28 de agosto | 2016

Mercado imobiliário inicia recuperação e saída da crise

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Mesmo com a instabilidade política do governo federal que ainda prevalece e as constantes variações de alta dos juros, em Olímpia o mercado imobiliário já dá sinais de recuperação e inicia sua saída da crise financeira que se instalou no Brasil principalmente a partir de dois a três anos atrás. No entanto, mesmo com esse reaquecimento ainda deixa a desejar em relação ao superaquecimento verificado até 2013.

Para o proprietário da Imobiliária Apoio, Carlos Eduardo Savian, o mercado esfriou bastante a partir do ano passado, mas agora já começa a encontrar força e a aquecer novamente. “Eu acho que o mercado de compra e venda estava parado e está aos poucos a ter vendas”, comentou.

Isso porque, segundo ele, em razão da crise que atingiu esse segmento os preços dos imóveis iniciaram um processo de queda. “Começou a baixar um pouco o preço do imóvel e com isso começou a movimentar novamente”, reforça.

Savian avalia que o sintoma de crise começou a ser sentido a partir do meio do ano de 2015 e somente agora  voltou a dar sinais de aquecimento. Esse período de estagnação prevaleceu até pelo menos no mês de maio deste ano.

“Nos meses de junho e julho começou a ter uma melhora boa. Mas não é o que era antes ainda, que era aquele boom que tinha em 2014, 2013 e outros anos anteriores, mas eu acho que até o final de 2016, volte ao normal”, comentou.

Mas essa variação em relação a queda do mercado apresenta particularidades no segmento local. Para a corretora da Imobiliária Rossi, Grasiela Lemos do Prado, por exemplo, a crise econômica não atingiu fortemente a cidade que ainda oferece condições de investimentos no setor por causa do segmento turístico.

“A crise do mercado imobiliário não atingiu muito a cidade de Olímpia, pois existem muitos empreendimentos em andamento e os interesses de realizar empreendimentos continuam fortes devido ao turismo”, explica.

Já para o advogado Mário Francisco Montini, proprietário da Imobiliária Alpha, os financiamentos também influenciam favoravelmente para o setor. “A gente tem uma atuação forte em financiamentos, principalmente pela Caixa Econômica Federal. E essa atuação para nós, tem se mantido até de certa forma estável, embora tenha havido um aumento da taxa de juros, tenha tido algumas dificuldades em alguns dos planos de financiamento, mas esse tipo de segmento, ele se mantém”.

Entretanto, Montini ressalta que na negociação direta, ou seja, a compra e venda de imóveis, ocorreu uma retração “porque quem tem os recursos está meio receoso de fazer investimentos principalmente no imobilizado e isso tem diminuído um pouco as vendas”.

Porém, mesmo com os problemas que envolvem a economia nacional ele não deixa de acreditar na recuperação do setor. “Com essa recessão que estamos vivendo há dificuldade também para o mercado local, mercado de imóveis, mercado de venda de imóveis de terceiros, de vendas mais diretas”.

Maior limite de financiamentos não contribui para aquecimento

Embora ainda no início, o novo limite de financiamento de imóveis residenciais que o Governo Federal autorizou à Caixa Econômica Federal (CEF), principalmente a partir dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), não deverá ajudar muito no reaquecimento do mercado imobiliário local. Essa ideia é defendida até mesmo por quem ainda não começou a operar com os novos valores autorizados. “Eu não tenho conhecimento dessa mudança ainda, mas tudo o que aumenta o valor de financiamento com certeza melhora as vendas e aí vira uma roda que começa a movimentar tudo”, avalia Carlos Eduardo Savian, proprietário da Imobiliária Apoio.

O aumento do limite dos financiamentos favorece as pessoas trocarem seus imóveis por outros melhores, por exemplo, saindo de um imóvel de R$ 500 mil para comprar um de R$ 1 milhão “E assim por diante. Aí começa (o mercado) a rodar de novo e se a Caixa aumentou esse valor é uma boa”, comentou.

Entretanto, se por um lado há mais recursos com um limite maior de financiamento, por outro o mercado local deixa a desejar e não atende as necessidades dos compradores. O limite passou de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões. “Esse tipo de segmento é para a classe alta”, observa Mário Francisco Montini, proprietário da Imobiliária Alpha.

Entretanto, o mercado local ainda deixa a desejar para esse segmento. “Mas não temos imóveis desse valor, ou seja, não tem procura de financiamentos nesse valor, para nós, na nossa realidade até regional, não tem muita implicação. Até nem sei por que uma alteração dessas”, acrescenta.

CASAS POPULARES

Para Montini o ideal seria a redução de juros para aquisição de imóveis de menor valor: “imóveis de R$ 100 mil a R$ 150 mil, porque a população precisa desses recursos, nesses limites”.

O limite alto, entende Montini, é só para São Paulo, Brasília, ou seja, cidades desse porte: “porque é para facilitar para quem é rico, não é a realidade nossa. Para nós não altera nada esse limite. Nós temos uma população que almeja a casa própria, mas dentro da sua possibilidade de recursos. Se a gente pegar o nível médio de salário de Olímpia teríamos que se adequar nessa faixa”.

A corretora da Imobiliária Rossi, Grasiela Lemos do Prado, acredita que o novo limite ajudará no reaquecimento do mercado: “Esse limite de R$ 3 milhões vai ajudar o setor sim. As pessoas que tem um ganho mais alto, mas não conseguem comprar o imóvel à vista têm a possibilidade de adquirir um imóvel com um valor maior podendo fazer um financiamento”, diz.

No entanto, o aumento do financiamento para imóveis da faixa mais popular favorecerão mais: “o que ajuda mais a cidade de Olímpia é o programa Minha Casa Minha Vida que era de R$ 115 mil e aumentou para R$ 135 mil”.

De acordo com a corretora, isso porque esse “financiamento abrange uma faixa maior de interesse da população de Olímpia. Já melhorou, já faz um três ou quatro meses que melhorou e que aumentou esse limite”.

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