olímpia melhor, muito mais digna e muito mais justa. Nada vai me deter. Portanto, se as asas do mal são muito grandes, o manto de Deus é imensamente maior e é ele que me cobre. É Deus que me mantém”.

NOVO CANDIDATO A VICE
Já o agora candidato a vice-prefeito na coligação de Helena Pereira, Renato Joaquim Bitencourt. Explicou a nova situação que vai encarar durante a campanha: “Eu seria candidato a vereador, mas jamais poderia, por ser uma pessoa cristã, mediante tantas situações, ficar sentado numa cadeira assistindo tudo isso e me coloquei a serviço mais uma vez, da vida humana, da vida que é gerada, é criada e tem que ser valorizada”.

Bitencourt disse que ainda: “Avalio essa situação com bastante tranquilidade e esperança naquelas pessoas que realmente tem o bem em seus corações e possam acreditar na gente. Porque mediante a tantos boatos, a tantas coisas que vem sendo colocados na nossas cidade, nós somos pessoas do bem que queremos mudar essa situação atual na nossa cidade”.
 

Frei Flaerdi atende igreja e renuncia a disputa ao

cargo de vice-prefeito ao lado de Helena Pereira
Durante entrevista coletiva concedida na manhã da quinta-feira desta semana, dia 26, o frei franciscano Flaerdi Silvestre Valvassori explicou os motivos que o levaram a renunciar à disputa pelo cargo de vice-prefeito ao lado de Helena Pereira, nas próximas eleições. Mas ele prometeu continuar participando da campanha ao lado de Helena e do seu novo vice, "Marron", Renato Joaquim Bitencourt, que foi indicado pelo próprio religioso.

Valvassori iniciou sua manifestação dizendo que nasceu no período da ditadura e que, inclusive, participou do movimento “Caras pintadas”, que atuou na queda do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Ressaltou também que a própria Igreja Católica participou de todo esse processo de politização.

Até por isso critica a afirmação feita por alguns de que alguém está proibido de participar da política. Disse também que esse discurso foi feito durante muito tempo em relação às mulheres, o que considera discriminação, inclusive a participação de um frei, como é o seu caso.

“A discriminação ainda existe hoje no coração de tanta gente. Não podemos ter essa concepção de que padre não pode participar (da política). O religioso não pode, o lugar dele é na sacristia. Isso é inconcebível. Todo cidadão tem direito à participação, ainda mais quando existe uma causa, essa causa é democrática e vê e começa a partir do olhos de quem está sofrendo no dia a dia”.

Flaerdi afirma que sempre se rebelou muito com “os processos eleitorais, os votos de cabresto, as ameaças à família, à pessoa, inclusive com a perda de emprego porque você se posiciona junto a um partido que vai mudar a história de uma cidade ou de uma nação”.

“É ruim quando a gente vê que ainda hoje isso acontece. Pessoas perseguidas porque se aliam a um ideal, a um projeto de vida, a um projeto de mudanças, que crê numa cidade nova ou mesmo numa nação nova. Tudo aquilo que é antidemocrático, eu sou contrário. Eu sou favor da democracia e acredito que todos podem juntos construir uma cidade nova, uma nação nova”, acrescentou.

A opinião de Flaerdi conflita com a decisão da igreja católica. “Tenho recebido essa (afirmação): mas lugar de padre não é na política, lugar de padre é na sacristia. Esse era um discurso usado com a própria igreja no período em que a igreja era a única voz e vez dos que não tinha voz e nem vez. Então, que hoje não se repita uma questão assim. Todos têm direitos”, disse.