03 de maio | 2023

Alcoolismo é doença!

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Domingão! A cena é corriqueira. A família e alguns amigos reunidos, a música rola solta, a churrasqueira exala um cheiro delicioso e, claro, uma cerveja bem gelada e uma caipirinha não podem faltar.

Para a criançada, que já está se divertindo na piscina, refrigerantes, é claro.

Tudo é festa. Tudo é mais do que normal.

De repente, o pequeno, ou a pequena, vem perto do pai e com ar dengoso olha para o copo de cerveja e diz: “Dá um pouquinho…”

Aí o pai pensa: “Só um golinho não vai fazer mal” e acaba cedendo ao apelo. Infelizmente esta cena também é normal, assim como é normal descuidar-se do copo de cerveja num canto da mesa e os pequenos se aproveitaram da distração e fazerem a festa.

É assim que pode começar a se desenvolver a dependência alcoólica.

Aí você deve estar pensando que isso tudo é exagero, mas a realidade é mesmo essa. Os hospitais registram altos índices de atendimentos a menores que ingeriram álcool por causa do descuido dos pais. Estes números aumentam muito durante o verão e em épocas de festas, como final de ano e carnaval.

Fala-se muito em drogas, e o alcoolismo é tratado à parte, quando na verdade o álcool também é uma droga, que vicia e pode destruir a vida de uma pessoa.

É que o álcool, quando ingerido de modo equilibrado, é perfeitamente tolerável pelo organismo, mas o problema é que algumas pessoas não conseguem reconhecer os seus limites.

O alcoolismo é uma doença. No conceito da Organização Mundial de Saúde, o alcoolismo afeta o indivíduo física e socialmente, atingindo a família.

O grande perigo do consumo do álcool é que, em algumas pessoas, o consumo social dá lugar a um consumo excessivo, habitual e diário. Tais pessoas bebem mesmo sozinhas e em horas impróprias prejudicando suas atividades normais, nesse caso o álcool torna-se um inimigo poderoso capaz de destruir física e mentalmente o consumidor por vários motivos:

1) Como o álcool serve de combustível para as células, o alcoolista, em geral não se alimenta direito, sofrendo, portanto, de carência de alguns nutrientes essenciais.

2) O excesso de álcool, acompanhado de falta de ingestão de certas vitaminas, facilita o aparecimento de lesões nos nervos do cérebro. Surgem problemas emocionais (o mais frequente é a irritabilidade), tremores nas mãos, diminuição da vontade e da capacidade de aprender, perda de memória etc.

3) A sobrecarga do fígado pode determinar a morte gradativa das células deste órgão. Essa doença é conhecida como cirrose e leva à morte.

4) Contrariamente ao que se pensa, o álcool dificulta a digestão, além de irritar a parede do estômago, favorecendo a instalação de gastrites e úlceras.

5) A ingestão de álcool diminui os reflexos, a capacidade de julgamento e avaliação de distâncias e de perigos, prejudicando o trabalho e pondo em risco a vida das pessoas, principalmente ao dirigir veículo ou a operar uma máquina.

6) O álcool é um potente depressor do sistema nervoso central e, desinibindo excessivamente, frequentemente estabelece um comportamento inadequado ou socialmente condenável.

Não é fácil a tarefa de conviver e ajudar um alcoolista. A família deve aceitar o dependente e encará-lo como um doente que precisa de tratamento. Não dramatizar o problema é o primeiro passo, os pais e parentes devem manifestar amor pelo alcoolista e procurar os centros especializados para orientação tanto da família quanto do dependente.

Quanto mais cedo começar o tratamento, melhores serão os resultados porque as consequências do consumo excessivo de álcool, algumas vezes, são irreversíveis, tais como o desajuste familiar, desprezo pela sociedade, problemas físicos clinicamente comprovados, doenças do fígado, atrofia testicular, impotência sexual, hipertensão arterial, tremores, doenças do coração, perda de pelos e danos irreversíveis às células cerebrais.

 

 

 

 

 

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