02 de abril | 2017
Fernando Cunha quer que MP investigue responsabilidade no caso da Beneficência
O prefeito Fernando Augusto Cunha, quer que o Ministério Público (MP) da Comarca de Olímpia
investigue as responsabilidades no caso do abandono em que se encontra o prédio da Associação Beneficência Portuguesa, que foi devolvido no final de dezembro de 2016, pelo ex-prefeito Eugênio José Zuliani. Para tanto, já determinou a abertura de sindicância e vai acionar a promotoria pública já na próxima semana para que apure as responsabilidades e os culpados sejam punidos.
A decisão foi tomada a partir de uma visita ao local na manhã da quinta-feira, dia 30, quando o prefeito esteve no prédio para realizar uma inspeção e verificar as atuais condições.
Fernando Cunha estava acompanhado dos secretários municipais Luiz Martin Junqueira (Obras) e Lucineia dos Santos (Saúde), do novo vice-presidente da Beneficência Portuguesa, arquiteto Donizeti Antunes, do novo presidente, Luiz Gustavo Alessi, e do segundo tesoureiro da instituição, Lidiane Silvestre.
A visita foi uma medida necessária porque a Prefeitura foi notificada pela justiça na segunda-feira desta semana, dia 27, para limpar o espaço no prazo de 30 dias.
Segundo a liminar, o prédio precisa ser limpo e dedetizado com urgência por uma empresa especializada devido à existência de detritos hospitalares, materiais radioativos e documentos de guarda obrigatória.
A denúncia foi proferida pela antiga presidência da Sociedade Beneficência Portuguesa que cedeu o prédio à Prefeitura, há mais de 20 anos, para fins médico-hospitalares com encargo total ao Executivo. O local estava sob a responsabilidade da secretaria de Saúde da antiga gestão do ex-prefeito Eugênio José Zuliani, que o desocupou em 16 de dezembro de 2016.
CONSTATAÇÃO
A situação de extremo abandono e insalubridade denunciada foi confirmada durante a visita. Segundo o prefeito Fernando Cunha, a vistoria constatou uma realidade inaceitável de descaso com a saúde e com a população, uma vez que foram encontrados abandonados remédios e equipamentos que poderiam estar beneficiando os moradores.
“Constatamos no local aquilo que foi denunciado pela diretoria da Beneficência. Infelizmente, existem atos de irresponsabilidade da administração pública, deixando remédios vencidos, documentos antigos e recentes que devem estar preservados por obrigação legal. O que mais nos chocou foi certa destruição de coisas que a gente não vê razão de existir: como arrancar pias que estavam na parede. Onde que foi parar”, questiona o prefeito.
Durante a visita também foram encontrados objetos e estruturas danificadas, prontuários de pacientes, aparelho de Raio-X, cadeiras de roda, equipamentos, medicamentos, produtos inflamáveis e muito lixo misturado a animais mortos, escorpiões, ratos e morcegos. Além disso, móveis e pinturas de parede estão se deteriorando devido ao descuido.
Diante da situação e da ação judicial, o prefeito se reunirá com a equipe das secretarias de Obras e Saúde e divisão de Assuntos Jurídicos para determinar as medidas que serão adotadas pelo governo e a apuração da reponsabilidade, considerando que a limpeza especializada e a reforma do prédio terão alto custo para os cofres públicos, um recurso que poderia ser aplicado em áreas prioritárias e que será destinado para corrigir problemas passados.
“Encontramos coisas quebradas e um vandalismo que nos deixou a pior impressão possível e nós vamos assumir a responsabilidade como poder público, como prefeitura, de promover a limpeza do prédio. Vamos de imediato tomar as providências dentro das condições que cada material exigir. Nós vamos promover essa limpeza e iniciar as negociações com a diretoria da beneficência pra ver o que mais a prefeitura poderá fazer junto com a diretoria para tornar esse prédio histórico útil para a nossa cidade”, se compromete Fernando Cunha. Sobre a limpeza, a Prefeitura deverá começar na próxima semana.
MEDICAMENTOS
Durante a vistoria foram encontrados os seguintes medicamentos: Ritalina (hiperatividade infantil), Oxicarb (Xarope antiepilético infantil), Diclofenaco Injetável (anti-inflamatório – utilizado na UPA), Metronidazol (vermes infantis), Depakene (epilepsia – estava em falta quando assumimos a gestão, mas compramos), entre outros. Grande parte deles são de uso controlado.
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