24 de março | 2020

Um mundo em guerra

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O mundo está em guerra.  A humanidade está ameaçada não mais somente pela arma nuclear, mas ameaçada por uma realidade vista como ficção cientifica: um vírus. 

O vírus faz parte da existência humana. Ao longo da história, vírus já dizimaram a população mundial. Vacinas foram criadas, alguns desses vírus não são mais ameaça, mas parece que ele (o vírus) se reinventa e, de tempos em tempos, reaparece. Ameaçador, implacável.

Agora estamos vivendo tempos do novo coronavírus. Ele já fez estragos pelo mundo e chegou até o Brasil. Temos sempre a tendência de achar que conosco será diferente, afinal somos um “país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza”- como cantou o nosso poeta Jorge Ben Jor e ele tem razão – mas o fato é que nem mesmo o nosso verão tropical parece capaz de deter o malvado. E já houve óbito.

O único remédio, por enquanto, é a prevenção. Além de intensificar os hábitos de higiene, lavando constantemente as mãos com água e sabão, usar álcool gel e desinfetantes, outra medida de prevenção é ficar em casa. E essa limitação de movimentos parece ser o pior a ser cumprido.

E é mesmo difícil. Temos que trabalhar e não são todos que têm o possibilidade de trabalhar em casa, no chamado sistema “home office”. Como ganhar o pão de cada dia em casa, se o trabalho é de vendedor ambulante, por exemplo; vender para quem se as pessoas estão obrigadas a restringir seus passeios? Este é apenas uma das profissões afetadas. Como medir o impacto econômico que esta passagem do coronavírus vai nos causar? Essa tem sido uma preocupação verdadeira das autoridades em saúde. Não dá para prever nada. Temos que viver o dia a dia, nos auxiliar mutuamente.

E a pandemia nos chama a atenção para uma situação que nos passa praticamente desapercebida em tempos normais, a situação das pessoas que moram na rua. Somente na cidade de São Paulo, eles somam cerca de 24 mil pessoas e aproximadamente  14% são pessoas com mais de 60 anos. As autoridades de Saúde criaram um protocolo específico para socorre-los, mas continuam sendo a parte mais vulnerável da população.

Sabem aquela expressão de se “colocar no lugar do outro”, nunca foi tão necessário praticarmos isso. Felizmente, já se tem notícia da mobilização entre vizinhos que demonstram solidariedade principalmente com aqueles que estão no grupo de risco e por isso não saem de casa, se dispondo a fazer compras de alimentos e outras necessidades para que estas pessoas possam se resguardar.

Infelizmente, é preciso obedecer às instruções de não se aproximar das pessoas. É preciso obedecer às instruções de ficar em casa por mais difícil que isso seja. É difícil explicar para as crianças que estão em casa porque as aulas foram suspensas que não dá para circular livremente nos parques, que não dá para brincar com o amiguinho, é preciso que os pais e parentes se unam e usem a criatividade para ajudar os pequenos a entenderem a situação. E por vezes essa é uma tarefa grande demais porque todos os adultos estão sofrendo o impacto dessa situação repentina na qual a vida está ameaçada.

Uma das maneiras mais eficientes de se contar a COVID-19 é evitar o contato externo. As crianças não estão de férias escolares, quer dizer não foram dispensadas para terem tempo de passear; elas foram mandadas para casa a fim de terem a suas vidas resguardadas. E por isso devem ficar em casa. Pelo mesmo motivo pessoas foram liberadas para trabalhar em casa e outras dispensadas do trabalho, e por isso essas também devem ficar em casa. Não é tempo para passear, ir à praia, promover festas, ir ao shopping para passear, ir ao barzinho etc porque você precisa se cuidar, não somente por você mesmo, mas principalmente por aqueles que você ama. Se você contrair o coronavírus, fatalmente vai passá-lo para alguém na sua casa. E assim vai a corrente de contaminação.

Ser infectado pelo coronavírus é um problema de todos porque é justamente isso que ele precisa para continuar matando – sim, matando, não adianta mascarar a realidade – precisa de gente contaminada passando o vírus para outros.

Você quer fazer esse papel? Agente do coronavírus? Não, né! Então se cuide, somente saia de casa para trabalhar e por motivos absolutamente necessários à sua sobrevivência e da sua família. Obedeça as instruções dos órgãos de Saúde.

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