11 de maio | 2014

Diálogo em escuta telefônica da Máfia do Asfalto expõe a situação difícil de caixa da Prefeitura local em 2010

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Um diálogo, provavelmente, entre o prefeito Eugênio José Zuliani (foto) e o empresário Olí­vio Scamatti (foto à esquerda), pro­prietário da empresa Demop Participações Ltda., considerado o líder de um esquema de propina que ficou conhecido por Máfia do Asfalto, que foi gravado no dia 10 de agosto de 2010, às 8h40, expõe a situação difícil de caixa que a Prefeitura de Olímpia estava enfrentando na ocasião.

A gravação embasou a chamada operação Fratelli – irmãos em italiano – que foi deflagrada no dia 9 de abril de 2013, num trabalho em conjunto envolvendo o Grupo de Atuação Especial de com­bate ao Crime Organizado (GAECO) de São José do Rio Preto, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF) de Jales.

A constatação foi feita pela editoria desta Folha a partir de arquivos digitais que o jornal recebeu anonimamente, contendo degra­vações das escutas telefônicas de Olívio Scamatti, registrado com o nome DCRS374500210810084. 011.

A conversa é entre Olívio e uma pessoa que aparece como HNI (homem não identificado), que uma das interpretações possíveis é a de que HNI seja o prefeito de Olímpia que, inclusive poderia estar negociando com o empresário investigado o pagamento de serviços de coleta de lixo na cidade.

Em determinado trecho consta: “Olívio diz que HNI precisa ajudá-lo com o negócio do lixo, pois tem 800.000 pra receber e vai quebrar. HNI pergunta se 800. Olívio diz que tem aqueles 350 e mais dois meses de 400. HNI pergunta se faz dois meses que ele não paga Olívio e este confirma, dizendo que tem ainda aqueles 350 que ele diz que está com o Alaor, que está no jurídico, que não sabe”.

PARCELAMENTO

Em outro trecho HNI volta a explicar a situação inclusive esclarecendo que o valor devido do lixo é de R$ 400 mil por mês e que o pagamento de um valor de R$ 350 mil não seria imprescindível e inclusive poderia ser parcelado. “HNI diz que vai ligar pro Alaor, que ele não está sabendo, e dizer que o do mês não pode atrasar, que os 350 se atrasar um pouquinho, pagar em duas ou três vezes, não tem problema. Olívio diz que não está preocupado com isso aí, não. Que é só empenhar, e depois HNI paga. HNI diz que esse do dia a dia, do mês, não pode atrasar”, consta neste trecho da degravação da conversa capturada.

 

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