05 de dezembro | 2010

Cerca de 46% dos casos de diarréias em Olímpia foram por rotavírus

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Aproximadamente 46% dos casos de diarréias registrados entre os dias 22 de julho e 23 de setembro deste ano em Olímpia, foram provocados por um surto de rotavírus. Isso é o que pode depreender do comunicado enviado à redação desta Folha, na tarde desta sexta-feira, dia 3, pela Secretaria Municipal da Saúde.

“A plausibilidade da ocorrência de surto por rotavírus se dá pelos sinais e sintomas, duração da doença, consistência das fezes e achados laboratoriais (realizados 28 exames com 13 positivos para Rotavírus)”, diz trecho do comunicado, elaborado com base nos estudos realizados pela equipe do EPISUS (Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS).


O resultado foi divulgado na manhã desta sexta-feira, durante reunião na Secretária de Saúde, depois de aproximadamente dois meses e meio de estudos. O trabalho da equipe começou no dia 14 setembro.


A equipe do EPISUS concluiu que foi confirmada a existência de um surto de Doença Diarréica Aguda em Olímpia, a partir do período estudado, quando foram notificados 1.131 casos.


A curva epidêmica sugere uma fonte propagada, possivelmente através de pessoa a pessoa, objetos contaminados e também por secreções respiratórias, uma vez que hábitos alimentares, de higiene e comportamentais não estiveram associados à ocorrência da doença.


A faixa etária de 1 a 4 anos de idade foi a que apresentou a maior incidência, quando comparada às demais. Porém, não foi divulgado o total de casos em cada uma delas, mas apenas que houve uma diferença entre a faixa etária das notificações da vigilância epidemiológica (idade média acometida de 16 anos) e do inquérito realizado (idade média acometida de 44 anos), possivelmente pelo perfil daqueles que buscam o serviço de saúde (acreditamos que os pais levem mais as crianças para atendimento médico).


MEDIDAS DE PREVENÇÃO


A equipe recomenda dar continuidade às medidas de controle já adotadas pela secretaria; treinamento de boas práticas de higiene em creches, escolas e áreas de interesse à saúde (restaurantes, hotéis, clubes, etc). Além disso, a divulgação de boas práticas de higiene à população.


A doença diarréica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diversos agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves a graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.


O rotavírus é reconhecidamente o agente viral mais importante associado às doenças diarréicas agudas. Após um período de incubação de 24 a 48 horas, o quadro clínico, quase sempre, tem início com vômitos, febre, eliminação de fezes líquidas abundantes e o aparecimento dos sinais de desidratação, com duração média de cinco a sete dias, podendo ocorrer infecção de vias aéreas superiores em 20 a 40% dos casos.


Eliminados em alta quantidade nas fezes infectadas, os rotavírus são transmitidos pela via fecal-oral, por água ou alimentos, por contato pessoa à pessoa, objetos contaminados e também por secreções respiratórias, mecanismo que permite uma alta capacidade de alastramento dessa doença. O vírus pode ser viável por horas nas mãos e por dias em superfícies sólidas O tratamento é o mesmo instituído para as doenças diarréicas agudas.


No Brasil, a sazonalidade é variável, com aumento na incidência dos rotavírus nos meses mais frios ou no período de seca, entre maio e setembro, nos Estados das regiões Centro Oeste e Sudeste. No Norte e Nordeste a ocorrência de rotavírus se distribui durante todo o ano.

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