04 de junho | 2024

Memórias de Um Tropeiro – costumava reunir familiares e amigos para contar as lembranças

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Memórias de Um Tropeiro

João Azevedo, mais conhecido como João Boiadeiro, costumava reunir familiares e amigos para contar as lembranças da época em que levava a vida como tropeiro, no início da década de 1950. Natural de Santo Anastácio, em São Paulo, o trabalhador viajou por diversas terras distantes enquanto liderava comitivas de animais a cavalo. Em 2020, aos 95 anos, ele morreu de velhice. Logo depois, a filha dele, Maura Lúcia, faleceu em decorrência da Covid-19. Agora, o genro do patriarca e viúvo, Jorge Antonio Salem, publica “Memórias de Um Tropeiro” para eternizar essas histórias e homenagear a trajetória da família Azevedo. Junto com a esposa, o autor foi vizinho de João Azevedo em Nova Esperança, no Paraná. A cada visita que fazia à casa do sogro, ouvia atentamente os detalhes narrados sobre as experiências vividas no campo e nas estradas. Com um gravador, Jorge registrou ao longo dos anos muitas dessas conversas e, após o falecimento do líder familiar, decidiu transcrever e transformar as gravações neste livro — que é escrito em primeira pessoa, pelo ponto de vista do próprio Boiadeiro, para retratar a forma como ele contava as memórias quando ainda estava vivo. O tropeirismo surgiu como uma alternativa para promover a interligação dos polos econômicos inexistentes no Brasil do passado, a partir do século XVII. Esses trabalhadores transportavam grandes quantidades de animais por entre rios e montanhas, abrindo rotas e fundando vilas. João Azevedo iniciou esse trabalho em 1952, formando grupos de peões que conduziam centenas de cabeças de gado pelo país afora: ele passou pelos estados de Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, e por países como Argentina, Paraguai e Bolívia.A obra oferece um retrato dessas viagens, como as distâncias percorridas, os locais desbravados, as pessoas que ele conheceu e as guerras que presenciou pelo caminho. Para trazer ainda mais fidelidade aos relatos do sogro, o autor visitou pessoalmente cidades próximas a Ponta Grossa (PR), onde trotavam as caravanas que saíam do Rio Grande do Sul em direção a Sorocaba (SP). Além disso, as páginas são recheadas de fotografias de arquivos pessoais que não apenas ilustram as aventuras de João Boiadeiro, mas também mostram registros históricos datados entre as décadas de 1950 e 1980. O livro tem 104 páginas.

 

McUlster

João Pedro é um adolescente brasiliense que, apesar de ter uma boa família e uma situação financeiramente estável, sente-se deslocado da realidade. Inseguro, ele não tem muitos amigos, tampouco consegue encontrar um lugar para se encaixar. Mas o protagonista de “McUlster”, escrito pelo psicólogo infantojuvenil Sérgio Patto, vai descobrir que possui uma missão maior do que passar de ano na escola e fazer amizades com os colegas de classe. A trajetória começa quando o jovem – também chamado de Jay – se reúne com o pai no Jardim Botânico de Brasília. Nesse encontro, o garoto percebe que a figura paterna não é uma pessoa comum: é, na verdade, um guia dos Elementais, raça encarregada de proteger o mundo de forças das trevas. Antes ausente dos cuidados com o filho, este homem ajudará o menino a entender sua missão e o processo de transformação abrupto que logo o atingirá. Se na vida real a juventude costuma estar fora dos âmbitos tradicionais de poder, ela é a protagonista desta história e tem um trabalho importante na manutenção da paz na Terra. Quando completam 16 anos, os escolhidos são convocados a ser algo mais para assumir a difícil tarefa de lutar contra vilões que querem dominar o planeta para benefício próprio. Porém, esses jovens precisam enfrentar desafios que os colocarão entre o limite da bestialidade e da humanidade. Com arquétipos bem estruturados, mentores, atendimento ao chamado e outras características presentes na clássica jornada do herói idealizada por Joseph Campbell, a obra desperta o interesse de todos os apaixonados pela cultura geek. Envolvido pelo meio nerd desde criança, Sérgio Patto se inspirou nas centenas de obras que leu, assistiu e jogou durante a vida. O autor também utiliza sua experiência como psicólogo infantojuvenil para construir um protagonista emocionalmente complexo. A partir de um universo épico repleto de mistérios, aventuras e batalhas com grandes inimigos, ele conversa sobre temas como responsabilidade, amadurecimento e autodescoberta. Recorrentes na adolescência, esses assuntos são abordados por meio de uma narrativa com linguagem coloquial, que se aproxima do cotidiano das gerações alpha e Z. O livro tem 352 páginas.

