17 de outubro | 2011

Entrevista mostra descontrole financeiro na Santa Casa de Olímpia

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Uma entrevista concedida no final da tarde da terça-feira desta semana, dia 11, mostra que, ao contrário do que a população sempre espera acontecer, há um grande descontrole financeiro na Santa Casa de Olímpia. Durante aproximadamente 60 minutos, tanto o provedor, Mário Francisco Montini, quanto o vice, diretor da Prodem Vivaldo Mendes Vieira, não souberam informar com precisão números relativos ao gasto mensal que o hospital tem.

Essa situação ficou bastante clara numa das respostas dadas por Montini quando inclusive comentava o provável início das atividades da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que, para o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, irá desafogar a instituição no tocante aos gastos com o pronto-socorro.


“O custo do hospital em si, estamos batalhando muito para conseguir fazer um levantamento de dados. Ainda falta muito para a gente saber esses custos”, disse Mário Montini.


No entanto, para ele, a UPA não vai alterar em nada o problema financeiro da instituição, “nem para o bem e nem para o mal”. Disse isso, porque ainda não sabe o custo operacional do pronto-socorro que atende entre 150 e 170 pessoas por dia, a maioria pelo SUS. “Não atemos ainda uma planilha de custos”, reforçou Vivaldo Mendes.


A diretoria, segundo se depreende das explicações, não tem nem mesmo um levantamento dos gastos com medicamentos.


Mas, se ainda não se tem conhecimento da situação real, principalmente nos casos dos gastos do pronto-socorro e com a aquisição de medicamento, há a certeza que todo e qualquer dinheiro que entrar nunca será suficiente para a solução do problema. “O dinheiro não é suficiente”, diz Mario Montini.


USO POLÍTICO


Enquanto isso, o hospital vai vivendo da “caridade política”, como, por exemplo, as emendas parlamentares que ora liberam pequenas quantias, ora valores maiores, como foi o caso mais recente, no qual o hospital está recebendo do Governo do Estado de São Paulo, a título de custeio.


Até por isso, Montini não descarta certa vinculação com o mundo político e entende que é muito necessário. “Você só consegue uma verba através do trabalho de um político. Ele tem que estar envolvido com a coisa para fazer alguma coisa. Não vou dizer que só o Geninho está envolvido com isso, porque há outras pessoas que estão trabalhando também nisso”.


E se há essa “colaboração política”, há também de haver o retorno. “Quando um deputado vai trazer uma verba, faz isso obviamente para levar o nome dele para a população e se você não der esse retorno para ele, ele não vai trabalhar de novo nisso”, justifica.


Ao pé da letra, o que Montini garante é que nenhum político vai trabalhar se não houver o retorno político através da divulgação do nome. “Vai dizer eu fui lá e ninguém falou nada. Então, a gente não pode ser hipócrita. Nós temos que saber lidar com isso”, explica.


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