14 de fevereiro | 2024
Parasitoses intestinais não são exclusivas de crianças!
Muitos negligenciam a possibilidade de infecção por parasitas, associando erroneamente a verminose apenas à infância. Entretanto, a verdade é que muitos adultos descuidam dos exames preventivos e podem se tornar hospedeiros involuntários de helmintos.
A verminose é uma condição provocada por parasitas que se alojam no organismo humano ou animal. Ela pode afetar tanto crianças quanto adultos, independentemente de viverem em áreas urbanas ou rurais. O controle eficaz dessa doença continua a desafiar os sistemas de Saúde Pública, e, se não for tratada adequadamente, pode resultar em complicações graves, inclusive a morte. A realização regular de exames preventivos ainda é a melhor abordagem, porém, na idade adulta, muitos negligenciam a importância do exame de fezes.
Os helmintos são parasitas que habitam o trato intestinal humano. Alguns desses vermes são transmitidos diretamente de uma pessoa para outra, enquanto a maioria utiliza ovos para se propagar. Esses ovos não são provenientes dos ovos de aves consumidos na alimentação, mas sim dos ovos produzidos pelos próprios vermes. Alguns parasitas necessitam de um hospedeiro intermediário, como moscas e mosquitos, para a transmissão, sendo esses chamados de “vetores”.
Os helmintos podem ser classificados em dois grupos principais: platelmintos e nematelmintos. Dentre os platelmintos, destaca-se o “Schistosoma mansoni”, responsável pela Esquistossomose, uma doença prevalente no Brasil que afeta milhões de pessoas e resulta em milhares de mortes anualmente.
A “Fasciola hepática” é menos comum, mas sua presença não pode ser ignorada. Com dois a quatro centímetros de comprimento, ela reside na vesícula biliar e nos canais biliares do fígado, transmitindo-se por meio da água ou de vegetais aquáticos, como o agrião. Essa condição pode ser prevenida com o consumo de água filtrada e a lavagem cuidadosa de vegetais.
As “Taenia saginata” e “Taenia solium” são conhecidas como solitárias, pois geralmente cada pessoa abriga apenas uma delas. No entanto, exceções existem, como relatos médicos de um indivíduo da Guiné que hospedava 71 exemplares da “Taenia saginata”. Mesmo com avanços no saneamento básico e tratamento da água, as infecções por vermes e parasitas ainda persistem, tornando-se quase parte inevitável da vida humana.
É crucial não subestimar essa situação. Crianças e adultos devem receber atenção especial, com foco na educação de hábitos de higiene, como a lavagem frequente das mãos, escovação dental regular, evitar se alimentar com as mãos sujas, não andar descalço e lavar as mãos após usar o banheiro. Além disso, filtrar e, em alguns casos, ferver a água antes de consumi-la, lavar cuidadosamente as verduras e frutas, garantir a limpeza e arejamento de utensílios, fogões e áreas onde os alimentos são manipulados, e acondicionar alimentos de maneira adequada são medidas essenciais para reduzir ou evitar a contaminação.
Tanto crianças quanto adultos devem realizar exames de fezes regularmente para detectar a presença de vermes e parasitas, que podem representar sérios riscos à saúde. Embora os exames muitas vezes sejam associados principalmente a crianças, é crucial que os adultos também adotem esse controle, pois, como mencionado anteriormente, as infecções por vermes podem evoluir para doenças graves, em alguns casos, incuráveis.
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