 

O Fruto Proibido

Quando assassinatos em série começam a acontecer em uma cidade pacata, veteranos da força policial se mobilizam para desvendar os mistérios por trás dos crimes hediondos. Os detetives Bill e Romana, a advogada Emma, a policial Alisson e o delegado Bartolomeu, principais personagens do livro “O Fruto Proibido”, unem esforços para encontrar respostas na medida em que lidam com os próprios problemas internos. Escrita por Carol F., esta obra utiliza os elementos clássicos do suspense policial, como o mistério em torno da identidade do suspeito, a investigação repleta de momentos angustiantes e a revelação do culpado nos últimos momentos da trama. Além de recorrer aos enigmas típicos do gênero, a narrativa é não-linear e conta com alternância de pontos de vista. Assim, os leitores não apenas embarcam nas complexidades humanas, como também conhecem as profundidades da mente do vilão, cuja identidade permanece secreta a cada virar de página. Para adentrar nos dilemas morais inerentes da existência, a escritora revela as contradições de todos os personagens. Bill está no auge da carreira, porém passa por desgastes no casamento após diversas frustrações; Emma enfrenta grandes desafios amorosos e questiona as escolhas de vida; Bartolomeu está perto de se aposentar, mas, ao se envolver neste caso, tem medo de estremecer a boa reputação que construiu durante décadas; e Romana é corajosa, entretanto ainda convive com muitos traumas devido a um relacionamento abusivo e, por isso, não consegue se abrir para novas experiências. Ao apresentar as trajetórias distintas dos protagonistas unidos por um objetivo comum, o enredo atravessa temas como os impasses diários na busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a dificuldade de se mostrar vulnerável e a necessidade intrínseca dos seres humanos de encontrar alento uns nos outros. Ainda retrata as consequências da violência contra as crianças e expressa como as sombras do passado reverberam de forma silenciosa na construção da personalidade dos indivíduos. O livro tem 404 páginas.

 

Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio

A filósofa, escritora e poetisa Lúcia Helena Galvão lança pela Hanoi Editora seu novo livro “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio”. A obra apresenta o texto da peça teatral de sucesso de mesmo nome que roda o Brasil desde 2019 e já emocionou mais de 50 mil espectadores. Helena Blavatsky é uma das figuras mais notáveis do Século XIX. Nascida em 1831, na Rússia, a pensadora viajou pelo mundo em busca de conhecimentos antigos acumulando uma vasta gama de experiências e influências culturais. Suas ideias influenciaram uma ampla gama de personalidades notáveis, incluindo cientistas como Albert Einstein e Thomas Edison, escritores como James Joyce e Fernando Pessoa, artistas como Mondrian e Gauguin, e músicos como Mahler e Jean Sibelius. O monólogo de Lúcia Helena Galvão, interpretado por Beth Zalcman e dirigido por Luiz Antônio Rocha, foi o primeiro dos escritos teatrais da autora, é situado no último dia de vida de Blavatsky e explora as vivências que moldaram sua abordagem filosófica integrativa e visionária. Sozinha em um quarto frio na cidade de Londres, ela revisita memórias e examina o vasto conhecimento adquirido a partir das experiências com diferentes povos e perspectivas. Resgatando a influência das sabedorias orientais sobre suas crenças, a narrativa destaca ainda a ligação da intelectual com a Índia e o encontro com Gandhi. Nessa jornada solitária, Blavatsky reconhece a força do próprio comprometimento com sua missão e se depara com as consequências das escolhas que fez. Ao reapresentar os conceitos dessa voz poderosa da filosofia para novos públicos, “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio” possibilita uma compreensão mais profunda da existência humana e do universo. Nesse lançamento, Lúcia Helena Galvão faz mais do que um simples registro histórico. Ela proporciona uma jornada de descobertas e autoconsciência, guiada pelas palavras de uma das sábias mais influentes da história. O livro tem 78 páginas.

 

 

 

 

 

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