13 de março | 2011

Infiltração da chuva arrebenta parte do vertedouro da represa do Recco

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A infiltração de água verificada durante as várias décadas de utilização acabou derrubando parte do vertedouro da represa de contenção, conhecida como Represa do Recco. Houve também o desmoronamento de parte do aterro implantado ao lado do extravasor lateral do sistema, conhecido popularmente ‘quebradouro’ e ‘ladrão’.

Esse extravasor, explica o secretário, evita que a água passe por cima da barragem, o que poderia ser uma situação complicada e, até mesmo complicar a segurança da própria barragem.


De acordo com Tonelli, o que ocorreu na quinta-feira, dia 10, foi a queda de ala do extravasor lateral da represa, o que passa por baixo da ponte, construído em 1962, aproximadamente 50 anos atrás, também projetado por Uehara. Esse extravasor lateral é chamado tecnicamente de Vertedouro de Creager.


O problema ocorreu do lado da montante da represa, ou seja, do lado de dentro. Quer dizer, à direita de quem passa pela ponte, no sentido de Severínia. Porém, do lado oposto, não há problemas, segundo Tonelli.


“Perto dos outros problemas que tem é menos grave, mas requer uma atenção especial. Estamos acompanhando e o engenheiro da Prefeitura Rene Galetti está fazendo o cálculo estrutural e vamos fazer aquela ala”, disse.


Tonelli informa que o sistema será recomposto brevemente. “Vamos refazer aquela ala nas mesmas especificações projetadas lá atrás. Lá nunca teve problema porque a água passa por ali somente quando a represa transborda lateralmente”, disse.


“Após o cálculo de quanto precisa de ferragem, concreto e formas metálicas e vamos contratar uma empresa para refazer sempre acompanhando aquele talude, para não surgir um risco iminente de haver um rompimento. Mas o problema pode colocar apenas a ponte em risco, interrompendo a passagem de veículos”, acrescentou.


Também de acordo com Tonelli, por se tratar de uma situação emergencial, não será necessário realizar um processo de licitação e a empresa que realizará o serviço será contratada já próxima segunda-feira.


SEM CHOVER
PARA REFAZER

Porém, avisa que para realizar uma obra dessa é preciso que não chova. Mas a previsão, segundo ele, informada pela Guarani, é de que nos próximos dias não haverá chuvas. Por isso, estima um prazo de no máximo 20 dias para a conclusão. “Demora mais para preparar a obra do que para executar”.


Segundo ele, o reparo do extravasor deve custar mais de R$ 100 mil. “Só de concreto e formas vai isso. Agora, se tiver que mexer com terra o custo será maior e não tem previsão. Mas o custo estimado é de aproximadamente R$ 120 mil. É uma estimativa porque na hora que começa a mexer e coloca o equipamento lá, podem surgir outros detalhes”, conta.


Em relação á segurança da barragem, mesmo com a repetição do volume de chuva registrado no dia 25 de fevereiro, o secretário não vê riscos de um rompimento da barragem.


“Mas como o projeto é para isso mesmo, estou muito tranquilo em dizer que não porque aquele dia escoou normal, não teve problemas. Aconteceu isso porque houve uma infiltração. São quase 50 anos. É normal isso”, avaliou.


Entretanto, no restante da estrutura, que tem o mesmo período de existência, informa que não há problemas. “O resto da estrutura nós andamos lá verificando e a impressão visual é que está tudo bem. O terreno está perfeito, o talude está lá, não tem problema”, tranquilizou.


NADA A VER


Mas o problema não tem nada a ver com a obra realizada em 2003, projeto do professor Kokey Uehara, para ampliar a vazão do canal do extravasor de fundo da represa. Na ocasião, segundo o secretário havia um tubo de um metro de diâmetro e foi colocado outro de concreto, com figura geométrica quadrada, de 1,20 metro quadrado, vazão que suportava até cerca de 3h30 de chuvas fortes.


“Aumentou a vazão do canal de fundo da represa e foi a obra que resolveu o problema das enchentes. Aumentou a vazão e a velocidade da água, permitindo que a área da represa enchesse e escoasse a água sem colocar em risco a barragem”.

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