O setor da Agricultura já investiu aproximadamente R$ 250 mil na recuperação e proteção da mata ciliar do córrego Olhos D’água. A informação vem da Casa de Agricultura de Olímpia, num momento em que a preservação do meio ambiente vem sendo bastante debatida. De acordo com o agrônomo Manoel Décio Travaine, o trabalho começou a ser realizado no ano de 2002, mas foi mais incrementado em 2005.

No entanto, até por dificuldades jurídicas, embora a nascente do córrego esteja no município de Severínia, o trabalho da Casa de Agricultura só pode ser realizado dentro do município de Olímpia.

Uma área que pode ser considerada pequena – são apenas cerca de 5 mil hectares para um universo de aproximadamente 78,5 mil de área do município de Olímpia – mas importante para pelo menos dar início a um trabalho visando recuperar o que já foi perdido e preservar o que restou das ações do homem.

De início foi realizado um levantamento sócio econômico e ambiental, onde foi visitada todas as propriedades rurais e, através desse diagnóstico foram levantados os problemas principais.

Depois houve reuniões com produtores e seus familiares, membros do CMDR (Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural), prefeitura municipal, sindicatos e a sociedade olimpiense, conscientizados a todos do trabalho a ser realizado na MBH (Microbacia Hidrográfica).

Problemas

Os principais problemas priorizados foram: estradas rurais bastante danificadas, prejudicando o escoamento da produção agropecuária; baixa produtividade das culturas; assoreamento existente nos córregos e nascentes; falta de prática de conservação de solo; existência de erosões de grande proporção – as chamadas de "voçorocas"; degradação; e até ausência de matas ciliares em áreas de APP (Área Preservação Permanente), de cursos de água e nascentes.

Os trabalhos foram iniciados no ano de 2002, através da elaboração, do PIP (Projeto Individual da Propriedade). Porém, os incentivos começaram a ser aplicados a partir de 2005, através de projetos de adequação de estrada, projetos de controle de ravinas e voçorocas, terraceamento, calcário agrícola, reflorestamento ou recuperação de áreas APP, construção de fossas sépticas biodigestoras, construção de cerca para proteção de mananciais, sistema de divisão de pastagem, entre outras medidas. O programa já atende cerca de 30 propriedades da Microbacia do Olhos D’Água, com "benefícios ou incentivos oferecidos aos produtores que são atendidos pelo programa de Microbacia", explica o agrônomo.

Prazo

Não há prazo previsto para aplicação do programa, mas a continuidade depende de recursos e do interesse dos produtores para a continuidade destes trabalhos. "Conscientização e convencimento dos produtores para aceitar e implantar novas tecnologias e organização dos mesmos em associações e afins", aponta como finalidades.

O município de Olímpia está localizado na Bacia Hidrográfica do Baixo Turvo/Grande e tem área total de 78, 5 mil hectares. A área da Microbacia Hidrográfica do Córrego Olhos D’água possui 5.014,9 hectares.

Nessa área há 187 propriedades rurais, sendo que 61,5% são classificadas como pequenas que possuem até 50 hectares; 25,7% são classificadas como médias, com áreas de 50 a 200 hectares; e 12,8% são consideradas grandes, com áreas acima de 200 hectares.