09 de março | 2024

A Des-Educação do Negro

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Planeta Hostil

Aquecimento global, efeito estufa, degelo das calotas polares, ondas de calor extremo, secas, morte dos oceanos e destruição dos ecossistemas. Essas são algumas das ocorrências que muitos acreditam se tratar de problemas do futuro, sem impacto real no agora. Porém, segundo o geólogo Marco Moraes, distúrbios assim já fazem parte da realidade no presente e são indicadores claros da degradação ambiental. Em “Planeta Hostil”, publicado pela Matrix Editora, o especialista em mudanças climáticas descreve como a humanidade tem transformado a Terra em um lugar inóspito. Sem eufemismos e tentativas de minimizar a situação, Moraes mostra de maneira arrepiante como estamos à beira de uma catástrofe por conta de ações do homem que geraram mudanças irreversíveis. Cada capítulo revela de que forma o uso de combustíveis fósseis, as atividades das indústrias do cimento e do plástico, a pesca predatória e a criação indiscriminada de pastos destroem ecossistemas e, por consequência, toda a cadeia de vida do planeta. A obra chama atenção para os efeitos visíveis do aquecimento global como as tempestades cada vez mais destruidoras, os recordes seguidos de altas temperaturas, a avanço acelerado do mar nas cidades litorâneas e a falta de água em locais onde ela sempre foi abundante. Também traz luz para os sinais que passam despercebidos, como a ingestão de microplásticos por meio da alimentação, o desaparecimento de espécies inteiras de insetos e da progressiva intoxicação química da população mundial. Apesar do tom de alerta, o autor não incentiva o cinismo e nem alimenta a desesperança. As exposições de “Planeta Hostil” deixam claro que as consequências do que fizemos à Terra são amplas e graves, a ponto de ameaçar a própria existência humana, mas servem também como um apelo à ação e convidam o leitor a se unir a um movimento urgente para evitar mais devastação. O livro tem 336 páginas.

 

Histórias para Despertar

Por meio de uma coletânea de textos que sintetizam ensinamentos milenares, a filósofa Isabella Galvão conversa com o público infantojuvenil no livro “Histórias para Despertar”. Publicação da Hanoi Editora, o título reúne fábulas e contos de fadas não para induzir ao sono, mas que ensinam como viver de forma plena e consciente. Filha da filósofa Lúcia Helena Galvão, Isabella estuda Filosofia desde a infância, época em que já buscava respostas para as próprias indagações sobre o mundo. Dessa curiosidade nasceu o conteúdo da obra, compilado com a intenção de ajudar a manifestar o espírito filosófico de forma lúdica, criativa e divertida. Formada em Direito e professora de disciplinas relacionadas à ética e valores humanos, a escritora aborda, por exemplo, o sofrimento causado pela incoerência entre discurso e ação no texto intitulado “Rei Assis”. Em “Sombras da Vida”, ela cria um panorama pré-histórico para transmitir as lições de desapego material contidas no “Mito da Caverna”, de Platão. A filósofa adapta também o “Mahabharata”, um dos principais mitos indianos, para ilustrar a batalha interior entre as virtudes do ser humano e aquilo que o aprisiona. Em linguagem acessível para todos os públicos, a estudiosa explica como essa luta acontece diariamente na consciência de cada um. Através de um dos métodos mais eficazes e antigos de transmissão de ensinamentos, a contação de histórias, Isabella Arruda Galvão oferece um conteúdo profundo e repleto de lições. “Histórias para Despertar” é um recurso valioso para inspirar crianças e adolescentes a se tornarem indivíduos mais conscientes, reflexivos e éticos em suas jornadas de crescimento. O livro tem 128 páginas.

 

Pisando em Nuvens

Quando Taís vê seu nome entre os aprovados no vestibular de Enfermagem, mal consegue acreditar. Ela sempre quis estudar numa universidade pública e se esforçou muito durante o último ano para isso. O problema é que ela foi aceita em sua segunda opção, um campus que fica em Macaé, bem distante de sua casa em São Gonçalo. Como seus pais não têm condições de mantê-la sozinha em outra cidade, Taís sabe que as chances de cursar a faculdade são praticamente nulas. Sem saber como reagir ao resultado e temendo decepcionar a família (em especial a avó), ela corre para seu porto seguro: Rafaela. Mas a reação da namorada de Taís pode ser bem diferente do que ela imaginava…  Este conto, que se passa no mesmo universo de “Céu Sem Estrelas”, acompanha uma jovem que vê seu sonho despontar no horizonte – mas talvez ele se desfaça em nuvens antes que possa alcançá-lo. O livro é um e-book, da Editora Seguinte.

 

A Des-Educação do Negro

Nascido em 1875, o educador e historiador afro-americano Carter Godwin Woodson é um dos nomes mais influentes do estudo da Educação norte-americana. Em “A Des-Educação do Negro”, ele aponta problemas, elenca situações, mas também apresenta uma solução. Trata-se de uma espécie de programa que abrange os pontos fundamentais não apenas da educação escolar, mas também de uma educação ampla que pense outra forma de viver, um sistema que defenda os valores da história e da cultura negra. Escritas em 1933, muitas das questões desta obra são válidas ainda hoje. Longe de ser um livro que fale somente sobre os Estados Unidos da época, as soluções aqui apresentadas lançam olhares sobre vários outros contextos sociais, culturais e políticos da diáspora negra. E essa análise, fantástica em sua precisão, apresenta a semente que precisa ser compreendida para entendermos os efeitos que reverberam nos dias atuais. A tradução é de Carlos Alberto Medeiros, e a introdução de Ana Lúcia Silva Souza. O livro tem 200 páginas e é da Editora Penguin Companhia.

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