14 de outubro | 2018

Cidade está tomada por placas de nomes de ruas totalmente apagadas

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Para quem precisa fazer entregas na cidade de Olímpia, se depender de placas indicativas, em alguns casos é um pesadelo. Durante duas semanas esta Folha fez um levantamento de vários locais on­de as placas encontram-se precárias e, na verdade, não indicam os nomes de ruas na cidade. Foram encontradas várias placas com os nomes das ruas apagados, isso tudo por conta da exposição ao tempo co­mo chuva e sol, que vão deteriorando o material de suas composições.

Além das placas com indicações de nomes de ru­as, houve constatação de algumas placas de sinais de trânsito com o mesmo problema. Nesses casos, podendo ocasionar acidentes.

Na área central da cidade, mais precisamente em uma bifurcação que fica entre as ruas General O­sório, com as ruas Engenheiro Reid e Luzitânia todas as placas que indicam os nomes dessas ruas estão apagadas.

Também localizada no centro da cidade, na rua Floriano Peixoto com a rua dr. Antônio Olímpio também tem placas com a inscrição dos seus nomes quase que totalmente ilegível.

Já na Cohab II, na rua Jo­ão de Barro com a rua da Cotovia, principalmente para quem transita pela João de Barro tanto de um lado quanto do outro, e precisa encontrar a rua da Cotovia que cruza com a mesma, vai encontrar muitas dificuldades. Esse caso não é um caso isolado naquela região, já que várias outras placas de ruas estão na mesma situação.

Na rua Conselheiro Antônio Prado com a rua Marechal Furlan (próximo ao cemitério), as placas estão além de totalmente apagadas, os plásticos adesivos que as revestem estão deteriorando, dando até um aspecto de abandono, parecendo que estão assim há tempos. Um detalhe importante, a rua Conselheiro Antônio Prado é uma das ruas de entrada da cidade de Olímpia.

Outro cruzamento que merece uma atenção especial do Departamento de Trânsito da cidade é o que fica entre as ruas Marechal Deodoro com a Washington Luís, próximo ao antigo casarão dos Miessas. Há uma placa para quem sobe pela Washington Luís que deveria indicar um “Pare” e está totalmente apagada, e quem desce pe­la Marechal Deodoro tem preferência de passagem. Importante observar que na falta da sinalização vertical, a sinalização horizontal poderia auxiliar, porém não há sinalização de solo indicando a obrigação de parada, confundindo os motoristas. Para quem não é familiarizado com o trânsito da cidade, o risco de acidentes é muito grande.

No Jardim São José, em uma das principais ruas do bairro, a Antônio Rebelato próximo a creche da Cidade Mirim cruza com a rua 14, no “poste” onde ficam as placas com os nomes das ruas só tinha a placa que deveria mostrar o no­me da rua Antônio Rebela­to, porém está apagada e não há placa com indicação do nome da rua 14.

Na vila Santa Teresi­nha, cruzamento da travessa João Zanolla com a rua Pedroso, além da placa da rua Pedroso estar totalmente ilegível, a placa que indica a travessa João Za­nolla está com o plástico adesivo descolando, um novo caso observado e que prejudica a localização de endereços. Há informações de pessoas que moram na redondeza que essas placas foram substituídas há menos de dois anos.

Um outro ponto, e esse é bastante movimentado na cidade, é a esquina entre as ruas Benjamin Cons­tant com a rua Caetano Go­tardi (esquina com o Abrigo São José). No poste de energia há uma placa que fica de frente para quem vem do bairro Tropical sentido centro, essa placa tem por objetivo “informar” que a Benjamin Constant é mão dupla de direção para quem vai até a esquina da Santa Casa. A placa está totalmente apagada. Nessa mesma esquina há uma placa com os nomes das duas ruas, porém fica atrás do poste de energia, sem condições de serem visualiza­das.

No jardim Luiza, esquina das ruas João Forti com a Deonel Rosa, ficam duas placas no mesmo poste, elas também estão totalmente apagadas e ainda penduradas, seguras somente por um parafuso e uma delas com um pedaço de corda, provavelmente algum morador que a amarrou.

No bairro CECAP, esquina com a Luis Carlos Pi­ton, com a avenida Ma­noel Cunha também tem as placas apagadas. Inclusive na placa que deveria descrever o nome da rua Luis Carlos Piton, um dos moradores da localidade escreveu nela o nome da rua com uma caneta. Um morador que não quis gravar entrevista, disse que fez isso para facilitar para quem procura o endereço.

