22 de janeiro | 2009

Cerca de mil vão a manifestação contra interdição de ônibus velhos

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Cerca de mil pessoas, entre proprietários de ônibus, motoristas e trabalhadores rurais, principalmente colhedores de laranja, participaram de uma manifestação contra a interdição de ônibus com mais de 20 anos de fabricação, pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

A manifestação, no cruzamento das rodovias Armando de Salles  Oliveira e Marcelino José de Almeida, durou cerca de 5h30. O movimento bloqueou o trânsito por aproximadamente duas horas, no trevo de acesso a Severínia.

Os manifestantes protestavam contra portaria nº 39 do DER, que proíbe a circulação de ônibus de transporte de trabalhadores rurais com mais de 20 anos de fabricação no Estado.

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 60 ônibus, 200 motoristas e 800 trabalhadores rurais, das culturas de cana-de-açúcar e laranja, ficaram parados a partir das 6 horas, em frente a um posto de combustíveis.

Uma hora após o início do protesto, a rodovia foi bloqueada pelos manifestantes e só foi liberada duas horas depois, quando um membro do DER chegou para negociar com os motoristas

"Um ônibus, para levar trabalhadores, passa por três vistorias. Se é aprovado em todas elas, não interessa se tem mais de 20 anos. O problema é que, com a portaria, a gente vai perder R$ 20 mil por ônibus, porque ninguém vai querer comprar um veículo de transporte se ele não poderá transportar", disse à Folha de São Paulo, Fábio Luiz Herculano, um dos líderes do movimento

Herculano tem quatro ônibus e afirmou que, com a paralisação de ontem, perdeu por ônibus cerca de R$ 500. Três carros da PM acompanharam todo o protesto – não houve incidentes. "O DER regional vai encaminhar as reivindicações para São Paulo. Dentro de 15 ou 20 dias deve vir um posicionamento e, enquanto isso, os veículos que ainda não tiverem a autorização renovada poderão circular", disse o diretor regional do DER Marco Aurélio Macedo Pereira.

A medida – proibição da frota com mais de 20 anos de fabricação – está sendo adotada para diminuir o número de acidentes e preservar principalmente a vida dos trabalhadores que utilizam o transporte diariamente até a Zona Rural.

Na terça-feira, dia 20, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barretos e região, Carlos Gonçalves, recebeu um grupo de 50 proprietários de ônibus, com a finalidade de debater o assunto.

De acordo com o Diário da Região de São José do Rio Preto, os manifestantes afirmam que não tem condições econômicas para adquirir veículos mais novos para transportar trabalhadores rurais. Alegam também, que a medida contribui para desvalorizar o preço dos veículos, que não poderão circular pelas rodovias do Estado.

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