25 de março | 2012

Falta de plantonista à distância força família pagar médico para internar

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A falta do chamado plantão à distância, que se trata de um médico mais experiente que, embora longe do hospital, desde que esteja escalado, permaneceria à disposição para prestar atendimentos de urgências, teria forçado uma família a pagar por um consulta particular para conseguir internar um ente querido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), da Santa Casa de Olímpia.


Isso pelo menos é o que se pode entender das informações tornadas públicas pelo operador de máquinas Sérgio Perpétuo Domênico, morador da Rua Engenheiro Reid, no centro de Olímpia, cujo pai apresentou problemas graves de saúde e teve de ser levado às pressas para o pronto socorro que funciona em prédio anexo à edificação onde funciona a Santa Casa de Olímpia.


De acordo com o que relatou no início da tarde desta sexta-feira, dia 23, a uma emissora de rádio local, o pai tem problemas pulmonares e está internado na UTI da Santa Casa inclusive respirando artificialmente, depois de pagar R$ R$ 320 por uma consulta particular durante a madrugada.


Sérgio Domênico se viu obrigado a chamar o médico Roberto Ribeiro para salvar a vida do pai. “Eu chamei e paguei um médico para ir lá porque senão ele tinha morrido mesmo no pronto socorro. Tinha atendimento, mas é incompetente”, afirmou.


Domênico contou que ficou sabendo através de uma das enfermeiras que os plantonistas não têm autorização para internar pacientes, mesmo na UTI. “Queria saber da médica porque a enfermeira me falou que não tem (autorização para internar) e que tinha de chamar o médico. Eu paguei R$ 320 de consulta e se não tivesse dinheiro meu pai tinha morrido na hora, na maca, lá”, denunciou.


No entanto, fez questão de frisar que o problema do atendimento não está dentro da Santa Casa, mas sim na maneira como o pronto socorro está sendo gerenciado, parecendo que está acéfalo e sem nenhum comando. “O problema está sendo no plantão. Está difícil. Tem médico que é difícil de lidar”, afirmou eximindo o hospital de qualquer culpa. Mas repetiu que foi obrigado a chamar outro médico mais experiente para evitar a morte de seu pai. “Ele bateu o olho em meu pai e já foi para a UTI e já medicou”.


CASO DE POLÍCIA


Ele contou que acionou a polícia por causa da forma como foi atendido pela médica Maria Elizete de Carvalho Alves, de 52 anos de idade, moradora em General Salgado, e até mesmo em busca de uma solução definitiva para os problemas que vêm ocorrendo no pronto socorro. “Eu tive que chamar (polícia) para mim e por outras pessoas para tentar mudar alguma coisa, porque ou vai de um jeito ou vai de outro. Tem que mudar. Porque vai esperar morrer uma ou duas pessoas”, aproveitou para questionar.


A ocorrência de desinteligência foi registrada na madrugada da sexta-feira desta semana, dia 23, por volta das 3h10.


Domênico declarou à polícia que ao chegar ao pronto socorro com o pai havia outro paciente para ser atendido e que aguardou por aproximadamente 20 minutos.


Porém, também segundo consta na polícia, durante o atendimento ele desentendeu com a médica, pois achava que o tratamento não estava sendo adequado porque seu pai estava mal e foi solicitada a presença de outro médico.


Mas Sergio contou à emissora de rádio que chegou com o resgate e a médica estava dormindo e quando acordou foi atender uma senhora que já esperava por ela. “Eu vi. A médica estava dormindo”, afirmou.


Em seguida acrescentou: “Depois foi atender ao meu pai. Mas o problema ocorreu na hora e ela foi atender ele. Primeiro a enfermeira foi e fez o procedimento normal colocando a máscara de oxigênio e o soro. Nisso ela foi atender e a gente explicou o caso.


Ela passou três medicamentos. Nem olhou ou pos a mão, virou as costas e estava saindo. Eu falei onde ela ia e se ela não ia consultar. Ela disse que já tinha medicado e que a enfermeira olharia”.

Sérgio contou que o pai já apresentou o mesmo problema há sete anos atrás e quase morreu. “É o
mesmo caso agora”, reforçou.


OUTRO LADO

De acordo com o que consta na polícia, a médica declarou que estava atuando como plantonista no pronto socorro municipal, que funciona em prédio conjugado à edificação do hospital, e que prestava atendimento ao senhor Liberato, quando, segundo ela, foi ofendida com palavras pelo filho do paciente, o operador de máquinas Sérgio Perpétuo Domênico, morador da Rua Engenheiro Reid, no centro de Olímpia, que a teria ofendido com xingamentos.


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