16 de abril | 2014

Operação da PF inclui Olímpia na rota do tráfico internacional de drogas

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Uma operação deflagrada na terça-feira, dia 15, pela Polícia Federal (PF), incluiu Olímpia na rota internacional do tráfico de drogas. A essa conclusão se pode chegar após a divulgação pela imprensa regional de que três mandados de prisão foram cumpridos na cidade pela unidade de São José do Rio Preto. No entanto, os nomes dos acusados que teriam sido detidos na cidade não foram divulgados.

Por outro lado, na quarta-feira, 16, na imprensa local circulou a informação de que o próprio delegado Alexandre Custódio Neto, delegado da Polícia Federal em Araraquara, que comandou a operação, teria negado que alguém tivesse sido preso ou mesmo que algum mandado de busca e apreensão tivesse sido cumprido na cidade.

O que se sabe é que a operação, batizada de “Escorpião”, para desarticular organizações criminosas de tráfico internacional de drogas no País, inclusive na região, cumpriu 43 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão em cinco Estados.

Segundo informação divulgada pela Rede Globo de Televisão, foram presas 32 pessoas, a maioria delas empresários e comerciantes, suspeitos de integrar duas quadrilhas de tráfico internacional de drogas.

De acordo com a informação publicada nesta quarta-feira, dia 16, pelo jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, a operação foi realizada nos Estado de São Paulo (sendo um em Rio Preto e outros três em Olímpia), Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Araraquara, que também determinou o bloqueio de valores depositados em diversas contas bancárias. Segundo a PF, 200 policiais cumpriram as determinações da Justiça.

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, os integrantes dessas organizações investigadas comercializavam drogas trazidas da Bolívia e do Paraguai.

Parte da droga que vinha para a região de Rio Preto, de acordo com a polícia, seguia depois para abastecer “bocas” em território mineiro. O entorpecente era comprado por traficantes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e depois distribuído para revendedores.

INVESTIGAÇÃO JÁ PRENDEU 26 ACUSADOS
Iniciada em fevereiro do ano passado, a investigação já resultou na prisão de 26 pessoas e apreensão de 380 quilos de cocaína, 130 quilos de maconha, 500 pontos de LSD, quatro armas de fogo, 28 veículos e R$ 100 mil.

À época, de acordo com a corporação, as substâncias entorpecentes apreendidas entraram no país pelas regiões de fronteira de Foz do Iguaçu (PR), Ponta Porã (MS), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).

Segundo informação da Folha de São Paulo, os integrantes das organizações criminosas investigadas atuavam nas regiões de Araraquara e Ribeirão Preto, onde comercializavam expressiva fração das substâncias ilícitas trazidas da Bolívia e Paraguai, segundo a PF. Parte da droga também se destinava ao Estado de Minas Gerais, na região de Belo Horizonte.

A polícia estima que as quadrilhas tenham comercializado em um ano uma tonelada de cocaína e duas toneladas de maconha, movimentando cerca de R$ 17 milhões com as vendas.

"Eles se aproveitavam dos negócios lícitos que mantinham para promover as atividades ilícitas", afirmou Alexandre Custódio Neto (foto), delegado da Polícia Federal em Araraquara, responsável pela operação.

As drogas eram vendidas para outros traficantes da região e não diretamente para os usuários. Os entorpecentes eram trazidos do Paraguai e Bolívia em carros e caminhões. "As drogas eram transportadas em pequenas quantidades, de até 100 quilos. Elas vinham escondidas no meio de cargas lícitas ou em 'mocós', ou seja, ocultas em bancos e em compartimentos de veículos", acrescenta o delegado.

As drogas entravam no país por "fronteiras secas" das cidades de Foz do Iguaçu (PR), Ponto Porã (MS), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).

De acordo com Custódio Neto, as quadrilhas investigadas não têm a "envergadura" das que atuam na chamada rota caipira – que utiliza aeroportos e rodovias da região de Ribeirão para distribuir drogas para grandes centros, como São Paulo. "Mas, com certeza, são as principais quadrilhas de distribuição de drogas na região", disse o delegado.

Entre os presos na operação estão narcotraficantes que atuam nas fronteiras brasileiras que podem levar a outras quadrilhas do país.

"Com essas apreensões e prisões, conseguimos informações de fornecedores e compradores que vamos continuar investigando", afirmou o delegado da PF.

ESCORPIÃO

A operação foi nomeada de escorpião, como é conhecida a pasta base de cocaína com alto grau de pureza. De acordo com a polícia, ela é comercializada na Bolívia por cerca de US$ 2,5 mil (R$ 6.000, ao câmbio desta terça) o quilo. Ela é misturada a outras substâncias no Brasil e vendida em porções de cocaína, crack e óxi.

Os investigados responderão na medida de suas participações pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e por integrarem organização criminosa, de acordo com a corporação.

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