22 de maio | 2017

A estrela de Lilia Cabral volta a brilhar

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Lilia Cabral foi a escolhida de Glória Perez para interpretar a personagem Silvana, através da qual a novelista chama a atenção para um problema que afeta muitas famílias: o vicio em jogos de azar / Tatá Barreto-RG

 


Lília Cabral nasceu em São Paulo, no ano de 1957 e é filha de pai italiano e mãe portuguesa. É formada pela Escola de Arte Dramática da USP e hoje é uma das principais atrizes brasileiras / Raquel Cunha-RG
 

 

 

Por onde passa, a estrela de Lilia Cabral brilha e não está sendo diferente em “A Força do Querer”, novela na qual ela magistralmente está interpretando Silvana, uma viciada em jogo que perde fortunas, mas que se diz curada do vício. Pura balela, quando surge uma chance lá vai Silvana pra jogatina! Essa foi a maneira que Glória Perez encontrou para mostrar o quanto sofre não somente os jogadores compulsivos, mas principalmente seus familiares, ainda que a autora está mostrando a situação de uma maneira até que cômica.

O papel em “A Força do Querer” caiu sob medida para Lilia Cabral, que tem uma trajetória de muitas conquistas, mas,  que apenas na maturidade, viu a carreira dar uma virada. Antes era vista como a atriz que fazia bem personagens engraçadas, pobres, doces, ingênuas. Foi em 1995, depois de 10 anos de muitas labutas que ela ganhou de Manoel Carlos a personagem Sheila, de “História de Amor”, seu primeiro grande destaque. Em 2000, com sua personagem Ingrid, em “Laços de Família”, também de Manoel Carlos foi que ela percebeu que o público começou a observá-la de maneira diferente. “Eu queria demais que as pessoas entendessem que eu também sabia emocionar. E foi quando fiz a cena com o Fernando Torres, em que eu contava a história da nossa vida, ele se emocionava e morria em seguida”, lembra a atriz. A partir daí, todos perceberam que ela também tinha o dom de fazer chorar e os elogios não pararam de chegar.

Para acessar suas emoções, Lilia  dedica muito tempo ao estudo, lê as cenas até se tornarem orgânicas, sem que seja preciso pensar nelas. Apenas num segundo momento, ela começa a pensar no tipo de emoção que a cena requer: "Nada disso é um sacrifício para mim, é uma delícia, eu adoro. Depois que tem tudo isso, em último caso é que eu vou pensar: 'Ah, ela tem o cabelo assim, ela fala assim, ela anda desse jeito, o figurino é daquele outro”, explica. Em seu processo de criação, ela diz ainda que gosta de inventar, correr riscos, mesmo que os diretores ou autores não gostem do resultado. Como atriz, considera não ter limites: "Eu sou a pessoa mais careta , sempre fui. Agora, em cena sou muito doida. Doida, sou louca. Acho que sou capaz de tudo", diverte-se.

Uma vez, em uma entrevista Lilia afirmou que apesar de ser uma atriz consagrada, ela precisou mentir para o pai no início, sobre a profissão que escolheu seguir. A atriz recordou que era uma menina muito feliz na infância e adolescência, mas muito reprimida dentro de casa. Foi essa situação que a levou a mentir para o pai e dizer que estava estudando Jornalismo, em vez de Teatro na Escola de Artes Dramáticas.

Por sua atuação em “Páginas da Vida”, Lília Cabral foi indicada ao Emmy de Melhor Atriz em 2007, mas acabou perdendo o prêmio para a atriz francesa Muriel Robin. No entanto, ganhou o Troféu Imprensa, o prêmio da APCA e o Prêmio Contigo! pelo mesmo trabalho.

Na novela “Viver a Vida”, de 2009, Lilia Cabral foi Teresa, a personagem não era a protagonista, uma vez que isto parecia destinado a Taís Araújo, no entanto quem acompanhou o desenrolar da trama percebeu que o desfecho foi bem outro. Por vários motivos, outro núcleo da história acabou roubando a cena e nele estava Lília Cabral. A atriz deu um show de interpretação a cada capítulo, sem forçar; a arte está nela. E o mesmo aconteceu em “Fina Estampa”, na qual finalmente foi reconhecida e ganhou a personagem principal, Griselda, uma mulher completamente diferente daquelas que já havia feito anteriormente, a começar por exercer a profissão de “marido de aluguel”, que era conhecida na trama como Pereirão. Para este trabalho, a atriz teve que aprender a manejar ferramentas, como chaves de fenda, martelo e alicate. 

Além das inúmeras novelas, Lilia atuou também em minisséries e especiais da Globo. No cinema, deixou sua marca nos filmes “Dias Melhores Virão”, “Stelinha”, “Como Ser Solteiro”, e nos inesquecíveis, “A Partilha” e “Divã”, estreado na telona, em 2009. No filme dirigido por José Alvarenga e que virou seriado ela interpretou Mercedes, uma mulher que se descobre no sofá de seu analista e daí passa a viver novas e excitantes experiências. No longa, Lília Cabral contracenou com Reynaldo Giannechini. E falando mais um pouco de seu trabalho no cinema brasileiro, cabe destacar a participação de Lília Cabral nos filmes “Amor-Perfeito” e “Júlio Sumiu”.

Mas deixando a ficção de lado, a atriz Lilia Cabral habitualmente é muito chique e discreta. Sempre elegante, não gosta de falar de sua vida pessoal e raramente se expõe, a não ser que seu trabalho assim exija; dificilmente ela é flagrada em festas ou qualquer badalação. Ela é casada com o economista Iwan Figueiredo e tem uma filha, Giulia.

Lília Cabral nasceu em São Paulo, no ano de 1957 e é filha de pai italiano e mãe portuguesa. Formada pela Escola de Arte Dramática da USP, os primeiros passos em direção à vida artística foram dados no palco atuando na peça “Feliz Ano Velho”, cujo roteiro é baseado no texto do jornalista Marcelo Rubens Paiva. Como se vê, ela é talentosa e incansável

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