09 de novembro | 2008

Bancos não descartam recessão e o aumento da inadimplência

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 Mesmo os bancos oficiais, como o Banco do Brasil, cuja ordem do governo federal é manter o índice de financiamento ao consumidor mesmo em tempos de crise financeira mundial, não descartam as possibilidades de uma recessão e o conseqüente aumento dos índices de inadimplência.

No entanto, segundo o gerente geral do Banco do Brasil, Waldemir de Souza Rosa, o aumento da inadimplência, por exemplo, ainda não foi percebida. "Mas a gente trabalha com esse risco sim e acreditamos nessa hipótese", declarou em entrevista que concedeu à Folha.

Porém, ressalta que ainda é cedo para mensurar até que ponto chegará a crise.

"De repente uma retração das empresas de investimentos desencadeia o desemprego, conseqüentemente a pessoa desempregada não paga suas dívidas e gera a inadimplência. Determinar um percentual é difícil por que a gente não sabe até quando e até onde essa crise vai atingir", definiu.

O Banco do Brasil, segundo ele, tem orientado bastante seus clientes, tanto aplicadores, quanto os tomadores de empréstimos, no sentido de evitar problemas futuros. A preocupação é enquadrar cada um dentro da capacidade de pagamento para evitar os problemas. "Dentro da capacidade e do potencial dele para que não ocorra isso (inadimplência) no futuro", reforça.

Até por causa da orientação do governo federal não está havendo restrição de crédito. De acordo com o gerente, todas as linhas estão abertas e a tomada de empréstimos depende apenas da capacidade do suporte de cadastro de cada cliente. "No meu ver essa crise chegou no seu topo e agora vamos ver quais serão as seqüelas", diz.

E acrescenta: "A ferida está aberta e acho que ela vai começar a fechar. E quais serão as seqü elas? Provavelmente em 2009 a gente vai passar um ano difícil e apertado, mas para 2010 as coisas começam a voltar ao normal. Essa é minha visão".

Embora não transpareça tanto, a preocupação é geral. A oscilação do mercado financeiro, mesmo que não seja o caso de Olímpia, por exemplo, sempre acaba influenciando. A alta do dólar, se beneficia alguns setores, atrapalha certamente a outros.

SEM RESTRIÇÃO

Segundo o gerente geral da CEF (Caixa Econômica Federal), José Carlos Gisoldi, até o momento a instituição, por não ter visto necessidade de adotar alguma medida, não se manifestou a respeito. "Ressaltando que a Caixa é 100% do governo e ela tem o foco naquilo que o governo pretende e, uma das medidas do governo é que se amplie o crédito, e não o restrinja", observa.

A agência de Olímpia continua operando normalmente, independente das informações sobre o mercado financeiro internacional que circulam diariamente: "Não tivemos qualquer tipo de restrição a qualquer cliente", relata o gerente.

De acordo com Gisoldi, o atendimento continua normal inclusive no setor habitacional, que é um setor que a instituição atua em grande escala. Da mesma maneira está sendo na área comercial do banco: "Temos trabalhado e concedendo os créditos normalmente", reforça.

"Essa é uma crise que não sabemos até que ponto vai atingir o Brasil. Neste momento não existe nenhum indício de qualquer tipo de contaminação, mas isso é uma coisa que vai significar mais no futuro", comentou.

 

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