14 de maio | 2014

Sem chuva há vários meses, região sofre com rios baixo

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Da redação com Folha de São Paulo

As poucas chuvas de abril não conseguiram recuperar o nível dos rios, o que fez com que cidades do interior adotassem racionamento no abastecimento de água. O rio Pardo, por exemplo, atingiu o menor nível para o mês de maio desde 2001, segundo dados da estação de medição da ANA (Agência Nacional de Águas) instalada no Clube de Regatas de Ribeirão Preto.

O rio Pardo está com só 66 cm de profundidade na cidade. No ano passado o nível mínimo no mês foi de 95 cm. Os meses de abril a setembro são o período mais seco do ano na região Sudeste do país.

Essa situação ocorreu apesar de, em abril, o volume de chuvas ter sido 36% maior que a média histórica em Ribeirão Preto, segundo dados da Defesa Civil do Estado.

Como o volume a mais de chuva no mês, 21,7 mm, foi insuficiente para recuperar o déficit registrado de dezembro a março (período chuvoso do ano), cidades atendidas pela bacia do Pardo, como Casa Branca, iniciaram racionamento de água. A cidade fará rodízio entre regiões – cada dia uma fica sem água.

Tambaú também iniciou o racionamento, ainda no fim de abril.

"Se continuar sem chuva, não sei o que vai acontecer" afirmou o diretor do Departamento de Água e Esgoto de Casa Branca, Luiz Carlos Fernandes Bueno. "A situação está crítica, como em todo o Estado de São Paulo", reforça.

Casa Branca capta água em dois afluentes do Pardo. Um dos reservatórios da cidade secou e o outro está com 40% de sua capacidade, quando ambos deveriam estar cheios nesta época do ano.

PREVISÃO
A meteorologista Helena Turon Balbino, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), afirmou que é esperado que os próximos meses sejam secos, como todos os anos.

"Estamos numa época que não é de chuva e deverá ser seca como todo o inverno", diz.
Além de manter os reservatórios baixos, as últimas chuvas também não repuseram o nível de água das nascentes de rios e reservatórios naturais do solo.

 

Isso torna mais demorada a recuperação dos reservatórios quando chove, segundo o diretor do Departamento de Obras e Infraestrutura de Santa Rita do Passa Quatro, João Alex Baldovinotti.
 

Sem chuva há 20 dias, segundo ele, a cidade viu o nível de seu reservatório cair pela metade, de 90% para 45%. A água desceu 1,3 metro e hoje está em 50 cm de profundidade. Se alcançar o nível de 10 cm, deverá ser adotado um racionamento.
 

Já em Brodowski, a Prefeitura passou a fornecer caminhões-pipa para produtores rurais cujos poços secaram há pelo menos 20 dias. A cidade não enfrenta problemas de abastecimento pois capta água em poços a 300 metros de profundidade no aquífero Guarani.
 

Em Altinópolis, a captação de água no córrego Mato Grosso foi suspensa após a vazão cair pela metade, segundo o engenheiro ambiental da prefeitura Arão Santos Peruzzi. Um novo poço passou a operar nesta semana, elevando em 40% o fornecimento de água.

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