28 de junho | 2009

Guarani registra prejuízo mesmo com receita 29% maior

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 A empresa Açúcar Guarani encerrou o ano fiscal em 31 de março de 2009 registrando prejuízo, mesmo com o fato de ter obtido uma receita 29,2% maior que no ano anterior. Os números divulgados no comunicado distribuído à imprensa mostram uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão no ano 2008/09, sustentada pelo aumento de preços e volumes comercializados.

Mas ao mesmo tempo, registrou prejuízo líquido de R$ 291 milhões, motivado pela desvalorização do Real e da amortização do ágio sobre as aquisições.

O balanço financeiro relativo ao período de 1º de abril de 2008 a 31 de março de 2009 foi divulgado apontando que a receita líquida passou de R$ 906,1 milhões para R$ 1.170,7 milhões. O crescimento, de acordo com o comunicado, foi reflexo do aumento no volume comercializado de açúcar, cerca de 4,6% a mais e de etanol, aproximadamente 39%,  também a mais que no ano fiscal anterior.

Também de acordo com a nota divulgada, a comercialização de açúcar representou 60,6% do volume das vendas, o etanol respondeu por 32,2%. A empresa contou ainda com as vendas de outros produtos que representaram 7,2% do total comercializado.

Entretanto, mesmo assim a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 291 milhões, o que torna o resultado mais negativo quando comparando ao prejuízo líquido de R$ 46,6 milhões do ano anterior.

O desempenho negativo foi influenciado principalmente pelo efeito “não-caixa” da desvalorização do Real em relação ao dólar norte-americano e pela amortização do ágio resultante das aquisições de empresas. “Isso não significa que saiu dinheiro da companhia. São fatos ‘não-caixa’”, explicou o diretor-presidente Jacyr Costa Filho.

Segundo o relatório se fossem desconsiderados os efeitos “não-caixa”, a Açúcar Guarani teria um prejuízo líquido de R$ 10,7 milhões ou uma margem líquida negativa de 0,9%, ambos ajustados pelo efeito do imposto de renda e da contribuição social.

Costa Filho ressalta o aumento de 45% no resultado operacional da companhia, ou seja, receita menos custos de operação, de R$ 228,3 milhões. No ano de 2008, o valor das ações da Açúcar Guarani começou o ano se mantendo estável, com recomendação de compra por algumas corretoras.

Mas no segundo semestre as ações iniciaram uma curva negativa até outubro, voltando a demonstrar reação somente a partir da segunda quinzena de abril de 2009, mesmo assim ainda abaixo do que estava a um ano atrás. “Todas as ações sofreram com a crise, não fomos exceção”, disse Costa Filho. “Todos os analistas estão recomendando a compra das ações da Guarani”, afirmou.

“A Guarani reforçou seu balanço patrimonial por meio da conclusão bem-sucedida do aumento de capital, demonstrando o forte comprometimento de nosso acionista controlador, a Tereos. Estamos solidamente posicionados para superar as turbulências do mercado financeiro e aproveitar as oportunidades e benefícios dos fundamentos positivos para o setor de açúcar e etanol”, avisa o diretor-presidente. 

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