19 de dezembro | 2023

Enfrentando a “Doença de Fim de Ano”: Um olhar sobre a depressão durante as festas

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Quando pensamos no final do ano, é comum visualizarmos férias, feriados, descanso e celebrações. Contudo, por trás desse cenário festivo, há uma realidade muitas vezes silenciosa e cruel: o aumento dos casos de depressão ou o agravamento dos já existentes.

Um cenário ainda marcado pelas consequências do isolamento durante a pandemia de Covid-19 adiciona um componente de angústia, com milhares de pessoas ainda enfrentando o luto pela perda de entes queridos para a doença. Em meio à expectativa de festividades, essas tragédias tornam-se ainda mais dolorosas.

O final do ano, tradicionalmente centrado em reunir a família e os amigos, pode ser um gatilho para a lembrança das pessoas que já não estão mais presentes. Questões não resolvidas da infância ou o não cumprimento de metas estabelecidas também podem contribuir para o surgimento ou agravamento da depressão durante a temporada de Natal e Ano Novo.

Embora não existam dados de pesquisa conclusivos, os profissionais de saúde observam que situações de sofrimento, associadas à pressão e expectativas aumentadas durante essa época do ano, desempenham um papel significativo no desencadeamento da depressão. A ansiedade e a autocrítica intensificadas durante o período festivo podem contribuir para o estresse, agravando quadros depressivos ou desencadeando a doença em indivíduos geneticamente predispostos.

Intervir diretamente nos fatores estressores pode ser desafiador, mas medidas preventivas podem ser consideradas. Auxiliar os indivíduos a mudar a maneira como pensam e lidam com adversidades, assim como adiar processos de retirada de medicação para aqueles com histórico de recaídas no final do ano, são estratégias que podem ajudar.

O tratamento da depressão geralmente combina psicoterapia e medicamentos, que evoluíram significativamente ao longo dos anos. Medicamentos modernos visam combater tanto os sintomas emocionais quanto os físicos da depressão, oferecendo alívio para fadiga, alterações de peso e sono, dores de cabeça e outras manifestações.

Embora a causa exata da depressão seja desconhecida, uma teoria prevalente sugere que seja resultado de uma disfunção no sistema nervoso central, afetando os neurotransmissores serotonina e noradrenalina. Esses neurotransmissores desempenham um papel crucial nos sintomas físicos e emocionais associados à depressão.

Apesar da complexidade do diagnóstico e da seriedade da doença, tratamentos eficazes existem. Psicoterapia e medicamentos são comumente empregados, proporcionando melhoria significativa na qualidade de vida do paciente. No entanto, é crucial ressaltar que qualquer tratamento, especialmente o uso de medicamentos, deve ser supervisionado por profissionais de saúde.

Indivíduos enfrentando a depressão também são encorajados a adotar hábitos saudáveis, incluindo atividades físicas regulares, padrões de sono adequados, alimentação balanceada e a evitar o consumo de substâncias prejudiciais como anorexígenos, álcool e tabaco.

À medida que enfrentamos os desafios emocionais que o final do ano pode trazer, é fundamental buscar ajuda profissional e promover um ambiente de compreensão e apoio. A pessoa com depressão não deveria enfrentar a doença sozinha, o apoio familiar e o cuidado com a saúde mental devem ser uma prioridade, especialmente durante as festividades.

 

 

 

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