22 de abril | 2012

Mãe de bebê não conseguiu nem ambulância para a locomoção

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Embora o discurso seja de que tudo esteja uma maravilha, a realidade do reino encantado é mais dura e difícil para quem necessita de atendimento médico. A situação vivida pela dona de casa Luciana dos Santos da Costa (foto), mãe da bebê Rafaela dos Santos Pereira, que faleceu aos seis meses de idade, foi de verdadeiro calvário, porque não conseguiu ao menos uma ambulância para suas locomoções enquanto peregrinava em busca de atendimento médico adequando.

O caso que teve repercussão regional, também ganhou espaço na mídia local, principalmente na Rádio Menina AM, na manhã desta sexta-feira, dia 20. Ouvintes telefonavam indignados com a situação vivida pela família de Rafaela, que faleceu com apenas seis meses de vida.

A informação partiu inicialmente de uma tia de Luciana dos Santos da Costa, que telefonou para a emissora de rádio, que chamou a atenção para a falta de uma ambulância, que chegou a ser solicitada pela mãe, inicialmente para se deslocar da Santa Casa até sua residência no Jardim Boa Esperança, no final da manhã e início da tarde da quarta-feira, um dia antes da filha morrer.

“Por volta das 11h30, ainda em frente a Santa Casa, ela (Luciana) estava cansada e pediu uma ambulância. Ficou das 11h30 até 2 da tarde (14 horas) na porta da Santa Casa e não apareceu uma ambulância sequer para pegar ela com a menina”, disse a mulher que se identificou como o nome de Aparecida dos Santos.

Mas a confirmação surgiu de outro ouvinte que se identificou apenas com o nome Marcelo. “Essa mãe me confidenciou ontem (5.ª feira) que ela veio a pé lá do Jardim Santa Ifigênia (zona norte) até aqui na COHAB (zona sudeste) atrás de um pediatra. Ela tentou e não conseguiu ambulância”, relatou.

O fato de se deslocar em horários proibitivos para exposição ao sol por várias razões pode ter sido um fator complicador para a desidratação que já incomodava e atrapalhava a vida de Rafaela.

Por causa disso, inclusive, Aparecida dos Santos contesta alguns comentários que já foram jogados em meio à opinião pública, de que a bebê teria morrido por causa de desnutrição. “Estava desnutrida sim, mas de tanto ficar andando para cima e para baixo no sol quente, sem uma ambulância na cidade para socorrer”, enfatizou.

A tia de Luciana dos Santos da Costa também contesta a isenção que algumas pessoas pretendem destinar para a Santa Casa de Olímpia. Para ela, além do sistema comandado pelo prefeito Eugênio José Zuliani, que tem funcionado mal, o hospital também tem parcela de culpa, pelo menos, pelo que aconteceu.

Ela parte do princípio de que o médico Fernando Okabe, que realizou o primeiro atendimento, deveria ter optado pela internação de Rafaela. “Ai incrimina muito a Santa Casa porque esse médico não tinha de ter soltado a menina para vir embora. Ele vendo a situação dela tinha de ter segurado (internado)”, explicou seu pensamento, enfatizando que era uma menina saudável e bem nutrida.
 

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