28 de fevereiro | 2011

Caos na 6.ª feira: choveu 48% do total do mês em pouco mais de 1 hora

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Fora do comum aos olhos de pelo menos a maior
parte da população de Olímpia, a chuva que ocorreu no final da tarde e início
da noite da sexta-feira, dia 25, causando inundações, inclusive, em pontos onde
antes a enchente apenas ameaçava, mas não atingia, como ocorreu em várias casas
comerciais e residências localizadas ao longo da Avenida Aurora Forti Neves.

De acordo com as informações obtidas na Casa
de Agricultura de Olímpia, o pluviômetro existente no local registrou o total
de 169 milímetros, ou seja, quase 17 litros de água por metro quadrado, o
equivalente a 48% do total registrado em fevereiro, até, pelo menos, no início
da manhã da segunda-feira, dia 28.

Segundo o órgão, durante todo o mês foram 352,4
milímetros e, neste total, está também os 32 milímetros registrados no final da
madrugada e início da manhã da segunda-feira. Antes disso, as maiores chuvas
ocorreram nos dias três e 15, com 35 e 40 milímetros, respectivamente.

Já a informação obtida na empresa na Coopercitrus
Defensivos, localizada na rua Bernardino de Campos, região da Matriz de Nossa
Senhora Aparecida, que fica cerca de 100 metros distante do Olhos D’Água, foi registrado
130 milímetros de chuvas, no período entre 17h20 e 16h20, quando a chuva já
durava cerca de uma hora.

A partir disso, já na manhã da segunda-feira,
dia 28, por volta das 7h30, depois de outra chuva que começou por volta das
5h30, o funcionário da loja mediu mais 43 milímetros de chuva, totalizando, do
final da tarde da sexta até então, o total de 173 milímetros.

Houve casas no Jardim São Benedito, região
que sempre é afetada por fortes chuvas, em que a água chegou a mais de um metro
de altura. No todo o Corpo de Bombeiros recebeu perto de 50 chamadas e 15
vítimas de alagamento tiveram que serem resgatadas de dentro de suas casas.

“Nessas casas a água estava a aproximadamente
1,5 metro de altura, altura do peito de um ser humano de estatura mediana e
utilizamos barcos para resgatar todas as pessoas com vida”, disse o sargento
Armando D’ Almeida Neto, do Corpo de Bombeiros.

Por outro lado, segundo o sargento, embora
sem que nenhuma pessoa tivesse que ser resgatada de dentro de veículos, tiveram
que ‘segurar’ cinco carros que eram arrastados na rua Américo Brasiliense.

A moradora do bairro, Arlene de Oliveira
Carvalho, informou que a “compra de mercado perdeu tudo, muro quebrou, o portão
caiu em cima do pé da moça e quase quebrou. Foi uma coisa feroz, foi muito
desagradável”.

Daniele Perpétuo Varolo, pelo menos a única vítima
da enxurrada no bairro, que se tem conhecimento, por pouco não sofre ferimentos
mais sérios. “Cheguei próximo ao portão para sair e nisso o portão veio e bateu
no meu peito, me jogou para traz e caiu em cima do meu pé”, explicou.

Otávio Sachetin Neto, proprietário de uma
academia de ginástica, localizada na avenida, ao lado da lanchonete que
praticamente ficou destruída, disse que foi a primeira vez que o local foi
atingido. “A chuva sempre chegou no segundo degrau. Dessa vez chegou, entrou na
minha academia e precisei fazer uma faxina geral, inclusive nos equipamentos”,
contou.

Já na lanchonete vizinha o prejuízo foi de aproximadamente
R$ 30 mil. O estoque de alimentos e bebidas ficou coberto de lama. Todos os
cinco freezers pararam de funcionar. A enxurrada levou parte de um investimento
de 14 anos. “Tudo que tinha na lanchonete eu perdi. Só sobrou o teto”, lamentou
a proprietária, Rosangela Martins Lopes.

Luiz Carlos Nunes Bernardes, dono de uma madeireira,
localizada ao lado da margem direita do rio, contou: “foi em cima, veio
escoando a água e virou esse mar de água aqui. Portas de madeira, taboas,
molharam e praticamente agora você não tem como aproveitar”:

Uma escola particular também teve várias
salas invadidas pela enxurrada. Na avaliação do professor Alcides Becerra
Canhada Júnior, “a capacidade do rio de dar vazão foi insuficiente e pegou de
surpresa os moradores e comerciantes dessa avenida”.

Prejuízos sobraram também para o garçom Otávio
Luiz da Silva, que teve seu fusca carregado pelas águas e parou somente depois
de bater em uma árvore. “A gente acabou de pagar agora. Como que faz para
arrumar uma coisa dessa? Não sabia que causaria tantos danos assim ”, afirmou.

A dona de casa Rosinei Aparecida Neves, que
reside na região da rua Floriano Peixoto, que também foi bastante atingida,
comentou: “Há muito tempo que a gente não vê uma coisa dessa. Chuva muito
forte”.

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