No jardim Harmonia, um bairro que existe há um pouco mais de 4 a­nos, já tem placas de ruas que estão deterioradas com a ação do clima. Um exemplo a ser destacado são as placas que ficam na esquina da rua Madalena Bor­tolo Ric­ciar­di com a Ja­nete Fer­ranti Polisello, além de estarem “desbotadas”, estão amassadas. Quase todas as placas do bairro estão apagadas, outras mais legíveis, outras menos.

Em muitos bairros já foram substituídas muitas placas que estavam apagadas por outras novas. Notei isso em bairros como o Álvaro Brito, Centro, Santa Fé.

Comerciante tem que criar pontos de referência para suprir falta de placas

De acordo com a comerciante Cléucia Regina Toz­zi Ruiz (foto), proprietária da em­presa Cléu do Disk Á­gua, a falta de placas com os nomes das ruas em perfeitas condições de leitura acaba atrapalhado a logística de seu comércio. Trata-se de uma situação que tem incomodando até mesmo na região central da cidade, obrigando que crie pontos de referência para seus entre­gadores.

“Na verdade é assim, sem querer reclamar, mas já reclamando. Eu entendo toda a dificuldade de administrar uma cidade, toda dificuldade de lo­gís­tica, tudo que tem que ser feito. Mas hoje por ser u­ma cidade turística, é uma realidade, existem muitas placas que estão apagadas. No meu caso, que estou aqui no comércio há 20 anos, o funcionário mais antigo a gente está colocando assim para ele “perto de tal”. São pontos de referência, principalmente os bairros Jardim Leonor e alguns outros lugares que as placas não estão legais, não dá para ler. Funcionário novo eu posso colocar que não conhece endereço como turista, ele vai ficar perdido”.

“No meu caso, ele demora muitas vezes mais que um que já tem noção de endereço, prejudicando a distribuição de água e po­dendo na verdade até causar algum acidente, porque fica naquela procura e não foca realmente, achou e foi. E o turista tam­bém, na verdade, ele quer encontrar alguma coisa, ele está ali buscando, mas não consegue. Seria legal se pudéssemos olhar com carinho essa dificuldade que o nosso município que eu creio que está legal, está melhorando, estamos procurando um caminho bom. A tendência nossa é só melhorar. Então é um pedido, se eu puder humildemente fazer um pedido seria esse, que olhassem com carinho para as nossas placas, para os nossos pontos de referência para que isso fosse facilitar o andamento de toda a entrega de água, gás, mercado, farmácia e pra própria locomoção do nosso turista que hoje é muito bem-vindo que gostaríamos muitos que melhorasse ainda mais pra ele para que voltasse e fizesse da nossa cidade realmente uma verdadeira Capital Nacional do Folclore e uma cidade onde a gente pode ter cada dia mais o turista e cada dia mais pessoas de fora vindo prestigiar”.

ATRASO GERA RECLAMAÇÃO

A demora na entrega a­caba gerando reclamações dos fregueses, principalmente em dias de mais calor: “De repente em um dia de calor, você não tem noção de quanta gente liga bravo porque a água não foi, mas na verdade não é que ela (á­gua) não foi, o cara vai “oh não achei tal rua”, ele volta e eu tenho que mandar outro, vou gastar combustível, pneu e uma série de coisas e a pessoa ta lá aguardando e água não chega, então tem prejuízo e não é pouco não”.

De acordo com a comerciante, “o pessoal reclama bastante no Jardim Leo­nor, Menina Moça, lndus­trial. A gente de repente está tendo uma certa dificuldade. Mas no geral, pre­cisaríamos dar uma certa olhada com carinho no geral, no geral ia ser legal”.

Entrega de marmita chega a demorar até 40 minutos

Um entregador de mercadorias, principalmente de pequenos volumes, como uma marmita ou algum tipo de medicamento, chega a demorar até 40 minutos para realizar o trabalho. Isso ocorre sempre quando o profissional se depara com alguma rua onde a placa que indica o nome está praticamente apagada e dificultando a leitura.

Esse é o caso, por exemplo, do entregador de marmitas e remédios, Claudemiro Moises. Ele relata que sempre encontra dificuldades nesse sentido. “Muita dificuldade. Todo lugar que vai está tudo apagada”, reclama.

