05 de dezembro | 2010

Bebê pode ser o 1.º de Olímpia a ter célula-tronco armazenada

Compartilhe:
 

O bebê João Pedro Rodrigues Silva, que nasceu na tarde da segunda-feira, dia 29 de novembro, pode ser o primeiro de Olímpia a ter a célula-tronco armazenada. A coleta, segundo o médico Carlos Renato de Oliveira Souza (foto), foi realizada por pessoas especializadas que vieram de São José do Rio Preto.

De acordo com ele, esse é o primeiro caso registrado em Olímpia, por solicitação do casal Luciana Ondei Rodrigues Silva e Genival Aparecido da Silva. “Pelo o que eu saiba é a primeira criança que a mãe pediu uma orientação sobre a coleta”, afirmou.


O médico explica que a coleta é um procedimento simples realizado por uma empresa de São Paulo, mas que tem enfermeiras. O trabalho demora cerca de 5 minutos, durante o parto ou a cesarina.


Em seguida o material é levado a Rio Preto, onde são separadas as células embrionárias para armazenamento por um período de 20 anos. “Há algumas empresas que falam que podem armazenar durante uma vida inteira, mas normalmente são 20 anos a utilidade delas”, observou Carlos Renato.


Atualmente há muitos estudos sobre  as células-troncos, que podem ser transformadas em vários órgãos. “Servem para regeneração de tecidos, no caso de uma doença como leucemia e podem ajudar no tratamento de uma lesão de medula espinhal em um acidente de trânsito”, citou como exemplo.


No entanto, ressalva que se trata de uma situação ainda com pouca definição, mas de muitos estudos, que pode vir a ser utilizada em larga escala no futuro.


“É como um investimento para um filho e para quem tem condições de fazer seria uma boa opção, porque ninguém sabe o dia de amanhã. O que a gente deseja é que todos que colham essas células tronco, que sejam desprezadas daqui 20 anos e que não tenha uso. Ninguém pensa em ter um filho para que tenha uma tragédia lá no futuro ou uma doença”, deseja o médico.


COLETA


Para congelar e armazenar é coletado o sangue do cordão umbilical, que depois será tratado, separando as células embrionárias que possam ser usadas em um tratamento que venha a ser necessário no futuro.


O material é permanece congelado durante 20 anos e, embora não soubesse informar, explicou que tem um aluguel anual. “Um contrato que você paga um aluguel por ano de armazenamento e o custo da coleta”, acrescentou.


Segundo Carlos Renato, são coletados no mínimo 70 mililitros de sangue do cordão umbilical com a placenta, enquanto o cordão estiver com pulsação ou seja, antes da retirada da placenta. Já depois da retirada é recolhido o restante, em torno de 200 mililitros. “É um método inócuo, não prejudica a paciente, não vai furar o neném, vai ser colhido da placenta no momento do parto”, reforça.


Entretanto, esse trabalho ainda não é realizado no serviço de saúde pública. “Ainda não existe, a não ser que tenha alguma indicação judicial de que exista alguma pessoa com leucemia na família. Judicialmente até se pode conseguir”, afirmou.


Se em Olímpia é o primeiro caso que tem conhecimento, o médico explica que em Rio Preto são realizadas em média, de 5 a 10 coletas mês. “Ainda é um negócio que não é acessível a todos, mas futuramente valeria a pena”, assevera.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas