Embora sem terem divulgado o local da reunião, o grupo denominado “Plantio Independente de Mudas”, que até o final da tarde desta sexta-feira, dia 20, contava com 282 jovens que se apresentaram para atuar, marcou para a tarde do próximo dia 29 de julho, às 15 horas, para levar adiante uma campanha com a finalidade de plantar mudas de árvores por toda a cidade, principalmente as que têm sido erradicadas ultimamente por decisões de integrantes da administração do prefeito Eugênio José Zuliani.

O grupo já composto por mais de 280 jovens, que inclusive cresceu aproximadamente 40% desde que o movimento foi lançado na semana passada, se manifestou através da rede social facebook, se comprometendo a participar efetivamente

Como se recorda, já na sexta-feira da semana passada, dia 13, dezenas de manifestações foram postadas no sentido não apenas de incentivar a ação proposta pelos Lucas Pereira, Gabriel Loreti, Vitor Ghioto e Camila, mas também como forma de protestar contra a erradicação de algumas árvores antigas na Avenida Dr. Andrade e Silva. “Olá pessoal que está preocupado com o meio ambiente e com a sua cidade. Como você, nós jovens também pensamos no bem-estar do nosso meio ambiente, pensando nisso decidimos realizar o Plantio INDEPENDENTE (sem politicagem)”, diz o texto de abertura da página.

PREFEITO DIZ QUE AS ÁRVORES SOMENTES
SÃO ARRANCADAS APÓS EMISSÃO DE LAUDO TÉCNICO
Ao que tudo indica, para justificar a erradicação de quatro árvores que haviam na Avenida Dr. Andrade e Silva, no centro da cidade, na semana passada, o prefeito Eugênio José Zuliani afirmou que todas as árvores que já foram e que vieram a ser erradicadas na cidade, somente tiveram ou terão este destino após a emissão de um laudo técnico, que será emitido pelo Departamento de Meio Ambiente, atualmente vinculado à Daemo
Ambiental, sucessora do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO).

A explicação foi dada na terça-feira desta semana, dia 17, através de email que enviou diretamente para o editor da Folha da Região e do iFolha, versão eletrônica do jornal, advogado e jornalista José Antônio Arantes.

No entanto, o prefeito não se manifestou diretamente em relação às que foram extirpadas na semana passada.

Explicando que esse estudo seria inédito em Olímpia, Zuliani diz que nele é realizado um diagnóstico minucioso de cada árvore, catalogando várias informações como altura, diâmetro, identificação da espécie, existência de pragas e doenças, as condições das raízes, estado da calçada, entre outros, a partir do que é gerado um documento de recomendações técnicas para que seja realizado no perímetro urbano.

Trata-se de um estudo em conjunto com o Centro Universitário de Rio Preto – Unirp, que tem o objetivo de ampliar a diversificação de espécies e aumentar a quantidade, mas adequando a realidade local aos níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

De acordo com ele, os principais benefícios atribuídos à arborização urbana são: o sombreamento, a redução das ilhas de calor, o fornecimento de abrigo e alimento para a avifauna, a reserva da biodiversidade e a redução da poluição, entre outros. “E para que seja possível que as árvores cumpram aquilo que delas se espera, é fundamental que seja assegurado seu pleno desenvolvimento em condições fitossanitárias adequadas”, acrescentou.

Essas condições, segundo ele, ocorrem somente controlando o ataque de pragas e doenças que possam ao longo do tempo comprometer a saúde da árvore, tornando-as frágeis, ocas e suscetíveis às intempéries climáticas, podendo colocar em risco a segurança dos munícipes, não sendo raros os casos de queda de árvores sobre casas e veículos.

“Para que possamos tornar um centro urbano num local com arborização adequada não basta apenas plantar árvores. O plantio de novos exemplares é sem dúvida fundamental, mas igualmente importante é que se promova o manejo adequado para que possam se desenvolver plenamente”, comentou.

CULPA TAMBÉM DA POPULAÇÃO
Mas o prefeito ressalva que, além de há muito tempo não ser realizado qualquer tipo de ação de proteção contra ataques de pragas e doenças e, em muitos casos, “os danos são promovidos pela própria população ao colocarem arames e pregos para que sejam suporte dos mais diversos “acessórios”, tais como placas, cartazes e até sacolinhas de lixo”.

“Assim, quando o dano gerado é irreversível, faz-se necessária a substituição por outras plantas saudáveis, para que possam ser conduzidas de maneira a constituir uma “floresta urbana” de qualidade no futuro”, reforçou.

Segundo ele, há também a incompatibilidades entre a arborização e os diversos equipamentos públicos, tais como placas de trânsito, instalações hidráulicas, sistema de drenagem urbana, entre outros. Além disso, a existência de exemplares que se apresentam com deformidades também é analisada.

Até o posicionamento em relação ao passeio público e canteiros centrais é analisado. “Nos casos em que a adequação dos itens conflitantes é possível, os exemplares são preservados, mas tendo sempre a preocupação da manutenção da segurança das pessoas”, finalizou.

ENTENDA O CASO
Como se recorda, na semana passada a erradicação de árvores que já atingem dezenas de anos de existência, como no caso da figueira arrancada na Avenida Harry Giannechinni há alguns anos¸ causou comoção e gerou polêmica entre os jovens que frequentam a rede social facebook.

Tudo porque um desses exemplares foi extirpado junto como outras unidades em apenas um único quarteirão da Avenida Dr. Andrade e Silva, no trecho entre a Rua Síria e a Rua Conselheiro Antônio Prado.

Em especial trata-se de uma árvore que já somava dezenas de anos de existência no cruzamento da avenida com a Conselheiro onde inclusive havia um banco de concreto embaixo, que era bastante usado por idosos que residem nas proximidades daquela esquina.