17 de junho | 2024

As Sete Maravilhas do Ser Humano

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Onde Repousam as Mentiras

Sade Hussein é uma herdeira milionária que sempre precisou estudar em casa e, agora, perdeu todos que ama. Depois da recente morte do pai, continuar com os estudos domiciliar parecia ainda mais solitário. Decidida a recomeçar a vida longe dos fantasmas do passado, Sade inicia o penúltimo ano do Ensino Médio na Academia Alfred Nobel – um dos mais prestigiados internatos de elite do Reino Unido. Porém, o que parecia um novo começo, torna-se mais um trauma na vida da adolescente: a amiga de quarto de Sade, Elizabeth Wang, desapareceu e os colegas de classe colocaram a novata no topo da lista de suspeitos. É em meio a este suspense psicológico que a premiada autora do best-seller “Ás de Espadas”, Faridah Àbíké-Íyímídé, apresenta o livro “Onde Repousam as Mentiras”, publicado no Brasil pela Plataforma21. Neste enredo, com protagonismo negro e representatividade LGBTQIAP+ – marcas registradas da escritora inglesa –, Sade percebe que o colégio prefere abafar o caso ao invés de procurar a menina desaparecida. Ela, então, decide investigar por conta própria o paradeiro o colega enquanto tenta provar sua inocência. Ao lado de Baz, um aluno brasileiro e melhor amigo de Elizabeth, a protagonista embarca em uma dolorosa jornada de busca pela verdade e justiça, mergulhando-os em uma complexa teia de mentiras, horror, desigualdade social e preconceito. Mas é quando eles encontram cartas misteriosas escritas pela jovem desaparecida, revelando casos de abusos e corrupção dentro da Academia Alfred Nobel, que a dupla passa a acreditar que os docentes podem estar por trás desse sequestro. Em um ambiente hostil, em que não se pode confiar em ninguém, a personagem é desafiada a lidar com pressão psicológica, ameaças e intimidação por parte da administração do colégio, cada vez que descobre verdades sórdidas sobre a instituição. Narrado em primeira pessoa, neste romance de formação ao bom estilo da literatura Dark Academia, a autora apresenta uma jornada de superação e amadurecimento emocional, ao mesmo tempo em que alerta sobre a importância de cultivar a resiliência, coragem e senso de justiça. O livro tem 512 páginas.

 

As Sete Maravilhas do Ser Humano

O escritor, poeta e professor de Filosofia Yuri Barcellos Galli convida o leitor a embarcar em uma aventura filosófica de autoconhecimento no livro “As Sete Maravilhas do Ser Humano”. Lançamento da Hanoi Editora, o romance tem base na teoria da Constituição Septenária, conceito filosófico que ilustra a complexidade da natureza humana e demonstra como diferentes aspectos da existência interagem entre si. A narrativa, que propõe ainda uma reflexão sobre os mistérios do cosmos, apresenta a história dos jovens Stön, Pualani, Limbani e Kamiko. Ao descobrirem as belezas e perigos de um novo mundo, eles enfrentam provações que os transformam profundamente. Nessa jornada, os personagens são conduzidos por Anna (Antahkarana). No saber hindu, ela representa a ponte entre as quatro primeiras maravilhas, o corpo físico, o campo energético, o emocional e a mente de desejos – representadas pelos protagonistas –, com outros três aspectos do indivíduo: mente superior (Manas), intuição (Budhi) e vontade (Atma). Essa tríade, segundo estudiosos, compõe a essência de todas as pessoas. A partir da nova visão sobre si mesmos, os personagens darão luz a vários enigmas que habitam seu interior e o mundo ao redor. Nesse caminho, conhecem locais paradisíacos e se conectam com a natureza, enfrentando verdades duras, inimigos incansáveis e diversas tentações enquanto buscam a evolução. Ao longo dos capítulos, os quatro companheiros passam a se conhecer, observar, ponderar, aceitar e refletir para superar as dificuldades da vida. “As Sete Maravilhas do Ser Humano” tem como missão mostrar que as dificuldades representam possibilidades para o crescimento. Uma leitura indicada para aqueles que apreciam obras de ficção repletas de grandes ensinamentos. Combinando aventura, filosofia e autoconhecimento, Yuri Barcellos Galli proporciona uma experiência enriquecedora, que vai além do entretenimento ao propor uma reflexão sobre o propósito da existência. O livro tem 254 páginas.

 

Campo Santo

Esta última coletânea de escritos de W. G. Sebald, morto precoce e abruptamente em 2001, oferece reflexões profundas sobre muitos temas comuns na obra do autor, como o poder da memória e da história pessoal, as ligações entre imagens na vida e na arte ou a presença de espectros em lugares e objetos. O livro abre com alguns textos que prestam homenagem à Córsega, costurando o passado e o presente com elegância, e examinando, entre outras coisas, o efeito constitutivo da ilha no seu cidadão mais ilustre, Napoleão Bonaparte. Na segunda parte, composta de ensaios, Sebald examina, por exemplo, como as obras de Günter Grass e Heinrich Böll revelam a dificuldade dos alemães em lidar com o luto no pós-guerra; ou como Kafka faz eco do próprio interesse de Sebald pelas presenças fantasmagóricas entre os mortais; e como a literatura pode ser uma tentativa de restituição das injustiças do mundo real. Nabokov, Jean Améry, Peter Handke estão entre os que recebem uma leitura rica do escritor. Deslumbrante na sua erudição e acessível na sua profunda sensibilidade, este livro póstumo confirma Sebald como um dos grandes escritores modernos, que desvendou e expressou as muitas conexões invisíveis que determinam as nossas vidas. Com 272 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

 

Droga para Adultos

Está mais do que na hora de pessoas bem-sucedidas falarem abertamente sobre o uso recreativo de drogas – é o que defende o neurocientista Carl Hart neste livro corajoso e polêmico. Sem esconder sua condição de usuário, em total equilíbrio com uma vida plena e produtiva, ele ilustra os inúmeros benefícios do uso responsável por adultos e argumenta que o maior dano das drogas decorre de sua ilegalidade. Sua demonização e criminalização em países como os Estados Unidos e o Brasil têm sido um flagelo imenso, contribuindo para a discriminação racial, marginalização e mortes.
Essa, contudo, nem sempre foi sua visão. Por anos, Hart buscou provar que o uso de drogas é perigoso, até que os resultados de seus estudos não sustentaram mais tal hipótese. Em “Drogas para Adultos”, ele descreve sua luta para convencer outros pesquisadores da área de que atuam sob o véu do preconceito, impedindo a adoção de novos tratamentos e políticas humanas mais saudáveis; e narra sem hipocrisia porque decidiu não mais se calar diante da ideologia moralista e punitiva que cerca o tema. Com 408 páginas, o livro é da Editora Zahar.

 

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