De acordo com Claude­miro Moises, embora a situação se espalhe pela cidade inteira, um dos lugares mais precários é o Jardim Luiza. “Muitas vezes eu subo na calçada para poder ver do lado da placa, se não está tanto apagado. Muitas vezes fico perguntando na rua qual é o nome”.

Além disso, ele entende que até mesmo para a polícia atender uma chamada acaba ficando difícil. “Se precisar da polícia por tal hora, como que ela vai achar uma rua que não tem placa, tudo apagado, uma ambulância. Eu acho que eles deviam melhorar esse aspecto aí”.

O entregador afirma que também tem prejuízos com esse tipo de situação: “Perde muito tempo porque, vamos supor, você vai passando na rua, não tem uma pessoa para você perguntar qual que é aquela rua, você tem que ficar procurando ali naquela rua para ver se você acha alguém até te informar aquele endereço”.

No caso dele, se for em um horário de pico a situação piora ainda mais por causa da necessidade de entregar com mais pressa: “Com certeza atrapalha e muito. Às vezes você tem que fazer uma entrega com meia hora e às vezes você demora 40 minutos porque 10 você vai ficar procurando aquela rua ali”.

Placas desgastadas atrapalham usuários do trânsito de Olímpia

As dezenas de placas que estão desgastadas espalhadas pela cidade estão atrapalhando as pessoas que necessitam do sistema viário da cidade para ganhar o seu pão de cada dia. Esse pelo menos é o caso da mototaxista Lourdes Scara­naro, que sempre encontra dificuldades para atender suas chamadas. Está cada vez mais difícil conseguir se localizar para encontrar os seus fregueses.

Em muitos cruzamentos, principalmente, há placas que indicam os nomes de ruas. Porém, grande parte já estão com os nomes desgastados e apagados. E a mototaxista tem notado esse tipo de problema com frequência.

“Com certeza. Muitas ruas estão com a placa apagada. Aqui na Villa Lobos inclusive tem algumas ruas ali que não tem a plaquinha. Não está indicando o nome da rua. Então a gente tem muita dificuldade para achar a rua realmente”, afirma.

De acordo com ela, os locais mais problemáticos são o Jardim Antônio José Trindade, conhecido por Cohab I e o Jardim Villa. Mas segundo ela, o problema é ainda maior no Jardim Santa Fé. “Tem mais bairros, agora assim lembrar de tudo é difícil”, reclama.

São placas que já estão se apagando por causa do tempo, por que tomas sol e chuva. “O tempo que vai apagando e você não tem nome de rua. Muita gente não acha porque não sabe”, explica.

No entanto, Lourdes Scaranaro não encontra muita dificuldade porque já conhece bem a cidade e consegue encontrar os endereços com mais facilidade. “Mas a gente às vezes baseia assim: você já foi na rua ali então você já dá uma baseada. Mas quem não sabe, quem vai entregar um lanche à noite, principalmente, não tem condições de entregar porque não sabe a rua”.

Lourdes Scaranaro conta que chega a ter prejuízo por causa disso: “Com certeza tem prejuízo, você tem que ficar procurando a rua. Se você tem a plaquinha, você chega, olha na placa e já entra na rua certa”, finaliza.

Cohab I e II recebem novas placas com nomes de ruas

Da redação com assessoria

A empresa pública Prodem – Progresso e Desenvolvimento Municipal, informou na terça-feira desta semana, que deu início à instalação de novas placas com nomes de ruas e avenidas dos jardins Antônio José Trindade e Luiz Zucca, Cohab I e II, respectivamente. No total, serão colocadas 182 novas placas.

De acordo com Leandro Gallina, diretor-presidente da Prodem, serão investidos mais de R$ 5 mil. “Estamos seguindo com o projeto para trocar as placas de todos os bairros da cidade. As novas placas têm duração mínima de 5 anos e, além da troca, os postes metálicos e suportes estão recebendo a manutenção ou sendo substituídos por novos”, disse Leandro.

Segundo informação da assessoria, desde o ano passado a Prodem está realizando esse trabalho de substituição. Até agora já teriam sido trocadas aproximadamente 1.600 placas localizadas nos distritos de Baguaçu e Ribeiro dos Santos e alguns bairros do município como Jardim Álvaro Brito, Jardim Glória, Cohab III, Jardim Laranjais, Santa Rita, Vila Júlia, Silva Melo, Jardim Tropical, Jardim Tropical II e Jardim Cote Gil.

Por outro lado, para os demais bairros, a Prodem informa que já está fazendo o levantamento e orçamento para realizar a troca das placas.

 

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