A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) determinou à Corregedoria da Polícia Civil de Barretos, a instauração de uma sindicância para apurar eventual envolvimento de policiais na fuga de 22 homens que estavam presos na Cadeia Pública de Severínia.

Os detentos saíram pela porta da frente da Delegacia de Polícia da cidade, na noite do sábado, dia 5, por volta das 22h45. A cadeia tem capacidade para abrigar 16 homens, mas estava com 43, quase o triplo, em suas quatro celas.

De acordo com o jornal Bom Dia, da cidade de São José do Rio Preto, o delegado seccional de Barretos, João Osinski, que investiga a fuga, afirmou na segunda-feira, dia 7, que a falha de um funcionário facilitou a ação dos detentos, porque deveria ter chamado o investigador que estava de folga em sua casa, antes de ir levar o medicamento. Entre os fugitivos ainda foragidos, estariam acusados de tráfico de drogas, roubos, furtos e estelionato.

Um dos detentos da cela quatro, Paulo Henrique Nogueira Santos, vulgo Paulinho Louco, de 28 anos de idade, chamou o carcereiro plantonista, Adolfo Bezerra Almeida, de 54 anos de idade, com o argumento de que precisava tomar um remédio, pois não se sentia bem. Como o preso toma medicamentos controlados, o carcereiro atendeu o chamado.

Ao se aproximar da cela, o policial teria sido rendido por outros presos que estavam escondidos no corredor. Eles teriam saído após serrar as grades do xadrez um, onde estavam detidos. A polícia ainda não sabe o tipo do material usado para cortar as barras de ferro nem como ele entrou na carceragem.

Consta que os presidiários algemaram as mãos e os pés do carcereiro, que foi trancado dentro da cela com os presos que não quiseram fugir. Em seguida, os detentos deixaram a cadeia pela porta da frente, que ficou parcialmente danificada durante o chamado “cavalo doido”, quando os presos saem correndo atropelando o que está no caminho.

Do total de encarcerados, 22 não quiseram deixar as celas. Os fugitivos levaram o celular do carcereiro e a pistola Ponto 45, usada pelo funcionário. De acordo com a assessoria de imprensa da SSP, a cela danificada foi consertada ontem e ocupada pelos presos que ficaram. A porta da delegacia seria restaurada na terça-feira.

“Os presos que ficaram ajudaram o carcereiro a se libertar e ainda deram água com açúcar para que ele pudesse se acalmar. Eles só não deixaram a delegacia porque não quiseram, por que ficou tudo aberto”, disse um investigador, que pediu para não ser identificado.

Por meio da assessoria de imprensa, a SSP informou que vai apurar tanto a responsabilidade criminal quanto administrativa do carcereiro plantonista na fuga. A Secretaria não informou o tipo de punição que ele pode receber, caso seja comprovado que houve facilitação na fuga dos presos. Se nada for comprovado, a sindicância será arquivada.

Recapturados
O fugitivo Paulo Henrique Nogueira Santos, que simulou o problema de saúde para conseguir a fuga, se não o primeiro, foi um dos primeiros a serem recapturados. Ele foi encontrado logo após a fuga, na estrada vicinal que liga o distrito de Álvora à cidade de Severínia.

Até no final da manhã da terça-feira, dia 8, a Polícia havia recapturado os fugitivos: João Júnior das Virgens, Everaldo Bittencourt, Edvaldo de Souza, Jean Fernando Santana, Edson Marinho dos Santos, Edson da Silva Rebouças, Luiz Ricardo da Rocha de Lima, Janiel Paulino da Silva, Ednaldo Nascimento e Marcos Antônio Nunes Filho.

Porém, ainda continuavam foragidos: Rodrigo César da Silva, vulgo Digão; Ademir Lázaro Alves; Marcos Roberto da Silva, vulgo Cancan; Fábio Alves dos Santos; Orivaldo Pereira da Silva; Valdinei Silva Santos; Nelson Vicente Galvão; Cícero Costa Carvalho; Leandro Henrique Beloni; Anderson Silva Soares; Rogério Beloni Souza, vulgo Tio Chico.