05 de julho | 2015

Atraso em obra gera fila de espera por vagas em creches de Olímpia

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A paralisação por um de­terminado período de uma obra para a construção de uma creche no Jardim Village Morada Verde, na zona leste da cidade, vai fazer com que pais voltem a enfrentar fila de espera por uma vaga ou até mesmo passar a noite toda sentado à frente de outra que já está em funcionamento, com a finalidade de arrumar uma vaga para o filho. Provavelmente o setor não terá condições plenas de receber aproximadamente 900 crianças.

Pelo menos é isso que se pode depreender de uma informação divulgada pela secretária municipal da Educação, Eliana Antônia Duarte Bertoncello Monteiro, durante entrevista que concedeu a u­ma emissora de rádio local na quarta-feira, dia 3.

Entretanto, na entrevista ela chegou a comentar que mesmo que a creche não fique pronta para funcionar já a partir de janeiro de 2016, não haverá problemas com o calendário do ano letivo, principalmente em relação ao berçário que não trabalha com um determinado total de dias letivos.

De acordo com a secretária, a creche anunciada pelo prefeito Eugênio José Zulia­ni no início de 2014 começou a ser construída no Jardim Village Morada Verde, mas a obra teve problema de continuidade e está paralisada atualmente. “A que es­tá sendo cons­truída no Morada Verde começou bem, mas atualmente não há pessoas trabalhando”, a­fir­mou Eliana Bertoncel­lo antes da retomada dos serviços.

Embora não tenha explicado melhor, até mesmo porque não foi questionada, pelo menos aparentemente a continuidade da obra estaria em uma situação bastante complicada. “Não temos previsão pa­ra o término. Ainda deve acontecer fila esse ano”. Por is­so, na ocasião ela já afirmava que continuaria havendo “lista de espera para creche”.

Falta de vagas local afeta mais o setor de berçários

De acordo com a secretária municipal de Educação Eliana Antônia Duarte Bertoncello Monteiro, a falta de vagas em creches do município de Olímpia está afetando mais o setor de berçário, principalmente nesta fase do ano, quando ainda não foram abertas as inscrições para o ano letivo de 2016.

“No momento atual nós continuamos com listas de espera e o nosso maior déficit é no berçário porque o berçário só atende oito crianças”, afirmou durante uma entrevista que concedeu a uma emissora de rádio na quarta-feira, dia 1.º de julho, explicando as prin­­cipais deficiências de sua pasta.

No caso dos berçários, o problema maior não seria o espaço físico, mas sim a falta de funcionários para atender as crianças. De acordo com Eliana Antônia Duarte Ber­toncello Monteiro, a equipe de funcionários de um berçário não conseguiria atender a mais de oito crianças.

“Com isso você reduz muito e é por isso que dá esse problema. Enquanto a gente consegue colocar 20, 25 e até 30 alunos no ensino fundamental, que as crianças já são maiores, no berçário nós só podemos atender oito. Isso reduz muito e não dá”, justifica.

Eliana Antônia Duarte Bertoncello Monteiro conta que tem pais de alunos que até falam em comprar um berço e colocar no berçário para que o filho seja atendido. “Não é esse o caso porque a orientação é que as crianças sejam atendidas com qualidade. Elas têm o seu professor, seu cuidador, que é o monitor, e não pode exceder esse número porque eles ficam impossibilitados de cuidar das crianças e também isso nós não queremos”, assevera.

Mas também explicou que o plano municipal de educação que vai vigorar até 2024 não prevê a solução desse pro­blema.:“Essa situação ainda se manterá porque o custo da criança na creche é elevado e financiamento da educação não o crescimento que se espera com a oferta de vagas na creche”.

Entretanto, não soube informar qual o déficit atual de vagas e  joga a culpa nas mães que tem os filhos inscritos em várias listas de esperas. Segundo ela, às vezes essa criança consegue a vaga em uma creche e a mãe não cancela a inscrição em outras listas de espera.

De acordo com ela, em relação às vagas em creches, segundo o censo escolar 2015, Olímpia atendendo 1.004 crianças. Segundo ela, em 2009 eram 652. “Nós crescemos”, enfatiza. Mesmo assim ainda faltam muitas vagas.

Por outro lado, cita os casos do Morada Ver­de, Maranata e Santa Ifigênia, no Estádio Alfredo Ta­kahashi, conhecido por Campo do Olimpinha, sendo que as duas últimas ainda não começaram a ser construídas e não há data prevista para tanto.

“Especificamente, no que diz respeito a vagas em creche, há tempos que venho falando, essa situação se mantém como uma situação de inexistência de vagas para todas as nossas crianças”.

Crianças sem vagas em creches vêm desde o governo Carneiro

A falta de vagas em creches da cidade é um problema que vem desde a administração do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro e tem se acentuado na gestão do atual prefeito Eugênio José Zuliani, que já está caminhando para a fase final do terceiro ano de seu segundo mandato.

Todos os anos são apresentados projetos e novas creches como forma de solucionar o problema definitivamente, mas nada acaba sendo confirmado e, assim co­mo neste ano, acaba ficando apenas na forma de uma promessa da administração do município.

No ano de 2013, por exemplo, a situação acabou ganhando destaque regional por causa de uma confusão que cercou uma fila formada pelos pais que pretendiam uma vaga pra o filho.

Vários pais tiveram que passar a madrugada em uma fila para conseguir garantir uma vaga para filho em uma creche que atende principalmente aos moradores dos jardins Antônio José Trindade e Luiz Zucca, conhecidos por Cohabs I e II, na zona sul da cidade.

De acordo com o programa informativo Tem Notícias, da TV Tem, afiliada da Rede Globo de Televisão, de São José do Rio Preto, moradores reclamavam do atendimento aos pais de crianças para a matrícula de uma creche municipal.

As inscrições foram abertas e uma fila se formou em frente à unidade. Alguns dis­­seram que ficaram no local desde a madrugada e, até o meio-dia ainda não tinham sido atendidos.

Na oportunidade, segundo a emissora, a Prefeitura Municipal de Olímpia informou, em nota, que a creche tinha 61 vagas e o critério do atendimento foi mesmo a ordem de chegada.

Também, segundo nota, os moradores do bairro tinham prioridade nas vagas e haveria a tentativa de relocar quem não conseguir a matrícula para outras creches.

Em 2014, o prefeito apresentou duas novas creches, uma no Jardim Village Morada Verde, na zona leste de Olímpia, que já passou por um processo de paralisação e está com seis meses de atraso (o prazo para a conclusão era janeiro deste ano) e outra ao lado do Jardim Hélio Cazarini, conhecido por Cohab III, na zona da cidade, que até agora não saiu do papel.

 

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