24 de novembro | 2019

Caso de bebê mordido em creche de Severínia repercute no Brasil inteiro. Delegado já ouviu duas funcionárias da creche.

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A criança, de um ano e 5 meses, apresentava pelo menos 15 marcas de mordida pelas costas, orelhas, barriga e rosto.

O caso de um bebê de um ano e cinco meses que recebeu várias mordidas no rosto e nas costas em uma creche em Seve­rínia teve repercussão nacional após a mãe fazer uma pos­ta­gem no “Facebook”, no perfil “Tiago Josiane We­ber”, falando de sua incredulidade diante da situação. Além de virar notícia em veículos de comunicação regional, na sexta-feira, o “post” já tinha mais de 23 mil comentários e compartilhamentos e quase 50 mil curtidas.

O caso aconteceu na tarde de terça-feira, 19, mas a mãe registrou ocorrência na delegacia de Polícia de Severínia na quarta-feira, 20. Quatro funcionárias da creche municipal Thales Alvim Barbosa foram a­fastadas das funções temporariamente e a polícia vai abrir um inquérito.

A mãe, a atendente, Josiane Patricia Weber Pereira, registrou boletim de ocorrência em Severínia, na manhã de quarta-feira, 20, depois que o filho, de 1 ano e 5 meses, no dia anterior, voltou da creche com várias marcas de mordida pelo corpo. O boletim foi registrado como lesão corporal.

De acordo com relato da mãe à polícia, ela recebeu um telefonema da creche, na terça-feira, por volta das 14 horas, dizendo que o filho estava machucado porque uma criança tinha mordido ele.

Como ela trabalha em O­lím­­­pia, pediu para a irmã ir bus­cá-lo.

Ainda segundo a mãe, quando a irmã chegou ao local encontrou a criança com pelo menos 15 marcas de mordida pelas costas, orelhas, barriga e rosto. A tia, então procurou a­tendimento médico e foi realizado o exame de corpo de delito que foi anexado na ocorrência.

A tia da criança disse para a mãe que na hora as funcionárias da creche não souberam explicar o que teria acontecido, apenas que ele estava no berçário com outras duas crianças quando isso aconteceu. Um inquérito vai ser aberto e o delegado vai ouvir as funcionárias da creche.

Já a diretora da creche disse para a TV TEM que trabalham no local oito monitoras, sendo quatro em cada período. A diretora disse que elas estavam transferindo os alunos para outra sala e o menino teria sido um dos últimos, e ficou sozinho com as outras duas crianças.

A diretora da escola se reuniu com o secretário de Educação para definir medidas. As quatro funcionárias foram a­fastadas temporariamente até o caso ser investigado. Elas não são concursadas.

NA TV TEM

Na TV Tem, em reportagem exibida na quinta-feira, a tia da criança, Glaucielen Moni­ze We­ber, que foi busca-la no dia dos fatos afirmou: “Eu não tive nem reação. Assim que eu o vi, não acreditei, parecia que tinha sido espancado. O rosto dele estava inteiro inchado. Quem falou comigo foi somente a secretária de Educação, mas não teve explicação alguma”, contou.

Por telefone, a secretaria de Educação informou à TV TEM que oito monitoras trabalham na creche e que quatro estavam na hora em que o menino foi mordido.

Ela também disse que as professoras estavam transferindo as crianças do berçário pra uma outra sala, quando o menino teria sido atacado por uma das duas crianças que estavam com ele, sem que elas percebessem.

Já a mãe Josiane disse que se assustou ao ver que a criança tinha ao menos 15 marcas de mordidas pelas costas, orelhas, barriga e rosto. Ela diz querer uma explicação sobre o que a­conteceu com o filho e pede que as funcionárias sejam respon­sabilizadas por não terem evitado a situação.

“Eu quero que seja esclarecido. Quero imagens de câmeras e tudo. Não me conformo até agora por saber que tinham mo­nitoras no momento e que não ouviram o choro. Não culpo as crianças que fizeram isso, porque são inocentes, mas as funcionárias terão de pagar”, disse a mãe.

NOTA DA SECRETÁRIA

A Secretária da Educação de Severínia, Daniela Magro, em nota oficial enviada para o jornal Planeta News de Olímpia na quarta-feira, 20, anunciou que a prefeitura daquela cidade está tomando todas as pro­vidências cabíveis ao caso e que já abriu uma sindicân­cia para apurar de houve negligência por parte dos funcionários da creche municipal Thales Alvim Barbosa.

No comunicado, a secretária comunica que está tomando as devidas providências no que classifica como triste fatalidade ocorrida na tarde de ontem em uma creche da rede municipal. “Estamos prestando toda a assistência aos alunos e as famílias e arcaremos com todos os custos de remédios, tratamento médico e psicológico, tanto do aluno que sofreu os feri­men­tos, como da aluna que fez os ferimentos no outro aluno. Preventivamente todos os servidores da creche infantil já serão advertidos por escrito”.

E continua a nota: “Será a­berto um processo de sindi­cância para apurar a fatalidade e se teve negligência dos cui­da­dores, pois por lei temos que ter a cada 04 crianças 01 (um) cui­dador e no momento tínhamos 15 crianças no berçário e tínhamos 04 cuidadores trabalhando naquele período. Caso se confirme algum tipo de negligência os cuidadores podem até ser exonerados. Preventivamente já vai ser marcado u­ma nova capacitação de “Cui­da­dores de Creches Infantil”, para todos os servidores das creches municipais”.

E conclui: Eu, Daniela Magro, como todos, estou indignada com a fatalidade acontecida, e me solidarizo com os sentimentos dos familiares, também sou mãe e avó e sei a dor que sentimos quando acontece algo com nossos filhos e netos. O que posso fazer é investigar, punir e treinar nossa equipe para que nunca mais aconteçam fatalidades como está, já que na história de toda rede nunca havíamos passado por tal incidente. Nós servidores amamos o que fazemos e vamos trabalhar todos os dias para cuidar dos seus filhos e nossos alunos com todo amor e carinho. E é assim que deve ser sempre!”.

TV RECORD

Por outro lado, o caso, que te­ve repercussão regional e estadual pela imprensa e nacional pelas redes sociais, teve uma reportagem exibida pela TV Re­cord, onde, entre outras coisas, aparece uma entrevista com o pai da criança afirmando que não é a primeira vez que seu filho aparecia mordido, mas nas vezes anteriores tinha sido em um dedo da mão e num dedo do pé.

Já a mãe do garoto, perguntada se continuaria a mandar seu filho para a creche municipal declarou que uma pessoa ligada à família e que gostava muito do garoto iria cuidar dele o dia todo para que ela e o marido pudessem trabalhar.

Delegado já ouviu duas funcionárias da creche das 15 mordidas em Severínia

Criança foi ferida com, ao menos, 15 mordidas nas costas, orelhas, rosto e barriga, em Severínia (SP).

DA REDAÇÃO COM TV TEM

A Polícia Civil de Severínia instaurou inquérito para investigar a denúncia feita pela mãe de um menino que voltou de uma creche do município com ferimentos causados por, ao menos, 15 mordidas. A mãe procurou a delegacia da cidade para denunciar o caso na manhã de quarta-feira (20) após o filho surgir com marcas de mordidas nas costas, orelhas, barriga e rosto.

Em entrevista divulgada pela TV Tem de São José do Rio Preto, o delegado titular de O­límpia, também respondendo pela delegacia daquela cidade e responsável pela investigação do caso, Marcelo Pupo de Pa­ula (foto), afirmou que a diretora e uma professora da creche já foram ouvidas.

“Elas disseram que a vítima e outras duas crianças estavam dormindo. As demais estavam sendo amamentadas e tomando banho. Em um momento de descuido, sem que ninguém estivesse presente no dormitório, houve o acontecido. As funcionárias estão abaladas com a situação e também afirmam que estavam olhando as crianças cons­tantemente”, afirma Marcelo.

O delegado explica que as investigações continuarão e os próximos passos serão aguardar o laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre os feri­men­tos existentes nas crianças e ouvir as outras partes envolvidas.

“Vou colher o depoimento da genitora do menino e da mo­ni­tora da creche que viu a criança que estava ao lado da vítima no momento em que os feri­men­tos foram causados”, disse Mar­­celo para a TV Tem.

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