16 de maio | 2012

Construtor olimpiense rebate denúncias sobre “exploração” de trabalho em Fernandópolis e afirma que envolvidos não trabalhavam em sua empresa

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O construtor olimpiense Gilmar Nogueira que foi acusado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de “explorar” trabalhadores em uma obra do programa Minha Casa, Minha Vida, na qual está atuando em Fernandópolis, em email enviado à esta Folha no último dia 16, rebate as acusações e diz lamentar que tenha sido envolvido nesta situação. “Este fato ocorrido me entristece muito, pois sei das dificuldades que todos nós trabalhadores passamos para construir um Brasil melhor, para ajudar famílias de baixa renda a conquistar o seu sonho que é ter a casa própria”, afirmou.

Entre outras coisas, o construtor de Olímpia também contou que os trabalhadores que foram encontrados em situação irregular não eram contratados de sua empresa, mas sim de outros empreiteiros, principalmente os novatos.

“Eles vão até outros estados como o Maranhão, agenciar trabalhadores, prometendo algo que não podem cumprir, é quando ocorre este tipo de reclamação no Ministério do Trabalho. Os trabalhadores que não são da região chegam até mim devido ao tratamento que eu dispenso a eles. (Aquele funcionário que deu entrevista na TV TEM, conhecido como Marcos, não era funcionário meu e sim dos empreiteiros novatos, inclusive havendo a falta de pagamento e comida inadequada da cozinha clandestina que eles implantaram próxima a obra. Este funcionário é da empreiteira Marlon, Toni, Luiz (Surdão) e Caverinha da cidade de Birigui, onde foram buscar no maranhão)”, declarou.

A informação do caso de Fernandópolis foi divulgada no início da noite do dia 9, pela TV Tem de São José do Rio Preto, afiliada à Rede Globo de Televisão. E de acordo com a informação, os operários da obra teriam sido encontrados por promotores e fiscais do Ministério Público do Trabalho, vivendo em condições desumanas.

Abaixo a íntegra do email recebido pelo engenheiro e construtor de Olímpia Gilmar Nogueira.

A construtora responsável da obra de Fernandópolis é a GECCOM da cidade de Bauru estado de São Paulo.

Fui contratado junto com vários empreiteiros, pois tenho 30 anos de experiência no ramo de projetos de casas populares no Brasil todo.

Trabalhei em varias construtoras tais como Lécio Engenharia, Haus Engenharia, Camargo Correia, MRV Engenharia, que no momento é uma das maiores do mercado e etc.

Jamais tive este tipo de transtorno, pois os meus funcionários sempre foram registrados e os que não eram registrados na minha empreiteira, foram registrados na Construtora GECCOM.

SEGURANÇA DO TRABALHO
Todo o E.P.I. (equipamento de proteção individual) para a segurança do trabalhador, e um bom andamento do serviço é fornecido pela Construtora GECCOM, tais como: bota de segurança, luvas, óculos de proteção, capacetes, colchão, beliches etc.

ALIMENTAÇÃO
Todos se alimentavam no restaurante universitário de Fernandópolis, juntamente com os responsáveis da obra e os estudantes da cidade.

FUNCIONÁRIOS
Os funcionários que me acompanham durante esses 30 anos, são realmente diferenciados em produção, pois são qualificados para execução de cada item a ser executado na obra.

Da etapa de construção, por exemplo: eu tenho equipe de fundação, equipe de alvenaria, equipe de reboco, equipe de pintura etc.

PAGAMENTO
Quanto aos pagamentos, eram todos efetuados em dia.

O pagamento dos meus funcionários eram feitos adiantados mesmo que não tivesse entrado na medição da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL .

O salário deles gira em torno de 2.500 reais chegando a 8.000 reais mensais, por equipe, porém tem que haver um trabalho de rapidez aliado à qualidade, mas nunca ultrapassando as 18:00 horas que é o horário de fechamento do canteiro de obras.

ALOJAMENTO
Quanto ao alojamento, é dentro das normas, inclusive eu morava junto com os funcionários.

Algumas casas que os funcionários alugavam entre eles, fornecíamos uma ajuda de custo.

EMPREITEIROS
Quanto aos outros empreiteiros principalmente os novatos, vão até outros estados como o Maranhão, agenciar trabalhadores, prometendo algo que não podem cumprir, é quando ocorre este tipo de reclamação no Ministério do Trabalho. Os trabalhadores que não são da região chegam até mim devido ao tratamento que  dispenso a eles. (Aquele funcionário que deu entrevista na TV TEM, conhecido como Marcos, não era funcionário meu e sim dos empreiteiros novatos, inclusive havendo a falta de pagamento e comida inadequada da cozinha clandestina que eles implantaram próxima a obra. Este funcionário é da empreiteira Marlon, Toni, Luiz (Surdão) e Caverinha da cidade de Birigui,  buscando trabalhadores no Maranhão).

Aos funcionários que quiseram viajar depois deste transtorno foi pago a rescisão e fornecida às passagens para os que realmente desejavam voltar para a sua cidade origem, os demais continuam no trabalho da obra, que está funcionando normalmente.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Perante o Promotor do Ministério Publico foi firmado um T.A.C. e todos os compromissos assumidos já foram regularizados, inclusive os relativos aos empreiteiros.

FALECIMENTO
Quanto ao falecimento, foi realizado o exame admissional do funcionário, e o mesmo estava apto ao trabalho. Foi uma fatalidade, da qual todos estamos sujeitos, lamentamos muito a perda. Entretanto foi providenciado todos os recursos necessários tais como: o velório, o transporte do corpo para o Maranhão, com o acompanhamento dos seus 2 irmãos que trabalhavam na obra, a rescisão dos 3 funcionários baseado num salário de 4.000 reais mensais e o transporte aéreo levando o falecido e os 2 irmãos para o Maranhão até sua cidade de origem.

CONCLUSÃO
Este fato ocorrido me entristece muito, pois sei das dificuldades que todos nós trabalhadores passamos para construir um Brasil melhor, para ajudar famílias de baixa renda a conquistar o seu sonho que é ter a casa própria.", Gilmar.

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