21 de julho | 2008

Associtrus prevê quebra de pelo menos 20% na produção de laranjas em 2008

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 Para a Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) a safra de laranja 2008/2009, que começou oficialmente na terça-feira, dia 1.º de julho no Estado de São Paulo, deve registrar quebra de pelo menos 20% da produção em virtude dos problemas climáticos ocorridos no ano passado.

De acordo com o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, a expectativa é de que sejam colhidas em torno de 260 milhões de caixas de 40,8 quilos nesta safra, contra 330 milhões na safra passada.

Viegas explica que as chuvas inesperadas de julho de 2007 anteciparam a florada das laranjeiras que acabou abortada em virtude da seca ocorrida entre agosto e outubro. Além do atraso no início da safra deste ano, segundo ele, a quebra deve ser de pelo menos 20%. Ele declarou ao jornal Diário da Região que "os mais conservadores falam em 7%, enquanto os mais pessimistas acreditam em perdas de até 35%".

No entanto, apesar da incidência de problemas climáticos, a previsão do governo paulista é bem mais otimista e indica que a produção pode chegar a 368,2 milhões de caixas, ligeira alta de 0,62% em relação aos 365,8 milhões de caixa colhidas na safra passada, dado também acima do estimado pelos próprios citricultores. Levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) elaborados a partir dos dados coletados por técnicos das Casas de Agricultura, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e disponibilizados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), mostra que a safra preliminar de laranja (safra agrícola 2007/08) registra acréscimo de 1,7% na área plantada, atingindo 691,26 mil hectares.

Porém, a produtividade deve ser 1,1% menor que a safra passada em função dos impactos da seca ocorrida no segundo semestre de 2007. Pelos números oficiais, a região Noroeste do Estado deve responder por 30% da produção nesta safra, o que corresponde a 110,6 milhões de caixas. Fazem parte do levantamento os municípios abrangidos pelos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) de Barretos, Catanduva, Fernandópolis, General Salgado Jales, Rio Preto e Votuporanga. Juntos, esses EDR têm atualmente 53,1 milhões de pés de laranja em produção, o que corresponde a 28,4% dos 186,7 milhões de pés do Estado e 6,3 milhões de pés novos, o que equivale a 18,5% dos 34,4 milhões do Estado.

Perdas

Na maioria das regionais citrícolas tradicionais, dados oficiais indicam que houve perda de área de laranja para outras atividades agrícolas, como em Catanduva (33,6%), Jaboticabal (41,3%) e Barretos (16,6%).

Segundo ainda levantamento oficial, a citricultura paulista é o terceiro item no valor da produção agropecuária paulista e nas exportações do agronegócio brasileiro, com desempenho inferior apenas para a cana para indústria e para a carne bovina em ambos os referenciais.

O Estado de São Paulo detém 97% das exportações brasileiras de suco da fruta e possui o maior pomar do mundo, com cerca de 200 milhões de pés de laranja. O presidente Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, não foi localizado ontem pela reportagem do Diário para falar a respeito da expectativa de safra.

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