11 de janeiro | 2009

Cadeias superlotadas voltam a sofrer riscos de rebeliões

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 As duas cadeias públicas da comarca de Olímpia, Altair e Severínia, voltam a preocupar por causa da superlotação de presos que volta a acontecer e até pelas condições de higiene que colocam os detentos à mercê de doenças. Embora ninguém afirme categoricamente, percebe-se que o sistema, mais uma vez, volta a conviver com a possibilidade de colapso e riscos de rebeliões.

Pelo menos e esta a conclusão à qual se pode chegar através das informações passadas ontem, para a reportagem desta Folha da Região, pelo advogado Oscar Albergaria Prado, que é membro do Conselho Comunitário e da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), subsecção de Olímpia.

Segundo ele apurou na tarde da quinta-feira desta semana, dia 8, a cadeia de Altair estava abrigando 27 presos, ou seja, cerca de 2,25 vezes a capacidade oficial que é de 12 detentos.

Em Severínia a situação não era diferente. Construída para abrigar 16 detentos, por volta das 14 horas estava com 39, podendo chegar até a 41 presos ainda naquela tarde.

Segundo o advogado, pelo que pode verificar quando esteve em visita na cadeia de Severínia, esta está bastante deteriorada, sem iluminação no pátio à noite e com problemas nas instalações hidráulicas, que também se encontram bastante deterioradas.

Sem contar os problemas de saúde, com vários deles apresentando, por exemplo, problemas de furúnculos, comprometendo totalmente as condições higiênicas e sanitárias do local. “Vou agendar uma reunião com todos os membros da Comissão de Direitos Humanos para ver o que vamos fazer”, explicou Prado.

Segundo ele, a maior parte da população das duas cadeias é de presos provisórios. Mas em Severínia, por exemplo, não tem presos de pensões alimentícias. Estes, segundo o relato de Prado, são levados para a cadeia de Barretos, que também está com superlotação.

“São presos da esfera criminal mesmo. Mas poucos estão em execução de sentença aguardando para serem transferidos para presídios”, observou o advogado. Em Severínia a preocupação é maior. “Só tem um policial à noite. É o carcereiro”, relatou.

AMONTOADOS
A superlotação faz presos terem de se amontoar em celas que têm em média nove metros quadrados e dividir colchões. Dentre os males de saúde mais comuns da população carcerária, relatados por carcereiros, estão as micoses e coceiras.

Funcionários das cadeias, que tem ocupação muito além da capacidade, temem pela própria segurança. “Quando a cadeia enche muito, os presos se agitam, ficam revoltados”, disse um deles ao jornal Diário da Região de São José do Rio Preto, mas preservando sua identidade.

“O clima fica tenso e agitado. Não tem onde colocar mais colchão no xadrez. Tem presos dividindo colchão de solteiro”, relatou outro funcionário, que relata problemas na estrutura do prédio da carceragem onde atua.

 
 
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