28 de junho | 2009

Daemo pagava horas extras inexistentes a alguns funcionários

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O Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), pelo menos a alguns de seus funcionários, pagava horas extras que não tinham efetivamente sido realizadas. A informação tornou-se pública durante uma entrevista na qual o superintendente geral da autarquia, Valter José Trindade, justificava o Projeto de Lei encaminhado à câmara municipal, alterando a organização funcional com a criação de alguns cargos de confiança.

Este, segundo ele, a situação servia par remunerar funcionários que trabalham na autarquia que, às vezes assumiam algum condição diferente do que a prevista pelo cargo que ocupavam, gerando um gasto extra. Para a reportagem desta Folha da Região, o diretor citou o caso de um servidor que fica à disposição para atender alguma emergência em um final de semana.

“Só com horas extras de pessoas que não trabalhavam em horas extras e recebiam por isso porque não tinha disciplina, nos já economizamos mais do que esse valor. Se a gente disciplinar esse trabalho com hierarquia, com pessoas que estarão lá comandando e administrando, vamos ter uma redução de mais de R$ 10 mil em horas extras que às vezes são feitas por falta de planejamento. Hoje o DAEMO tem um custo de R$ 15 a R$ 20 mil de horas extras por mês, porque não é que as pessoas estão fazendo horas extras e querem fazer para ganhar mais é porque falta planejamento. Tendo planejamento vamos reduzir para R$ 5 mil, R$ 3 mil por mês”, explica.

O Projeto de Lei de autoria do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, que tem a finalidade de dar nova organização ao DAEMO, será discutido durante audiência pública que acontecerá na segunda-feira, dia 29, na câmara municipal de Olímpia. Depois de retirada da pauta de votações, a proposta voltou a ser apresentada para votação no plenário do Legislativo.

A proposição do prefeito cria 11 cargos em comissão na autarquia que, de acordo com o superintendente geral, Valter José Trindade, vai dinamizar mais os serviços da autarquia e, além disso, gerar economias razoáveis ao caixa do DAEMO.

“Se você pensa numa empresa, você tem o seu chefe imediato. No Daemo não existe essa figura. O superintendente tem que resolver 100% dos casos e isso é impossível para uma pessoa administrar. O que estamos fazendo é setorizando a administração ou delegando a administração. Na área técnica tem engenheiro que vai administrar. Área comercial tem um funcionário que escolhemos dentro dos que estão lá”, explica o diretor.

Considerando uma maneira de disciplinar o trabalho e obter produtividade, o diretor avisa: “nós vamos delegar para essas pessoas responsabilidades e mais serviços. Por isso que estamos propondo uma ajuda de função gratificada”.Quando aprovado o projeto, ele vai escolher os nomes das pessoas que vão assumir essas funções.

Mas isso não representa que essa pessoa passará a ser dona do cargo, mas que se não funcionar será substituída. Assim como ele escolher os principais cargos, estes escolhidos escolherão seus assessores.

A proposta já foi encaminhada uma vez para a câmara e depois retirado a pedido do prefeito, de acordo com o diretor, porque resolveu conceder um reajuste salarial a todos os funcionários do município, inclusive os da autarquia. 

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